Feira de inclusão em Belém mostra empreendedorismo de mães atípicas
Rede Adventista de Apoio à Família Autista (RAAFA) levou ao Conecta PCD histórias inspiradoras de mães que empreendem para cuidar dos filhos.

Há feiras que vendem produtos. E há feiras que compartilham mundos. A Rede Adventista de Apoio à Família Autista (RAAFA) para o Pará marcou presença com um estande que mostrou o talento e o empreendedorismo de famílias atípicas durante a exposição “Conecta PCD”. Esse se tornou um dos casos em que propósito e empreendedorismo caminham juntos.
Realizada pela Prefeitura de Belém em parceria com o Governo do Estado, organizações locais e empreendedores, a feira aconteceu nos dias 19 e 20 de outubro, na Estação das Docas, capital paraense. O objetivo: promover inclusão e valorizar o empreendedorismo entre pessoas com deficiência. Mais de 200 participantes entre ONGs, empresas e projetos sociais estavam presentes. A ideia era fortalecer redes de apoio, criar oportunidades e dar visibilidade às famílias que enfrentam, com criatividade e fé, os desafios de pessoas com deficiência.
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Mães que transformam desafios em propósito
No estande da RAAFA, o público conheceu histórias de mães que transformaram o cuidado com os filhos autistas em empreendimentos sustentáveis e inspiradores. Uma delas é a empreendedora Letícia Lobato, mãe de Daniel, de 14 anos. Ela começou a confeccionar materiais pedagógicos adaptados para ajudar o filho na alfabetização. E acabou descobrindo uma vocação.

“Eu criei jogos e atividades para ensinar o Daniel, e as terapeutas ficaram encantadas. Outras crianças começaram a usar, e hoje empreendo com brinquedos sensoriais e materiais educativos”, contou Letícia, fundadora da marca L’Arte Materiais Adaptados e parceira da RAAFA.
Seus produtos incluem jogos de sílabas, painéis de associação e livros sensoriais. E chamaram a atenção de pais e profissionais durante a exposição. “As crianças aprendem brincando. E, quando isso acontece, a gente sente que o amor também está ensinando”, completou a empreendedora.
Empreender como ato de fé e cuidado
A pedagoga e especialista em inclusão para transtornos do neurodesenvolvimento, Kelly Torres, diretora da RAAFA no Pará, explicou que a presença da rede no Conecta PCD expressa seu propósito: apoiar famílias que enfrentam o autismo e outras deficiências com dignidade, fé e ação. “Quando há uma pessoa com deficiência em casa, os custos aumentam e muitas mães deixam o trabalho formal. O empreendedorismo surge como caminho de sustento e autoestima”, destacou Kelly.

Durante a feira, o estande da RAAFA também distribuiu literatura missionária — como o livro O Grande Conflito — e folders sobre os grupos de apoio da rede, que já alcançam mais de 3 mil famílias em dez países.
Inclusão que nasce no afeto
A presença da RAAFA no Conecta PCD lembrou que a verdadeira inclusão começa no afeto e se fortalece com fé em movimento. “Cada família que passa pelo nosso estande descobre que não está sozinha. Há uma comunidade inteira disposta a acolher, orientar e orar junto”, disse Kelly Torres.
Além das mães empreendedoras, o espaço também reuniu trabalhos de artesãs atípicas ligadas à Associação Paraense de Doenças Raras, ampliando o alcance das ações solidárias.

Neste ano, o evento integrou o calendário preparatório da cidade para a COP30, com debates sobre acessibilidade urbana, políticas inclusivas e empreendedorismo social.
Conheça a RAAFA
Fundada em 2020, a Rede Adventista de Apoio à Família Autista (RAAFA) nasceu da experiência pessoal de Keiny Goulart e pastor Marlon Bruno Oliveira, após o diagnóstico de autismo do filho, Derek. Hoje, a rede integra o Ministério Adventista das Possibilidades (MAP) e oferece apoio espiritual, emocional e prático a famílias no Brasil e em outros nove países.
Além dos grupos de apoio, a RAAFA promove o Sábado Azul, cursos, webinars internacionais e parcerias com iniciativas como o programa Anjinhos da Esperança, da Rede Novo Tempo. Tudo para ampliar a representatividade e o acolhimento às pessoas com TEA.
Em Belém, a participação no Conecta PCD mostrou que fé, afeto e inclusão não são apenas valores, são ferramentas de transformação social. “Cuidar de uma criança autista é também cuidar da alma de quem cuida. E é isso que a RAAFA faz — transforma cuidado em missão”, disse a diretora da rede para o Pará, que atualmente conta com 155 famílias. Quem desejar fazer parte pode ter acesso através do link do canal de WhatsApp da rede.
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