Capacitismo é, por definição, o nome dado ao ato discriminatório ou preconceituoso contra pessoas com deficiência.  Apesar do termo ser pouco conhecido, as atitudes ou expressões consideradas capacitistas são bastante utilizadas no cotidiano. A psicóloga Rosangela Silva, especialista em inclusão, chama a atenção para algumas frases usadas no dia a dia, como por exemplo, “mais perdido do que cego em tiroteio” ou “vai buscar, você não é aleijado”. “Chamamos de capacitismo recreativo, quando certas expressões são usadas envolvendo deficiências. A maioria não se dá conta de que é ofensivo, mas faz por falta de conhecimento”, explica.

Informação é o primeiro passo para combater o capacitismo e promover a inclusão. No sul do Paraná, um programa de treinamento, promovido pelo Ministério da Criança e do Adolescente da Igreja Adventista, tem preparado seus líderes que atuam nos departamentos infantis, para tornar o ambiente da Escola Sabatina mais inclusivo e acolhedor. Segundo a diretora do departamento na região, Thaís oliveira, as aulas são mensais e acontecem em formato virtual. “Temos trazido conteúdo por meio de psicólogos, psicopedagogos e outros especialistas para preparar os líderes para o atendimento desse público”, detalha.

Conhecimento colocado em prática

Lilian Nascimento coordena o departamento infantil da igreja onde frequenta e percebeu a necessidade de envolver toda a comunidade cristã no processo de inclusão. Em abril, que é o mês de conscientização sobre o autismo, ela realizou um programa especial para tratar sobre o assunto com os membros de sua congregação. “Percebemos que esse conhecimento que estamos recebendo não poderia ficar somente com os professores das classes bíblicas, então estamos envolvendo a igreja toda”, conta.

Quando falamos em inclusão, muitas pessoas podem ser levadas a pensar em elevadores e rampas de acesso, e com certeza, tudo isso é muito importante, pois tem a ver com acessibilidade, mas incluir de fato, envolve muito mais. A inclusão social é um conjunto de medidas que garante que todas as pessoas, independente de suas características ou condições possam ter acesso as mesmas oportunidades e benefícios.

Um exemplo de inclusão é o que está acontecendo na igreja frequentada por Ashley Janvier,11 anos. A garota tem deficiência auditiva e a comunidade adventista onde ela frequenta tem se esforçado para atendê-la. O pastor que a batizou, Marcelo Branco, fez questão de aprender o voto batismal na língua brasileira de sinais. “Eu me senti emocionada e muito feliz com o que o meu pastor fez. Eu quero que no futuro todos os pastores possam me ensinar na minha língua”, relata Ashley. Fica a certeza de que, com informação adequada e atenção, a inclusão pode ser uma realidade também na igreja.