São Paulo, SP...[ASN] Mesmo aposentado, ele não para. Entre os diversos trabalhos produzidos pelo pastor Alejandro Bullón, está o livro missionário intitulado “A Única Esperança” que será distribuído a milhões de pessoas em 2014 e a produção de filmes religiosos que trazem experiências e histórias da vida real.

1. O senhor é autor de dezenas de livros e projetos. Em sua recente publicação: “A Única Esperança”, o gênero utilizado é a narrativa. Por que adotou esta linguagem literária?

Necessitamos chegar com a mensagem a todas as pessoas. Quem lê um livro religioso? Só aquele que de alguma maneira tem interesse nesse tipo de tema ou, na melhor das hipóteses, aquele que não tem preconceitos. Mas o que dizer a respeito do existencialista, do secularista e do pós - modernista? Como chegar a eles com a nossa mensagem escrita? O ser humano tem uma curiosidade inata. No fundo, todos gostam de saber o que acontece na vida das outras pessoas. Este é o motivo porque os livros de gênero narrativo são os mais vendidos. Viver as histórias dos outros, viajar para mundos desconhecidos sem mover-se de casa, compreender a dor apresentada nas histórias é algo que fascina o homem de todos os tempos.

2. No livro, o senhor fala sobre perdão, sofrimentos e questionamentos sobre Deus, entre outros assuntos. Por que escolheu esses temas?

O livro apresenta as principais doutrinas da igreja, não de maneira fria e apenas conceitual, mas de maneira funcional. As histórias apresentadas mostram como essas doutrinas ajudaram os protagonistas relatados no livro. A doutrina tem como propósito mostrar o caminho da vida eterna e ajudar a pessoa a ser feliz nesta terra, apesar das dificuldades que encontre no caminho. O livro tem esse objetivo.

3. As histórias narradas no livro acontecem com personagens e situações diferentes. Baseado em que o conteúdo do livro foi escrito?

São histórias da vida real. Relatos que recebo pessoalmente ou por cartas. Tenho centenas de histórias para serem escritas. Naturalmente o escritor precisa dar vida à história e é o que eu faço. Descrevo situações, sentimentos, emoções. A história, por exemplo, pode ser basicamente que Pedro, numa determinada noite saiu correndo e morreu. Mas eu descrevo como era a noite, se era escura ou clara, se chovia, se havia lua cheia, se Pedro estava preocupado com algum problema, por que ele caiu, etc. Enfim, detalhes que o escritor precisa relatar para que desperte o interesse do leitor e ele desfrute da leitura.

4. Além de escrever, o senhor desenvolve diversos outros projetos, mesmo depois de aposentado. Exemplo disso foi a produção dos filmes intitulados “A Janela” e “O Resgate”. Quais foram os desafios ao fazer esse trabalho? Fale um pouco sobre o filme e a sua produção.

 Já produzimos dois filmes: “A Janela” e “O Retorno”. O primeiro tem como propósito ensinar à igreja uma maneira simples de se aproximar das pessoas através da amizade para conduzi-las a Jesus. O segundo tem como objetivo trazer de volta as pessoas que saíram da igreja. O filme mostra as falhas cometidas por algumas igrejas que não dão suporte às pessoas. Além disso, fala das lutas de alguém que saiu da igreja, de seu retorno e mostra que ninguém pode ser feliz em águas “impuras” depois de ter nadado em águas limpas. Com relação a produção, produzir um filme não é fácil, requer a participação de muitos profissionais que conheçam bem a nossa mensagem e os nossos objetivos. Requer paciência e perseverança, muita oração e fé.

5. Além de Deus, qual a sua maior fonte de inspiração para produzir filmes?

O que me motivou a produzir filmes é o desejo de lutar contra o inimigo com as mesmas armas que ele usa. Satanás usa os filmes para semear as suas ideias. A banalização do sexo, o homossexualismo, a imortalidade da alma e outras tantas ideias satânicas são colocadas na mente das pessoas escancaradamente, usando a arma poderosa de comunicação de massas. Por que não usar as mesmas armas para colocar na mente e no coração das pessoas as verdades eternas? Sonho com o dia em que a igreja tenha as 28 doutrinas adventistas em forma de filmes. Não vídeos de perguntas e respostas, mas dramas da vida real, onde essas doutrinas mostrem o caminho que Deus tem para os Seus filhos nesta terra.

8. Sobre o adventista trabalhar na área cinematográfica. Qual a sua opinião sobre isso?

Depende do que vai ser produzido. Não acho que um adventista deva fazer cinema só para entreter. Pelo menos eu não faria isso, jamais. Sou um pastor e a minha missão é pregar o evangelho de todas as formas.

9. A indústria cinematográfica religiosa está crescendo no mercado. A procura de filmes desse gênero levou a um crescimento de produções voltadas para o segmento evangélico. O senhor acha possível conquistar um espaço neste meio com o objetivo de evangelização?

Por quê não? Não aproveitamos os livros para espalhar a nossa mensagem? No passado não usamos as fitas cassetes, depois passamos a usar os DVDs? A tecnologia sempre deve ser usada para cumprir a missão que Deus nos deixou.

9. Quais as dificuldades que um produtor evangélico enfrenta ao fazer um filme?

A maior dificuldade é a pirataria. Não se pode produzir um filme sem dinheiro. Quando alguém investe num filme, o mínimo que espera é recuperar o dinheiro investido. É um projeto missionário. Ninguém deseja fazer dinheiro, mas se não se recupera o capital, como se produz outro filme? Todo processo é sofrido. Não somos profissionais da área. E, uma vez o filme pronto, precisamos vendê-lo antes de ser distribuído, porque de outro modo os vendedores ambulantes começam a espalhar o material sob o pretexto de que estão “pregando” o evangelho. [Equipe ASN, Danúbia França]