Simpósio aborda desafios da adoração em sociedade “viciada em tecnologia”
Capim Grosso, BA ...[ASN] A cultura predominante da sociedade atual, marcada pela urgência, busca do prazer e descompromisso, representa um desafio para a adoração cristã. A análise desse contexto motivou a realização de um simpósio sobre o papel da...
Capim Grosso, BA ...[ASN] A cultura predominante da sociedade atual, marcada pela urgência, busca do prazer e descompromisso, representa um desafio para a adoração cristã. A análise desse contexto motivou a realização de um simpósio sobre o papel da adoração na sociedade contemporânea. O evento conseguiu reunir cerca de 250 pessoas em Capim Grosso, BA, cidade a 272 km de Salvador. O município de 26,5 mil habitantes é um conhecido pólo do adventismo, com mais de 2 mil pessoas declarando-se adventistas do sétimo dia, segundo dados do IBGE.
O evento começou na sexta, 22 de abril, com seminário sobre o desafio do homem moderno e sua relação com a adoração cristã. O professor de filosofia Daniel Lins, da Faculdade Adventista da Bahia, analisou como o estilo de vida de uma sociedade imersa em tecnologia afeta a vida do adorador. “Há um vício com a tecnologia. As pessoas querem que tudo aconteça rápido. E há ainda a falta de compromisso. O adorador está no culto, mas quer sair na hora que quiser”, declarou. Segundo Lins, é preciso corrigir a ameaça do imediatismo, e a igreja precisa estar atenta a esse dilema. “Algumas coisas precisam ser duradouras, como a amizade, o relacionamento com Deus, as pessoas precisam se abraçar e é preciso um chamado ao compromisso com as coisas da igreja”, disse.
O professor do curso de Teologia Jean Zukowski, do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), de Engenheiro Coelho, SP, falou sobre a adoração e o sábado. Ele salientou que o sábado constitui base para toda verdadeira adoração. “Não é possível praticar a verdadeira adoração descartando-se o sábado, pois o sábado é elemento central de toda a adoração”, afirmou, baseando-se no texto do capítulo 2 do livro de Gênesis para sua reflexão. Zukowski fez referência à escritora americana Ellen White que, segundo ele, não chamava reuniões de outros dias da semana como culto. Se referia a esses encontros como euniões evangelísticas, reuniões sociais, reuniões de oração. Mas o encontro do sábado se referia sempre como um culto. “É um tempo sagrado, um momento quando o homem entra na presença de Deus”, declarou.
O maestro e professor Pablo Sanches, da Faculdade Adventista da Bahia, apresentou seminário sobre o desenvolvimento da música sacra dentro da igreja cristã. Ele abordou sobre as transformações ao longo da história, falando de estilos, como o canto gregoriano, até chegar ao formato das músicas contemporâneas. O simpósio contou com a participação musical do quarteto Contrastes, sob regência de Pablo Sanches.
O simpósio de adoração foi concluído no sábado, dia 23 de abril, com seminários sobre liturgia e adoração, apresentado por Jean Zukowski, e também sobre o equilíbrio entre religião, religiosidade e fé, em abordagem do pastor Daniel Lins. “Esse simpósio ensinou muito aos participantes sobre sobre adoração, igreja, evangelismo e culto. Também aprendemos sobre como levar esse assunto para outras pessoas. Você percebe nas perguntas e conversas que todo ambiente, embora se tratando de adoração, tem cunho missionário. E por último, aprendemos que todo o nosso culto, toda a nossa adoração, tem Deus como centro de tudo. Ele é o centro de nossas vidas”, disse o pastor João Moreira Matos, líder distrital em Capim Grosso. [Equipe ASN, Heron Santana, com informações de José Moreira Matos)