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Teólogo fortalece papel da unidade administrativa adventista global

Marcos Blanco explicou que historicamente o adventismo sempre se pautou por um forte senso de unidade na Palavra e na organização.


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Blanco desenvolveu uma linha do tempo que mostra como a Igreja Adventista do Sétimo Dia desenvolveu seu perfil organizacional integrador e não congregacionalista. (Foto: Gustavo Leighton)

O modelo de gestão de governança da Igreja Adventista do Sétimo Dia foi consolidado, ao longo dos anos, em torno de dois aspectos importantes: unidade teológica e administrativa. Esse foi um dos pontos levantados pelo teólogo e redator-chefe da editora adventista argentina Casa Editora Sudamericana, Marcos Blanco. Ele fez a segunda apresentação, durante o Concílio Anual da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul, a respeito da relevância da unidade organizacional adventista.

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Blanco chamou a atenção para o fato de que a unidade é um princípio bíblico, especialmente quando voltada para a missão. Ele citou textos como o capítulo 17 do evangelho de João para exemplificar na famosa oração feita por Jesus Cristo. Outro trecho que reforça a ideia de a igreja ser uma unidade em torno da diversidade de dons em diferentes ministérios está no capítulo 4 da carta escrita por Paulo aos cristãos em Éfeso.

Além disso, o teólogo lembrou que a pioneira e profetisa Ellen White escreveu, em outubro de 1894 que a igreja foi organizada para fins missionários e que Cristo pede que seus seguidores fizessem da sua obra o objetivo prioritário. Ele ressaltou, ainda, que a unidade sempre se deu em trono de Cristo, da Palavra de Deus, da missão e da organização.

Crescimento histórico

Na sua análise, Blanco organizou uma interessante linha cronológica que permitiu aos espectadores entender como o tema da unidade fez parte do desenvolvimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia desde 1848. Ao longo dos anos, vários desafios surgiram em relação a como organizar uma denominação inicialmente pequena nos Estados Unidos, mas que se expandiu em número de membros e países já a partir do final do século XIX.

De acordo com Blanco, entre 1888 e 1897 houve um aumento ainda maior no crescimento adventista, já iniciado nas décadas de 1870 e 1880. Em 1870, eram 5.400 membros, número que saltou para 15.570 em 1880 e chegou a 29.711 em 1890. “Nessa primeira reorganização da igreja se estabeleceram novas estruturas administrativas auxiliares devido à complexidade”, ressaltou o teólogo.

Em resposta a tais desafios, a organização adventista, com cuidado e atenção, teve de aumentar sua estrutura institucional, porém sempre agiu pautada por uma unidade organizacional. Para os adventistas do sétimo dia, a congregação local sempre constituiu a base de toda a estrutura denominacional, onde se dá adoração, comunhão e missão. Nos demais níveis, as tarefas são de supervisão, coordenação e conexão.

Interdependência das entidades

Em sua apresentação, Blanco destacou, ainda, o fato de que nenhuma entidade da estrutura adventista é criada por si mesma. Toda unidade de organização exige a aprovação de uma unidade maior para existir e funcionar. “Nenhum indivíduo pode se fazer membro da igreja por si mesmo. O pertencimento é sempre um status concedido por um órgão maior”, explicou.

A questão da autoridade no sistema de governo adventista se fortaleceu de forma menos centralizada. Ou seja, a autoridade final é limitada a cada nível da estrutura eclesiástica. Isso cria o que Marcos Blanco chamou de interdependência dinâmica entre as diferentes entidades. Por essa razão, a tomada de decisões, em todos os níveis hierárquicos da organização adventista, é sempre um processo de grupo, comitês e comissões.

A conclusão a que o teólogo chegou é que, diante de tanta diversidade no mundo, a Igreja Adventista do Sétimo Dia se mantém unida em submissão a Jesus Cristo, seu compromisso com a missão mundial e seu respeito ao conceito de corpo de Cristo. “Mesmo que cada entidade esteja separada uma da outra, nenhuma funciona de forma independente”, arrematou.