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Missão

Tesouraria apela para que todos os níveis da Igreja olhem para as missões estrangeiras

Objetivo é que recursos também sejam empregados para fortalecer a expansão do evangelho em outros territórios


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Lopes incentivou administradores a pensar em iniciativas que também beneficiem pessoas de outras localidades do globo (Foto: Gustavo Leighton)

Poucas décadas depois de ser oficialmente organizada, a Igreja Adventista do Sétimo Dia enviou seu primeiro missionário para fora dos Estados Unidos, berço da denominação. Esse passo só foi possível após a compreensão bíblica de que Cristo voltará para as pessoas de todo o mundo, e não apenas de uma localidade específica. Hoje, quase 150 anos depois de John Nevis Andrews chegar à Suíça, a Igreja está presente em mais de 210 nações.

No entanto, ainda há muitos desafios para que a mensagem sobre o retorno de Jesus chegue a homens, mulheres, crianças e idosos em pequenas e grandes cidades. Mas o que pode ser feito em cada templo adventista local e por sedes administrativas para que outros conheçam os detalhes do Evangelho? Embora seja focado em finanças, o relatório da Tesouraria da sede sul-americana adventista trouxe um apelo para que todos os níveis da denominação considerem as necessidades que estão além de seu território.

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Não podemos olhar apenas para a nossa igreja local, para a nossa realidade. Precisamos oferecer nossos recursos também para as missões estrangeiras e ajudar quem tem menos”, reforçou o pastor Marlon Lopes, diretor financeiro da Igreja Adventista para oito países da América do Sul. Sua frase, proferida durante a Comissão Diretiva Plenária, parte dos resultados experimentados pela denominação na Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai nos últimos cinco anos.

De 2018 a 2022, que inclui o período em que o mundo passou por uma pandemia que ceifou milhões de vidas e elevou os índices de desemprego, a Igreja continuou a trabalhar para auxiliar no crescimento espiritual de seus membros e no foco missionário para que outras pessoas conhecessem a Cristo. Lopes lembrou que mesmo diante desse cenário, “Deus nos abençoou e permitiu que avançássemos em nossa missão de apresentar Jesus a quem já não tinha mais esperança.”

Crescimento em tempos difíceis

Foi durante esses anos que a denominação viu um crescimento em diversas áreas como resposta à fidelidade dos membros nos dízimos e ofertas. Para facilitar a compreensão, os números a seguir serão comparativos entre os anos de 2018 e 2022.

Quando se trata da quantidade de adventistas nos oito países da América do Sul, ela parte de 2.476.209 para 2.602.093. Desses, os dizimistas saltaram de 899.538 para 1.009.979. Já os ofertantes eram 675.802 e chegaram a 764.833.

Em relação à Rede de Educação Adventista, o número de alunos saiu de 330.167 para 358.656. E as unidades escolares passaram de 540 para 568. “Crescemos quanto aos membros fiéis nos dízimos e ofertas. Melhoramos a distribuição das ofertas. Nunca crescemos em números de alunos como em 2022 e 2023”, detalha Lopes. “Mas a pergunta é: o que vamos fazer com as bênçãos que recebemos?”

Olhar para fora

Assim como ocorreu com os primeiros missionários que chegaram na América do Sul ainda no final do século XIX, o diretor financeiro reforçou que é preciso direcionar esforços para auxiliar a igreja em locais que tem desafios ainda maiores. Para isso, citou o texto da escritora Ellen White, que é considerada pelos adventistas do sétimo dia como uma voz profética. “Os que residem em lugares onde a obra se acha há muito estabelecida, devem limitar suas supostas necessidades, de maneira que a obra em novos campos possa ir avante”, registrou ela no livro Obreiros Evangélicos, na página 455.2.

O diretor financeiro também reforçou a necessidade de retribuir aquilo que foi feito na América do Sul para o avanço da Igreja Adventista por parte dos pioneiros (Foto: Gustavo Leighton)

Seu apelo foi para que esse tema receba a atenção de instituições e sedes da Igreja e volte a ser levado para as igrejas locais, para que os membros também sejam sensibilizados a entender a importância de colaborar com a chegada da mensagem bíblica em outras regiões do mundo, principalmente com suas ofertas missionárias.

Isso se harmoniza com a proposta do projeto Mission Refocus, apresentada também durante a Comissão Diretiva Plenária, e que tem por objetivo justamente envolver escritórios da denominação e templos em iniciativas dessa natureza, sempre visando atender quem está além do próprio território. “Se o nosso compromisso é com a pregação do evangelho, precisamos olhar para o outro lado, que precisa de ajuda”, enfatizou Lopes.

O relatório gerou reações imediatas. O pastor Edson Medeiros, diretor da Casa Publicadora Brasileira (CPB), ressaltou a necessidade de agradecer pelo cuidado, principalmente com os membros, ao longo desses anos. “Essa Comissão precisa voltar para seus campos [regiões] com uma palavra de gratidão pelo crescimento que vimos aqui, quando tivemos milhares de oportunidades de pregar. Precisamos louvar a Deus, pois mesmo nesses tempos, a Igreja foi fiel. E se Deus está nos dando isso, precisamos descobrir para que está colocando isso nas nossas mãos”, observou.

O pastor André Dantas, presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia para os Estados do Amapá, Pará e Maranhão, pediu a palavra para destacar que a apresentação “nos faz pensar nos desafios em todo o planeta.” “Esses dados nos motivam a olhar para as pessoas que moram do outro lado da rua e do outro lado do mundo. Há uma oportunidade semanal de falarmos sobre isso para nossos membros, que são os informativos. Tenho percebido que, por onde tenho passado, a oferta missionária não está convencendo os membros a pensarem assim. Se todo sábado pela manhã soubéssemos a importância daquele vídeo [Informativo Mundial das Missões] para o conteúdo da oferta, seria uma forma de sensibilizar os membros de que temos uma missão mundial”, sublinhou.

“Precisamos colocar na igreja local a necessidade de se preocupar com a Igreja ao redor do mundo. É um chamado urgente para que todos trabalhem em prol disso, para chegar a lugares onde existem tantas necessidades”, apontou o pastor Enzo Chaves, presidente da Igreja Adventista para o Sul do Peru.

Para o pastor Pablo Flor, secretário-executivo da sede administrativa para o Paraguai, está cada vez mais claro que investir fora é uma das formas de crescer internamente. “Essa visão precisa ser intencionalmente colocada nas novas gerações. As crianças precisam estar convencidas dessa missão, amar a obra, e as missões mundiais. Precisamos ter atividades com os pequenos para que também tenham seu foco voltado para os desafios que estão além da nossa realidade”, sugeriu.


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