Por Felipe Lemos

 

A publicitária Miriam Shirley da Silva acumula uma experiência considerável na área comunicacional. Com 20 anos de atividades no mercado publicitário nacional e internacional, ela foi homenageada recentemente com o Prêmio Caboré na categoria de Profissional de Mídia, considerada a maior premiação da propaganda brasileira. O Prêmio foi criado em 1980 pelo grupo Meio & Mensagem para ajudar no desenvolvimento da indústria da comunicação brasileira. Curiosamente o nome tem a ver com uma ave de rapina, da família das corujas. Salles Neto, fundador do grupo Meio & Mensagem, disse, certa vez, que a alusão à ave era devido ao fato de ser um animal com inteligência privilegiada e atento a tudo o que ocorre na floresta. Nada mais real quando se trata da trajetória profissional de Miriam Shirley.

Adventista do sétimo dia, membro da Igreja de Moema, em São Paulo, a publicitária é atenta a tudo, inclusive, a maneiras de fazer a diferença, sob o ponto de vista espiritual, em um meio com tantos interesses e orçamentos astronômicos das maiores empresas do País. Miriam, natural de Lavras, atuou por oito anos como diretora-geral de Mídia da Ogilvy & Mather, seis anos como diretora-geral e vice-presidente sênior da Starcom Worldwide, na Cidade do México, passou pela Leo Burnett Chicago e Leo Burnett Brasil. Gerenciou verbas de mídia de alguns dos mais importantes anunciantes do mercado como Procter & Gamble, Coca-Cola, GM, Magazine Luiza e GSK. Hoje é copresidente da Publicis, a terceira maior agência do Brasil, com 410 funcionários e 15 grandes clientes de nome nacional e internacional. A Agência Adventista Sul-Americana de Notícias (ASN) conversou rapidamente com a publicitária.

Fale da sua trajetória profissional e o que significa esse reconhecimento esse ano?

Minha trajetória profissional não foi muito fácil, não passei por todas as etapas normais de um estudante. Fui aprendendo na garra e procurando sempre me dedicar e aprender muito. Cheguei numa agencia de publicidade por acaso e daí fui crescendo e passando por vários desafios. Cheguei a trabalhar numa agencia de publicidade em Chicago, nos Estados Unidos, e depois na Cidade do México sem ainda ter conseguido um diploma, fui concluir a minha faculdade 20 anos depois de carreira.

Como você, cristã adventista, enxerga as oportunidades de difundir valores bíblicos no meio publicitário brasileiro, responsável por receitas milionárias da comunicação de grandes organizações?

Eu acredito muito que as oportunidades vêm da sua comunhão com Deus e a sua criatividade, nesse meio ser cristã não combina muito, mas se Deus me colocou aqui eu me entrego para Ele me usar. O importante é todos os dias pedir ao Espirito Santo que te conduza para falar de Jesus pelo menos para uma pessoa por dia. Um cristão nem sempre escolhe o meio onde está inserido, mas sempre pode escolher como agir dentro desse meio.

Qual é o seu trabalho diário e como você vê a publicidade em tempos de profunda migração de verbas e públicos para os canais digitais?

Meu trabalho diário é muito intenso, são várias marcas de categorias diferentes e essa dinâmica de conhecimento que eu gosto. Por exemplo, uma hora estou falando da categoria de carros e à tarde estou falando de material de construção. O publicitário e especificamente o mídia (a minha área) tem de entender os gostos, interesses do consumidor, quais são suas paixões o que ele gosta de ver e ler, entendendo esse consumidor com certeza você estará investindo também nos canais digitais. Hoje é difícil encontrar alguém que não tenha acesso a internet ou as redes sociais. O importante é saber a qual a mensagem certa para cada público e qual o melhor meio para alcança-lo.