Teologia da prosperidade contraria princípio bíblico sobre finanças
Pastor explica que dízimo é a devolução do que se recebe de Deus, e não do que se pretende receber
Da redação
Dízimos e ofertas. Embora muitos defendam que esse assunto é restrito ao Velho Testamento, tendo sido uma ordenação divina ao povo judeu, é possível confirmar a validade dos seus princípios e a sua prática no Novo Testamento em diversas falas do apóstolo Paulo e do próprio Jesus (Mateus 23:23, Lucas 18:12, 1 Coríntios 9:13-14, etc.). Logo, o princípio dos dízimos e das ofertas não foi, em nenhum momento da história, abolido, dispensado ou alterado por Deus, sendo importante, ainda nos dias de hoje, o seu estudo e prática.
Ainda assim, o tema segue complexo para uns, polêmico para outros, mas a Bíblia é clara e contundente em relação a ele. A Agência Adventista Sul-americana de Notícias (ASN) conversou sobre finanças com o pastor Marcos Bomfim, líder mundial dos adventistas na área de Mordomia Cristã (que trabalha o conceito de fidelidade a Deus em todos os aspectos da vida). Na entrevista, ele explicou, à luz da Bíblia, conceitos que podem responder a muitos questionamentos em torno do tema. Veja alguns deles:
- Ser dizimista é reconhecer que Deus é a fonte e o mantenedor de tudo o que eu tenho, e que nada disso é mérito meu ou veio pelos meus esforços.
- Dízimo é a devolução de parte daquilo que eu recebi de Deus, e não do que eu pretendo receber. Isso invalida a teologia da prosperidade, que diz que, quanto mais eu der, mais eu receberei em bênçãos.
- Etimologicamente, dízimo significa a décima parte, ou seja, 10%. Este é um percentual determinado por Deus, que não cabe a mim gerenciar. Portanto, qualquer valor que eu devolver a Deus fora desse percentual foge ao conceito de dízimo.
- Todas as minhas entradas, ou seja, tudo o que aumenta o meu capital e o meu patrimônio, é dizimável.
- O meu compromisso não se resume ao dízimo; as ofertas têm igual importância. Em Malaquias 3:8, Deus diz que podemos ser desonestos com Ele nos dízimos e nas ofertas. A diferença é que o dízimo é um percentual determinado por Deus, e as ofertas, um valor sobre o qual Ele me dá liberdade de decidir, segundo o reconhecimento que tenho das bênçãos recebidas.
- Os dízimos e as ofertas devem ser trazidos a um só lugar: a “casa do tesouro” (Malaquias 3:10), de onde são distribuídos equitativamente para manutenção e avanço da obra do Senhor. Portanto, não cabe a mim direcionar o meu dízimo e a minha oferta.
A entrevista com o pastor Bomfim também responde a diversas outras questões amplas e específicas. Assista, na íntegra: