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Reinauguração da I Sede Administrativa da Igreja Adventista no Brasil

A Associação Rio de Janeiro passou por uma reforma que durou um ano e seis meses


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Administradores da União Sudeste Brasileira são homenageados pelos da Associação Rio de Janeiro

A Reinauguração da Associação Rio de Janeiro aconteceu na tarde do dia 20 de setembro, um dia a ser incluído no capítulo da história da Igreja Adventista no Rio de Janeiro e no Brasil.

A cerimônia teve início com o descerramento da fita por líderes da Igreja Adventista da União Sudeste Brasileira, líderes da Associação Rio de Janeiro, além de membros, pastores e representantes das outras sedes do estado: Associação Rio Sul e Associação Rio Fluminense.

Equipe de engenharia, arquitetura e assistente da Tesouraria da Associação Rio de Janeiro e equipe da união sudeste foram homenageados pelo excelente trabalho.

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Pastor Hiram Kalbermatter, presidente da União Sudeste Brasileira destacou a importância da Igreja Adventista no Rio de Janeiro, um referencial para a Igreja Adventista na América do Sul. “Foi nesta cidade que chegou o primeiro pastor e diretor de Publicações da Conferência Geral, Lawrence Chadwick, em 1892, para conhecer o território. Em seguida, vieram os colportores para o Uruguai e em 1894 o colportor William Thurston, que fundou aqui o primeiro depósito de livros na Travessa do Ouvidor.

Da mesma maneira como o Rio de Janeiro é um referencial e muito conhecido no Brasil e no mundo, a sede administrativa da igreja aqui no Rio é uma porta de visitas e de abertura para que as pessoas conheçam o que nós defendemos e professamos: a mensagem iminente do retorno de Cristo Jesus”, afirma Kalbematter.

A sede conta com quatro andares, tendo uma nova loja ‘Aporte Store’ para atendimento ao público com a venda de livros [Bíblias, lições da Escola Sabatina e livros evangélicos], materiais didáticos, uniformes escolares, materiais para clubes de Desbravadores e Aventureiros e produtos alimentícios naturais. Nos demais andares, novas salas, novo centro de mídia com estúdio, novo restaurante e um novo auditório com capacidade para 146 pessoas sentadas. Além disso, banheiros exclusivos para cadeirantes e elevador.

O batismo de Adair Soares dos Santos pelo pastor Adelson Santos encerrou a programação

No encerramento da programação, aconteceu o batismo de Adair Soares dos Santos, que atendeu o pedido da filha Bia para ser rebatizado. “Um sentimento de paz e gratidão a Deus, pois passei por tribulações, mas a paz de Deus e os louvores que ouvia na Rádio Novo Tempo, além de sermões que ouvia, sei que Deus enviou anjos para me trazerem de volta. Além disso, foi o pedido da minha filha no dia do batismo dela [semana passada] e aqui estou, feliz e agradecido a Deus por estar de volta!”, relata Adair.

A cerimônia contou com a presença de membros, pastores, amigos e autoridades eclesiásticas das sedes no Rio de Janeiro (Associação Rio Sul, Associação Rio Fluminense e Associação Rio de Janeiro), além dos líderes da Igreja Adventista para a União Sudeste Brasileira.

Quarteto de pastores da Associação Rio de Janeiro cantou várias músicas durante a programação.

Pastor Marcos Aguiar, presidente da Associação Rio de Janeiro, confirma o compromisso desta sede com a pregação do evangelho. “Trabalhamos de maneira holística neste prédio, para que sua arquitetura moderna também pregue sobre a volta de Jesus. Por si só, o prédio proclama a verdade desta mensagem, pois as pessoas que por aqui passam percebem que aqui é um lugar de esperança para a pregação do evangelho”.

Um marinheiro, um folheto e uma verdade

No início da primavera de 1821, o marinheiro Joseph Bates atracou seu navio no porto da cidade do Rio de Janeiro. Ao desembarcar, ficou imediatamente impressionado com a deslumbrante paisagem da cidade, com destaque para o majestoso Pão de Açúcar, que hoje é um ícone turístico renomado. Naquela época, ele não podia prever que, aproximadamente sete décadas mais tarde, seria um dos pilares na disseminação da mensagem adventista pelo mundo, ao tornar-se um líder da Igreja Adventista do Sétimo Dia. [1]

A semente do adventismo começou a ser plantada no Brasil através do folheto em alemão intitulado "Stimme der Wahrheit" (Voz da Verdade), impresso na década de 1880. Este folheto, enviado da Alemanha, chegou a Itajaí, uma cidade portuária no estado de Santa Catarina, na região sul do país. [2] e [3]

