Os alunos da Faculdade Adventista da Amazônia (Faama) participaram nesta sexta-feira, 17, de uma iniciativa de doação de sangue na Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa). Cerca de 30 alunos, a maioria do Seminário Adventista Latino Americano de Teologia (Salt) se envolveram com a iniciativa.

MEDO DE AGULHA

Felipe Emanuel que  é estudante do primeiro ano do Salt, doou sangue dez vezes nos últimos três anos. Ele explica como adquiriu este hábito. "Eu queria superar o medo de agulha e quis fazer isso doando sangue. Não funcionou. Eu senti medo todas as 10 vezes. Mas vou continuar doando pra ajudar quem precisa", garantiu.

O pastor e organizador do projeto Vagner Rodrigues admitiu estar apreensivo também. "Eu também tenho medo de agulha e nunca doei sangue antes de hoje. Mas nós temos um Deus em quem a gente pode confiar e o processo é totalmente seguro. Envolve médicos, enfermeiros e exames que garantem que tudo corra bem".

MOTIVAÇÃO

Segundo a HEMOPA, uma bolsa de sangue de 500ml pode salvar até quatro pessoas. As solicitações diárias de bolsas de sangue somam 350, enquanto o número de doadores diariamente chega a 200, em ocasiões otimistas, segundo a fundação.

Alessandra Leite, assistente social da fundação HEMOPA comenta a necessidade de doadores voluntários."A doação de sangue é um ato espontâneo de solidariedade e cidadania. Por mais que a gente precise e incentive essa iniciativa, não podemos obrigar ninguém a doar".

O estudante Thiago Pinheiro aponta uma outra motivação pessoal para participar doando. "Eu tenho uma amiga em Paragominas que está com leucemia. Ela precisa de bolsas de sangue com certa frequência e a minha comunidade inteira está focada em ajudá-la", explicou.

Segundo a assistente social, casos como o de Thiago são comuns. "As pessoas geralmente doam quando algum familiar apresenta necessidade. Mas a gente não sabe em que momento eu, você ou alguém da nossa família pode precisar de sangue. O ideal é manter o banco estável para suprir a demanda de seja quem for".

SALVANDO VIDAS

"O SALT forma alunos para cuidarem de pessoas para o resto da vida literalmente e para encaminhar estas pessoas para o reino de Deus. Isso envolve uma prática. Afinal, se a gente ficar apenas na teoria, nosso discurso se enfraquece. Por isso que participar de projetos como este me inspira na minha formação" contou Felipe.

A assistente social reforça a importância da parceria com denominações religiosas. "Nossos grandes parceiros aqui no HEMOPA são os cristãos. Eles são fundamentais para atender a demanda porque a motivação deles é ajudar o próximo, olhar para a necessidade do irmão e atendê-la. Essa sensibilidade nos ajuda e nos socorre sempre", destacou.

"Conforme eu conversei com os responsáveis pela instituição, a Igreja Adventista é uma das que mais se compromete com esse tipo de ação. A Faama está indo pela primeira vez e isso faz diferença porque nossa instituição não está alienada das causas sociais" explanou Vagner.

APELO

O convite para doar sangue surge também a partir das vantagens dos hábitos saudáveis para Felipe: "Os jovens precisam participar mais desse projeto. Por causa da nossa alimentação, nosso sangue pode realmente ajudar muitas pessoas, nós temos menos restrições. Eu torço para que mais pessoas participem de ações como estas para ajudar quem precisa".

Alessandra apela para que a doação também se torne um hábito com data marcada. "Coloque na sua agenda pessoal. As mulheres podem doar de quatro em quatro meses e homens, de três em três meses. Não esperem alguém muito próximo ficar doente. A gente nunca sabe quando alguém vai precisar. Precisamos pensar que para cumprir o objetivo cristão e o objetivo de cidadão o ideal é que nosso banco esteja abastecido para que todos, sem exceção, sejam atendidos".