A poucos dias da COP30, conferência global do clima que acontecerá em Belém, no Pará, a Igreja Adventista do Sétimo Dia na região Norte do Brasil lançou uma plataforma inédita que conecta fé, meio ambiente e ação prática. O site Coração Verde (coracaoverde.org) propõe uma jornada de conscientização espiritual e ambiental, inspirada na crença bíblica do criacionismo — a convicção de que o cuidado com a Terra é uma extensão do amor ao Criador.

A iniciativa é do Ministério Jovem e Universitário em parceria com o Departamento de Comunicação, ambos da sede administrativa adventista para o norte do país. O projeto nasce com o objetivo de mapear e divulgar ações ambientais realizadas por comunidades e instituições adventistas, além de oferecer um ambiente de reflexão teológica e científica sobre criacionismo e sustentabilidade.

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O hotsite Coração Verde funciona como um agregador de conteúdos voltado à conscientização ambiental e seu propósito criacionista. Reúne notícias, vídeos, e-books, artigos científicos, documentos oficiais da Igreja e materiais para download, todos organizados de forma intuitiva e visualmente limpa, oferecendo uma experiência de navegação leve, inspiradora e educativa.

Mais do que um repositório digital, a plataforma pretende se tornar um mapa vivo das ações ambientais adventistas no Brasil, valorizando iniciativas locais e mostrando como a fé pode se traduzir em atitudes concretas de preservação.

“O nome Coração Verde simboliza vida, fé e cuidado com a Criação”, explicou o pastor Sosthenes Andrade, diretor do Ministério Jovem e Universitário para o norte do Brasil. “É uma convocação para que cada visitante participe de um movimento de esperança e transformação, reconhecendo a soberania de Deus sobre todas as coisas criadas e obedecendo ao Seu desejo de que a humanidade ‘cultive e guarde’ o planeta”, disse.

A visão criacionista do cuidado com o meio ambiente

Para o professor Francislê Neri de Souza, diretor do Instituto de Pesquisa em Geociência (GRI, da sigla em inglês) para a América do Sul, o projeto traduz de forma prática o que a teologia criacionista sempre ensinou: “Um cristão criacionista é, por essência, um conservador da natureza. Cuidar da Criação é um ato de fé. A Bíblia é clara: Deus destruirá aqueles que destroem a Terra (Apocalipse 11:18). Portanto, proteger o meio ambiente é também uma forma de adorar o Criador”, afirmou.

Neri lembra que, segundo a visão bíblica, o planeta será restaurado na volta de Jesus, mas até lá, os seres humanos continuam habitando a “casa” criada por Deus e por isso devem tratá-la com zelo.

“Alguém que mora em uma casa que será demolida para uma restauração continua morando nesta casa e precisa mantê-la sustentável e limpa. De igual forma, mesmo sabendo que o mundo será purificado e renovado, continuamos morando nele", detalhou.

Para o acadêmico, não há contradição entre esperar o novo céu e cuidar do planeta atual. Para um cristão criacionista, cada gesto de proteção ambiental é um testemunho vivo da fé no Deus Criador e da esperança na restauração final.

Ciência e fé, lado a lado

O Instituto de Pesquisa em Geociência, ligado à sede sul-americana da Igreja Adventista, tem o papel de integrar pesquisa científica e fé bíblica no estudo das origens. O órgão atua promovendo seminários, publicações e programas de pesquisa que reafirmam o modelo criacionista, com base na interpretação das Escrituras.

“O GRI se congratula intensamente com o projeto Coração Verde”, afirmou Neri. “Ele promove a integração entre ciência, fé e cuidado ambiental — mostrando que a verdadeira restauração do planeta começa em um coração transformado.”

Um convite à ação

O Coração Verde se alinha ao portal Origens, principal iniciativa criacionista da Igreja Adventista no Brasil, e reforça a ideia de que crer no Criador é também agir como mordomo da Sua obra.

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