A presença adventista no Rio de Janeiro começou a tomar forma quando o pastor Lawrence Creighton Chadwick visitou os estados do Rio e São Paulo em agosto de 1892, a pedido de William White, [filho de Ellen G. White] e diretor de Missões Estrangeiras da Associação Geral. Chadwick, diretor de Publicações da AG, percebeu o potencial do país para a pregação do evangelho. [4] e [5]

Em maio de 1893, Augustus B. Stauffer desembarcou no porto de Santos para iniciar o trabalho de colportagem nas cidades paulistas de Piracicaba, Rio Claro e Indaiatuba. No ano seguinte, Stauffer veio para o Rio, mesmo ano em que Willian Henry Thurston e sua esposa Florence E. Strong estabeleceram-se no estado, na rua Cupertino, perto da estação ferroviária de Cascadura. [6]

O pastor Huldreich Graf foi considerado o primeiro pastor ordenado a atuar em terras brasileiras [chegou em 20 de agosto de 1895]. Graf organizou a primeira igreja adventista no estado do Rio de Janeiro, no bairro do Méier, em 27 de outubro de 1895. Esta foi a segunda igreja adventista organizada no Brasil, sendo a primeira na cidade de Gaspar Alto, Santa Catarina, em 15 de junho daquele mesmo ano, pelo pastor Frank Henry Westphal. [7] e [8]

O primeiro batismo adventista na cidade do Rio de Janeiro ocorreu por volta de junho de 1898, quando o pastor Frederick Weber Spies batizou três pessoas nas águas do Oceano Atlântico, entre eles o casal Valentim e Margarida Jann, citada como a primeira guardadora do sábado na cidade. [9] e [10]

Em julho de 1900 William Thurston criou o primeiro depósito de livros da Igraja Adventista, além disso, organizou e fez a impressão da primeira edição na Língua Portuguesa de “O Arauto da Verdade”, na Typographia e Lithografia Almeida Marques & Cia, com endereço na Travessa do Ouvidor, nº 33, Rio de Janeiro. O periódico adventista, continuou sendo publicado ininterruptamente até maio de 1913. [11]

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Embora os registros da época sejam escassos, é certo que em 1901 já havia pessoas batizadas na cidade do Rio de Janeiro, como Ida Lopes, batizada no rio Taquara, bairro de Jacarepaguá, pelo pastor A. B. Stauffer. Pioneira da Igreja Adventista Central do Rio de Janeiro, em sua casa, na Ilha do Governador, tornou-se o local da primeira Escola Sabatina filial da Igreja Adventista Central do Rio de Janeiro. [12]

Em 1902, foi criada oficialmente a Associação Brasileira, com sede no Rio de Janeiro e subordinada à União Missionária Sul-Americana. Por ser a única associação do país, abrangeu todo o território nacional, que contava com 14.002.335 habitantes. Na Associação estavam 3 ministros ordenados e 1 licenciado, 9 escolas, 8 colportores, 15 igrejas organizadas e 860 membros batizados. Seu primeiro presidente era Huldreich Graf, o secretário e tesoureiro era Augustus B. Stauffer, e a secretária do Departamento da Escola Sabatina era Johanne Rebling.

Em 1915, encontramos relatos dos trabalhos evangelísticos sendo realizados em tendas móveis no Rio de Janeiro por Kümpel e E. C. Ehlers. Oelke era colportor e fiscalizava a tenda, dava Estudos Bíblicos e visitava os interessados. Davis e Kinner, enfermeiras recém-chegadas dos EUA, também ajudavam valorosamente. [13]

Ruth Cabral, atua como anciã da Igreja Adventista Central do Rio de Janeiro, e relembra de uma série de conferências que ela participou na adolescência, no município de Duque de Caxias. “Eu devia ter uns 16 anos, era início da década de 60. Nós ajudávamos a distribuir folhetos para convidar as pessoas, e ao final do programa, recolhíamos as lições para corrigir. Pastor Henry Feyerabend era o orador e cantava com o pastor Joel Sarli, acompanhados pela pianista Cibele Botelho”, descreve Ruth.

Ruth Cabral participou de série de conferências em tendas na década de 60.

Esses eventos históricos marcaram o início da trajetória adventista no Rio de Janeiro e no Brasil como um todo, lançando as bases para o crescimento e a propagação da mensagem adventista ao longo dos anos, uma jornada que se expandiu, espalhando a mensagem adventista e deixando um legado duradouro.

