Três mil nas ruas de Vitória contra exploração sexual infantil
Muitos não sabem, mas o Brasil está entre os países com maior índice de exploração sexual infantil. Só em 2011, por exemplo, cerca de 40 mil crianças e adolescentes foram atendidos pelo SUS vítimas de violência, entre elas a sexual. Em 2002, o país...
Muitos não sabem, mas o Brasil está entre os países com maior índice de exploração sexual infantil. Só em 2011, por exemplo, cerca de 40 mil crianças e adolescentes foram atendidos pelo SUS vítimas de violência, entre elas a sexual. Em 2002, o país tinha 241 rotas de exploração, através do turismo sexual, sendo a maior parte dos destinos a Espanha.
No Espírito Santo os números também assustam. De acordo com dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, de maio de 2003 a junho de 2010, 55 municípios capixabas apresentaram registros de exploração sexual contra crianças. Entre eles, todos da Grande Vitória.
Pensando em conscientizar a população sobre esse grave problema, a Igreja Adventista do Sétimo Dia realiza, no próximo sábado (23), a campanha “Quebrando o Silêncio”. No Espírito Santo, mais de três mil pessoas devem ir às ruas de Vitória para abordar o tema. O evento acontecerá na Praça Dom João Batista, na Ilha das Caieiras, São Pedro III, a partir das 15h.
A população terá à disposição palestras de advogado, psicólogo, polícia civil e profissionais da área de segurança. Com estrutura de tendas e trios elétricos, eles irão falar sobre a problemática da violência sexual, seus impactos e aspectos gerais. “ A intenção é alertar que o problema está diante dos nossos olhos. Como igreja, queremos ajudar na construção de uma sociedade mais livre, com crianças e jovens saudáveis e protegidos para alcançar importantes ideais”, destaca o presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia na região central e norte do Espírito Santo, Jair Lima.
Dados que assustam
- 26% dos destinos turísticos do Brasil têm esquema de exploração sexual
- 55 dos 78 municípios do Espírito Santo apresentaram denúncias de exploração sexual em 2010
- A região Sudeste é segunda colocada no ranking de número de municípios com denúncias de exploração sexual infanto juvenil.
- Segundo a secretária técnica do Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes (CECRIA), o perfil das mulheres e meninas exploradas sexualmente aponta para a exclusão social desse grupo. A maioria é de afrodescendentes e vem de classes populares
- Segundo estudos diversos, o “alvo fácil” do turismo sexual infantil é formado por: garotas afrodescendentes, de baixa renda e escolaridade, que moram em periferia, que têm de 7 a 14 anos e com histórico de abuso em casa.
- De 100 bebês que nascem, 15% são filhos de adolescentes. E a maioria dos casos de gravidez de adolescentes entre 10 e 14 anos se deve a atos de violência.