Tempo de Celebrar: O Ano da Gratidão
Em artigo, presidente da Igreja para Bahia e Sergipe apresenta as motivações para o encontro Tempo de Celebrar, que reunirá mais de 30 mil adventistas no próximo dia 29 de setembro, em Salvador O ano de 2018 é o ano da gratidão. É o ano...
Em artigo, presidente da Igreja para Bahia e Sergipe apresenta as motivações para o encontro Tempo de Celebrar, que reunirá mais de 30 mil adventistas no próximo dia 29 de setembro, em Salvador
O ano de 2018 é o ano da gratidão. É o ano escolhido para concluir o fim de um ciclo na história da Igreja Adventista do Sétimo Dia. É o ano de conclusão do Projeto Santuários de Esperança. É o ano em que minha mente e meu coração têm um só desejo, que é agradecer e louvar a Deus por tudo o que Ele fez, em sua Igreja e na vida de cada um de irmãos e irmãs em Cristo. Por isso quero convidar você a louvar ao Senhor. “Louvem a Deus, em seu santuário” (Salmo 150:1).
Para que você entenda porque estamos tão agradecidos a Deus, agora que chegamos ao final do Projeto Santuários de Esperança, precisamos relembrar esta história, que marcou a vida de baianos e sergipanos, desde 2013. A Igreja Adventista do Sétimo Dia é outra em nosso território depois dos Santuários de Esperança. E as possibilidades para o futuro da evangelização e salvação de pessoas em nossa terra são infinitas. Por isso, lembro do profeta Jeremias, quando usou estas palavras: “Quero trazer à memória o que pode me dar esperança” (Lamentações 3:21).
Vamos, portanto, juntos, trazer à memória a história deste movimento, que foi importante para o crescimento da Igreja, mesmo em um período em que a crise econômica dominou o cenário de nosso país.
No dia 10 de novembro de 2012, foi inaugurado o primeiro santuário de esperança da Bahia, em Dias D’Ávila, município de 66 mil habitantes na Região Metropolitana de Salvador.
Naquela tarde festiva, o pedreiro José Ramos da Cruz, que havia construído aquele templo, foi batizado. Lideranças da Bahia, de Sergipe e da sede sul-americana da Igreja Adventista do Sétimo assistiram a cerimônia, que emocionou quase 500 pessoas que foram prestigiar aquele acontecimento.
O santuário de Dias D’Ávila foi o primeiro do projeto Santuários de Esperança. Foi um gesto simbólico para o que estava por vir: a mobilização de adventistas baianos e sergipanos para o plantio de mil igrejas em cinco anos, o maior projeto de expansão do adventismo já realizado no Brasil.
Começar esta campanha com um batismo mostrou também que o propósito não era apenas construir templos, mas salvar vidas, em lugares onde até então a igreja não havia chegado: subúrbios, cidades afastadas dos grandes centros, áreas agrícolas, comunidades étnicas, lugares distantes centenas de quilômetros de uma congregação adventista, tanto na Bahia quanto em Sergipe.
De lá até o momento, o projeto Santuários de Esperança reforçou os pilares da comunhão cristã, do relacionamento e da missão como base para o crescimento espiritual. Lançou as bases para um cuidado maior com os espaços destinados às crianças nas congregações. Apresentou novas igrejas que acabaram se tornando sedes de distrito. Alcançou para o Evangelho Eterno áreas especiais da Bahia, como a região da Chapada Diamantina, onde foi plantada a igreja de número 500 do projeto. Articulou crentes em Jesus que se comoveram e se doaram para levar adiante esta bandeira da esperança eterna.
Lançando o desafio – Com a primícia do santuário de esperança de Dias D’Ávila, era chegado o momento do primeiro grande desafio: mobilizar cerca de 300 pastores distritais para este projeto. E a ocasião ideal foi durante o primeiro concílio ministerial da União Leste Brasileira, ocorrido em Salvador, entre 28 a 31 de janeiro de 2013. Aproximadamente 300 pastores participaram, responsáveis pela liderança de cerca de 2 mil igrejas e mais de 190 mil fiéis. Esses ministros de Deus mergulharam em uma experiência que refletiu sobre como deve ser a prática pastoral contemporânea: austera, rigorosa na defesa dos princípios da Bíblia, focada no reavivamento e reforma e motivada para a expansão do adventismo no país.
Nesse momento, o lançamento da campanha Santuários de Esperança levou todos os pastores ao compromisso de pregar a Palavra de Deus e expandir o número de igrejas nos dois Estados. Todos os pastores receberam uma réplica da igreja com o modelo arquitetônico que se tornou uma marca da campanha, a “igreja do 7”.
Ainda durante esse concílio, os pastores participaram de um emocionante gesto simbólico: marcaram com a própria mão, tingidas de vermelho, um termo de compromisso assumindo o desafio de plantar igrejas na Bahia e em Sergipe. Em menos de um mês, mais de 100 terrenos foram adquiridos para o plantio de igrejas. O projeto Santuários de Esperança começava a todo o vapor.
Caravanas – Os pastores estavam motivados. Era o momento de pegar a estrada. Vieram as caravanas dos Santuários de Esperança. A ação consistiu no lançamento da pedra fundamental em terrenos que já haviam sido adquiridos. Do sul e sudeste da Bahia até Sergipe, foram meses de viagens em caravanas, em sua maior parte enfrentando grandes trechos de estadas de barro. Chegar em comunidades tão remotas e perceber o brilho nos olhos dos queridos irmãos e irmãs, entusiasmados pela esperança de ver uma igreja construída em sua comunidade, trouxe uma emoção que será lembrada durante toda a vida.
Aldeias indígenas, cooperativas agrícolas, assentamentos rurais, povoados localizados a dezenas de quilômetros da cidade formaram uma paisagem que se tornou comum, ao longo desses dias e meses. A cerimônia consistia em reunir os fiéis no terreno em que a igreja seria construída e orar pela consagração do local e das pessoas presentes. Como símbolo, uma Bíblia era enterrada no solo, mostrando que a Palavra de Deus é a base e o fundamento das doutrinas adventistas. Em muitos casos, uma maquete dos santuários de esperança esteve presente, junto com uma faixa com o logotipo oficial da campanha. Quanta devoção!
Um dos depoimentos que me chamou a atenção foi o do estudante Jônatas dos Santos Correia, de Curituba, povoado da cidade de Canindé de São Francisco, em Sergipe. Ele falou: "Com um santuário aqui, em pouco tempo teremos uma boa igreja, não só na quantidade de membros, mas também na qualidade espiritual". Ele ainda conta que depois que conheceu Jesus, seus objetivos de vida mudaram. "O meu sonho até pouco tempo era ser arquiteto. Mas depois do que eu descobri na Palavra de Deus, meu objetivo é ser um pastor", revelou. É o tipo de depoimento capaz de deixar qualquer pessoa arrepiada com o que Deus é capaz de fazer na vida de seus filhos.
No período mais intenso de caravanas, em menos de um mês, foram realizadas cerimônias de lançamento da pedra fundamental em mais de 50 terrenos. E em boa parte deles as obras avançaram, com o apoio da organização Maranatha Volunteers International – um ministério de apoio à Igreja Adventista, responsável pela construção de igrejas e escolas em mais de 60 países. Os voluntários desta organização trouxeram estruturas modulares que facilitaram a construção da maior parte dos santuários de esperança.
Santuário 500 – No dia 2 de agosto de 2015, na cidade de Lençóis, no coração da Chapada Diamantina, foi inaugurado o Santuário 500. Uma lembrança de que havíamos alcançado a metade do compromisso.
Foi um marco na história da campanha. Com vegetação exuberante e correntes de água em abundância, a Chapada Diamantina é um dos santuários ecológicos do Brasil. Também era uma região desafiadora para o adventismo, onde a Igreja concentra uma de suas menores presenças territoriais.
A celebração do Santuário 500 abriu perspectivas de avanço do Evangelho na região. Inaugurada, a igreja em pouco tempo se tornou sede de distrito pastoral. O projeto Santuários de Esperança demonstrou sua vocação para a ação missionária: logo após a inauguração no período da tarde, houve a distribuição de 15 mil exemplares do livro Viva com Esperança para os moradores de Lençóis. Um tempo depois, jovens voluntários do Projeto Um Ano em Missão revolucionaram a região com o ensino da Bíblia Sagrada.
O fim de uma era - O projeto Santuários de Esperança será concluído durante a realização do evento Tempo de Celebrar, no Estádio do Pituaçu, no dia 29 de setembro de 2018. Pela manhã, a agenda contemplou a inauguração do último santuário de esperança: a igreja adventista do sétimo dia da Paralela, uma das principais avenidas de Salvador, que dá acesso ao aeroporto. Próxima a grandes conglomerados urbanos, a centros administrativos do Estado, em uma região que desafia e estimula para que o Evangelho seja ensinado e vivido.
Durante o período de campanha, a União Leste Brasileira, sede da Igreja para Bahia e Sergipe, em acordo com as sedes administrativas regionais, financiou em média, anualmente, até R$ 20 mil para os distritos pastorais, que se dedicaram a levantar igual valor como contrapartida para o empreendimento. A partir daí, com apoio de grupos como a organização Maranatha Volunteers, foi possível construir congregações em tempo ágil e com baixo custo. Com o custo do terreno e da mão de obra, esses investimentos para a construção da igreja, em média, chegaram perto R$ 100 milhões.
Chegamos em agosto deste ano comemorando o plantio de 946 igrejas organizadas. Tenho certeza que até o final do ano serão plantadas mil igrejas na Bahia e em Sergipe. Toda a honra e toda a glória sejam destinadas a Deus! Nunca houve nada parecido na história da igreja. Bairros, vilarejos e lugares distantes que apenas sonhavam com um templo para adorar a Deus, hoje veem que a Casa do Senhor em sua comunidade é real. Não há palavras para agradecer. Apenas o sentimento de que Deus usou todo um povo para esta vitória única na história da Igreja Adventista na Bahia e em Sergipe.
O projeto Santuários de Esperança terminou. Agora é o momento de preparar as novas gerações para liderar essas novas igrejas, para ensinar e salvar, para levar Jesus Cristo para todas essas comunidades. É um novo desafio para um novo tempo. Esse amanhã precisa começar agora. Oro a Deus para que levante esses novos líderes para alcançar com a Palavra Eterna todas as comunidades de nosso território.
Enquanto isso, é tempo de agradecer. É tempo de celebrar, pelo que Deus fez e fará em nossas vidas.
“Louvem a Deus no seu santuário.
Louvem-No em seu magnífico firmamento.
Louvem-No pelos seus feitos poderosos.
Louvem-No segundo a imensidão de sua grandeza!” – Salmos 150:1 e 2.
Que Deus seja louvado, para sempre!
Geovani Queiroz é pastor e presidente da União Leste Brasileira, sede da Igreja Adventista do Sétimo Dia para Bahia e Sergipe.
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