Primeiras Instituições

Ao longo dos anos, muitos nomes diferentes foram dados à Associação Rio de Janeiro, primeira sede da Igreja Adventista no Brasil, entre eles:

  • 1902 – Associação Brasileira
  • 1906 – Missão Norte do Brasil
  • 1910 – Missão Rio-Espírito Santo
  • 1919 – Missão Rio de Janeiro
  • 1931 – Missão Rio-Minas
  • 1951 – Associação Rio-Minas
  • 1980 – Associação Rio de Janeiro
Fonte: “Conferência Brasileira”, Anuário Adventista do Sétimo Dia (Washington, DC: A Conferência Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, 1904), 72.

Por ocasião de sua fundação em 1918, a União Norte Brasileira foi responsável pela obra adventista em grande parte do território nacional, desde o oeste de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, aos estados do nordeste e norte do Brasil. Naquela época, a união tinha 916 membros adventistas registrados distribuídos por um grande território da região. [15]

1919 - Sede administrativa da Associação Rio de Janeiro e Igreja Adventista Central do Rio na Rua Maia Lacerda. Foto: Arquivo ARJ

Tendo em vista a necessidade de atender a igreja, em 1919 foi criada a União Este Brasileira (UEB) com a atribuição de administrar a igreja em parte do Estado de Minas Gerais, mais os Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará, Maranhão, Pará, Amazonas e o Distrito Federal. A partir dessa reconfiguração da União, a então Missão Rio-Espírito Santo passou a ser chamada de Missão Rio de Janeiro (MRJ) com a tarefa de atender especificamente o Estado do Rio de Janeiro e o Distrito Federal (que ainda estava sediado na Cidade do Rio de Janeiro – 1763 a 1960). [16]

Essa união passou por algumas mudanças de status e território desde sua organização, começando com a mudança de nome em 1921 para a União Este Brasileira, e a transferência da sede para a cidade do Rio de Janeiro. O primeiro presidente foi o Pastor Henry J. Meyer, juntamente com o Pastor W. A. Ernenputsch como secretário e tesoureiro. Em 1923, obteve sua primeira sede na cidade do Rio de Janeiro, na Rua Maia Lacerda, nº 46, no bairro do Estácio. Até esse momento, o escritório funcionava na casa de Henry Meyer, na Rua Piauhyn, nº 67, bairro Engenho de Dentro, Rio de Janeiro. [17]

Em 1939 foi criado o Instituto Petropolitano Adventista de Ensino, localizado na região de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro. O Pastor John D. Hardt foi nomeado primeiro diretor do instituto, de 1939 a 1940. [18]

Em 22 de novembro de 1942, líderes da União Este Brasileira inauguraram a segunda unidade médica adventista em solo brasileiro, a Clínica de Repouso White, hoje conhecida como Hospital Adventista Silvestre. No início do século XIX, a instituição ficava em um prédio de três andares, que tinha 14 salas, no bairro de Santa Teresa, Rio de Janeiro. Anos mais tarde, essa clínica foi para outro endereço no bairro do Cosme Velho, no Rio de Janeiro, onde permanece até hoje. Atualmente, seu nome é Rede Adventista Silvestre de Saúde. [19] e [20]

Entre tantos avanços históricos e evangelísticos da igreja Adventista na América do Sul, o Rio de Janeiro tem grande parte por contribuir para seu crescimento. E através de sedes, igrejas, escolas, internatos, hospital. Todas as suas frentes com o mesmo objetivo: pregar a mensagem da volta de Jesus e Seu desejo de estar com todos os Seus filhos no céu.

Cronologia dos Administradores da Associação Rio de Janeiro

Presidentes:

Huldreich Frederick Graf (1902 a 1905); Frederico Weber Spies (1906 a 1912); Henry Meyer (1913); F. R. Kümpel (1914 a 1918); Henry Meyer (1919); Ricardo José Wilfart (1920 a 1924); Frederico Weber Spies (1925 a 1926); C. C. Schneider (1927); H. G. Stoehr (1928 a 1930); Elli M. Davis (1931 a 1935); Gustavo S. Storch (1936 a 1938); John H. Boehm (1939 a 1946); Roger Wilcox (1947 a 1948); John Baerg (1949); Emmanuel Zorub (1950 a 1955); Rodolfo Belz (1957 a 1958); Roberto Mendes Rabelo (1959); Rubens Segre Ferreira (1960 a 1968); Djacy Barbosa (1969 a 1973); Josino Dias Campos (1974 a 1975); José Belesi Filho (19776 a 1977); João Izídio da Costa (1978 a 1983); Helmuth Ari Gomes (1984 a 1992); Gustavo Roberto Schumann (1993 a 2002); Marcos Osmar Schultz (2003 a 2010); Montano de Barros Netto (2011 a 2014) e Marcos Antonio Martins de Aguiar (2015 até hoje).

