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Resultados de uma oração incessante

Após quase 20 anos, Neuza não desistiu de interceder por seu filho desaparecido e teve as orações atendidas. 


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Neuza (à esquerda) e Eli (à direita) participavam juntas do grupo "guerreiras de oração" e intercediam por Adilson, filho de Neuza. (Imagem: Emerson Soares)

Adilson Teixeira, natural de Ji-Paraná, em Rondônia, deixou sua casa aos 12 anos por causa da pobreza e da presença de um pai autoritário. Diante dessas circunstâncias, o jovem decidiu ir morar com uma tia, seguindo caminhos que o levaram a perder o contato com sua mãe, Neuza Teixeira.

Ele passou a morar no Mato Grosso e enfrentou diversos desafios. Enquanto isso, Neuza nunca abandonou a esperança de reencontrá-lo. Mesmo diante da aparente impossibilidade do reencontro, ela nunca deixou de orar por isso. 

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Dificuldades e esperança 

“Eu sempre tive uma convivência boa com a minha mãe. Tinha o desejo de voltar para casa, mas fui adiando”, admite Teixeira. No período em que ficou afastado, ele conta que passou por diversas dificuldades, incluindo o envolvimento com as drogas. Ficou preso por três anos e passou por situações que quase o levaram à morte.

Após um acidente de moto, durante uma conversa com seus amigos, ele ouviu que se não tinha morrido naquele acidente era porque alguém tinha uma forte intimidade com Deus e estava intercedendo por ele. “Eu sei que essa pessoa é minha mãe”, confessou. 

Do outro lado da história, Neuza persistiu em suas orações pelo reencontro com seu filho. Mesmo enfrentando a notícia de que ele havia falecido por pelo menos duas vezes, a certeza em seu coração de que ele estava vivo a impedia de cessar suas orações.

Neuza morava na cidade de Ji-Paraná e era membro ativo do templo adventista de Estrela do Oriente, no bairro Parque São Pedro, onde participava do grupo de oração “Guerreiras de Oração”. Tanto nos cultos quanto nas reuniões de oração, ela insistia em seu pedido para que os demais membros intercedessem por seu filho e pelo reencontro com ele.

Neuza (de saia florida, à esquerda) com as mulheres do grupo de oração. (Foto: Arquivo pessoal)

Reencontro e gratidão

Entre aqueles que conheceram Neuza e intercederam em oração por Adilson, estava o casal Eli e Sebastião Dias. Eli também participava do grupo de oração e acompanhou de perto a jornada da amiga em sua angústia. 

“A irmã Neuza tinha um forte desejo de reencontrar o filho e orava muito por isso, além de interceder pela conversão de seu esposo, o irmão Arlindo”, expõe Eli. Como resposta às orações de sua mãe, Teixeira conta que em determinado momento sentiu o desejo de voltar para casa. Com emoção, ele contou que o reencontro com sua mãe foi uma imensa alegria. Para Neuza também. “Meu Deus, com certeza, é o Deus verdadeiro”, expressou após quase duas décadas sem ver o filho. 

Ponto de mudança

Após dois anos do reencontro, Neuza faleceu. Apesar da retomada do convívio com sua mãe, Teixeira ainda lutava com problemas relacionados ao uso de drogas. Ele revela que passou por várias clínicas de reabilitação, porém não conseguia completar os tratamentos, frequentemente interrompendo e postergando seu processo de recuperação.

No ano de 2021, em um sábado pela manhã, ele decidiu visitar a Igreja Adventista no bairro em que cresceu. Foi recebido por um homem chamado Sebastião Dias que, apesar de não o conhecer, o acolheu com atenção. 

Ao perguntar o nome do visitante, Sebastião descobriu que era o filho de Neuza, por quem ele também havia orado durante anos. Ele assegurou ao jovem que o encontro inesperado não foi por acaso. “Sua presença aqui é uma resposta às nossas orações”, comentou Dias. 

Acolhendo Teixeira, Sebastião ofereceu estudos bíblicos a ele, que aceitou prontamente. Recentemente, decidiu entregar a vida a Jesus através do batismo. “Meu maior desejo é encontrar a minha mãe no céu e através do meu testemunho, influenciar outras pessoas que querem voltar para Deus”, declarou Teixeira. 

Adilson Teixeira foi batizado pelo pastor Flávio Santos, no dia 10 de fevereiro. Ao seu lado estão Eli, Sebastião e Vitor, com quem estudou a Bíblia. (Foto: Arquivo pessoal)

Outra oração de Neuza atendida nesse período foi a intercessão por seu esposo Arlindo, que pouco tempo após o falecimento da esposa, decidiu estudar a Bíblia e também foi batizado. 

Unidos na oração 

Flávio Santos, pastor que realizou o batismo de Teixeira, comenta: “O batismo de Adilson é o resultado da perseverança em oração de sua mãe ao longo de muitos anos”. Além disso, ele reforça a importância da oração intercessora como uma oportunidade única para os membros se aproximarem de Deus e uns dos outros, contribuindo para o fortalecimento da igreja por meio da união e da comunhão.

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