"Quebrando o Silêncio" alcança escolas públicas em Salvador
Ações aconteceram em mais de 40 escolas para cerca de 1.100 alunos e 440 pais, com palestras e distribuição de revistas sobre o tema.
No dia 20 de agosto, alunos da Escola Municipal Hildete Lomanto, em Salvador, receberam o Projeto Quebrando o Silêncio. Na ocasião, estudantes do Fundamental II assistiram às apresentações e diversos exemplares de revista teen do projeto foram distribuídos. Ao longo do mês de agosto, mais de 40 escolas municipais foram visitadas e receberam diversos palestrantes, além dos materiais informativos, alcançando mais de 1.100 alunos e cerca de 440 pais, gestores e professores.
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O projeto acontece desde 2002 e, dentro do tema em destaque deste ano sobre abuso sexual infantil, foram apresentados dados estatísticos e orientações sobre o cenário atual, principalmente na Bahia. De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH), somente nos primeiros cinco meses deste ano, foram feitas mais de 4.700 denúncias de crimes contra crianças e adolescentes, registrados pelo canal Disque 100, sendo mais de 1.500 delas queixas de cunho sexual, o equivalente a dez denúncias por dia.
Segundo Andreia Lago, especialista em inteligência emocional e comportamental humana, alguns sinais podem ser percebidos entre as crianças que podem ajudar a identificar possíveis casos de abuso. “A criança passa a ter pesadelos, ela pode começar a ter um comportamento muito agitado em sala de aula, além de expressar em desenhos simbólicos”, observa. A especialista ainda orientou sobre a importância de acionar o Conselho Tutelar e fazer a denúncia, inclusive podendo ser de forma anônima, quando identificado o abusador.
Sayonara Andrade, líder do Ministério da Mulher para região metropolitana de Salvador, observou sobre a importância de ensinar às crianças a correta identificação dos órgãos genitais, um conhecimento que pode ajudá-las a não serem enganadas por terceiros. “Além do público adolescente, temos feito o trabalho em escolas com crianças a partir de 5 anos, com toda uma linguagem adequada para cada idade, graças à revista da Turma do Nosso Amiguinho. Também temos feito palestras com os pais dos alunos para falar da importância de nomear as partes íntimas das crianças corretamente”, destaca.
O movimento foi além e alcançou as ruas de Salvador no sábado, dia 24 de agosto. Centenas de pessoas se mobilizaram com cartazes e distribuíram cerca de 300 mil panfletos em passeatas pelas vias públicas da cidade, levando mensagens de alerta e trazendo atenção para o tema.