Secretários:

A. B. Stauffer (1902 a 1904); A. Pages (1905 a 1913); P. Hennig (1914 a 1915); L. Lotz (1916); A. Pages (1917 a 1918); W. A. Ernenputsch (1919); F. C. Varney (1923); Guilherme F. Ebinger (1924); G. E. Hartman (1925); U. Wissner (1926); Otto M. Groeschel (1927 a 1930); Edwino Langenstrassen (1931 a 1933); U. Wissner (1934 a 1936); Edwino Langenstrassen (1937); M. Fuhrmann (1938 a 1939); F. Vegele (1940); J. P. Lôbo (1942 a 1949); Palmer Harder (1950 a 1953); H. E. Bergold (1955 a 1957) Max Fuhrmann (1958 a 1960); Djacy Barbosa (1961 a 1968); Holbert Schmidt (1969 a 1971); Maximilian Fuhrmann (1972 a 1979); Terso O. Duarte (1980 a 1982); Jarci Lourenço Reis (1983); Marco Antonio do Rego Valença (1984); Jarci Lourenço Reis (1985); Samuel Zukowski (1986); Jean Oliveira Dourado (1987 a 1998); Amarildo Ferreira dos Santos (1999 a 2000); Otoniel Almeida Fonseca (2001 a 2002); Carlos Alberto Palma Santos (2003 a 2006); Evanir da Rocha Pires (2007 a 2010); Marcos Antonio Martins de Aguiar (2011 a 2014); Matheus Leite Tavares (2015 a 2017); Valdomiro Alves dos Santos (2018 a 2019); Jean Robson de Campos Saturnino de Abreu (2019 a 2020); Fernando Batista da Silva Júnior (2021 até hoje).

Tesoureiros:

A. B. Stauffer (1902 a 1904); A. Pages (1905); A Pages (1911 a 1918); W. A. Ernenputsch (1919); F. C. Varney (1923); Guilherme F. Ebinger (1924); G. E. Hartman (1925); U. Wissner (1926); Otto M. Groeschel (1927 a 1930); Edwino Langenstrassen (1931 a 1933); U. Wissner (1034 a 1936); Edwino Langenstrassen (1937); M. Fuhrmann (1938 a 1939); F. Vegele (1940); J. P. Lôbo (1942 a 1949); Palmer Harder (1950 a 1953); H. E. Bergold (1955 a 1957); Max Fuhrmann (1958 a 1960); Djacy Barbosa (1961 a 1968); Holbert Schmidt (1969 a 1971); Maximilian Fuhrmann (1972 a 1979); Terso O. Duarte (1980 a 1982); Jarci Lourenço Reis (1983 a 1992); Ivo de Azevedo Vasconcelos (1993 a 1995); Hermes Demarche (1996 a 1998); Salomão Sarmento de Souza (1999 a 2002); Armando Luiz Oliveira da Silva (2003 a 2011); Leonardo do Rosário Pombo (2012 a 2019); Alexandre da Silva Lopes (2019 a 2023); Marco Antonio Celestino (2023 até hoje).

Fonte Cronologia dos Administradores ARJ

Referências:
  1. As Aventuras do Capitão Bates, p. 137 e 138
  2. Michelson Borges, Raízes da Nossa História
  3. Centro de Pesquisas Ellen G. White
  4. Tércio Sarli, Revista Adventista, dezembro de 1988, p. 22
  5. Michelson Borges, O Poder e o Papel das Publicações Adventistas
  6. História da Estrutura Denominal (Tatuí, SP: Editora Brasil), p. 57.
  7. Idem 2.
  8. Arquivo do Centro Nacional de Memória Adventista, “Graf, Huldreich F. (1855-1946).
  9. F. W. Spies, Experiências no Brasil, The Advent Review e Sabbath Herald 75, no. 43 (outubro de 1898): 686.
  10. H. J. Meyer, Revista Adventista, janeiro de 1957, p.11
  11. Rubens S. Lessa, Revista Adventista, julho de 1990, p.7
  12. Igreja Adventista Central do Rio de Janeiro
  13. E. C. Ehlers, Revista Adventista, abril de 1915, p. 3 e 4
  14. Leônidas V. Guedes, Renato F. Silva, Adolfo Suarez, Enciclopedia of Seenth-Day Adventists
  15. Ibdem 14
  16. Ibdem 14
  17. Ibdem 14
  18. Ibdem 14
  19. Erlo Köhler, Revista Adventista, setembro de 1972, p. 20 e 21
  20. Cláudio C. Belz, Revista Adventista, agosto de 1966, p. 11 e 12