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Projeto Sabor Solidário entrega marmita para pessoas em situação de rua

A ação acontece aos sábados à noite na cidade de Sorocaba desde setembro de 2020


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Na igreja são montadas em média 70 marmitas, a comida já vem pronta de casa.

Membros da Igreja Adventista Central de Sorocaba se reúnem aos sábados à noite para mais uma ação social do Projeto Sabor Solidário. Por volta das 18h começa a montagem das quentinhas na cozinha da igreja. No cardápio geralmente vai arroz, feijão, farofa, legumes e alguma proteína. A iniciativa surgiu de membros de uma unidade da Escola Sabatina que resolveram doar seu tempo e recursos para ajudar moradores de rua.

Infelizmente a desigualdade social, o desemprego, os vícios em drogas, conflitos familiares, entre outras coisas, é a realidade de muitas pessoas que vivem embaixo de pontes, abrigos e calçadas. Na cidade de Sorocaba o cenário não é diferente das grandes cidades - pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Dirceu Neves há 27 anos mora na rua. Ele já é conhecido da equipe.

Depois de tudo preparado é a hora sair para fazer a entrega em diversos pontos da cidade. Ao chegar no local as pessoas já reconhecem a equipe e logo se aproximam para receber a doação. José Aparecido Lopes, 49 anos, conta que veio da cidade de Bauru e que largou da mulher por problemas no casamento. “Eu tenho uma profissão, sou borracheiro. Mas não consigo emprego, tá difícil. Eu fico emocionado toda vez que recebo a marmita pois essa comida vem de Deus. Eu durmo na rampa do supermercado da rodovia”, diz.

Envolvimento das famílias

Neste último sábado, dia 15, Alex Antunes da Silva estava com toda a sua família na ação. Os seus dois filhos e esposa ajudaram na montagem das marmitas e apoio no momento da entrega. “Eu ajudo desde o início do projeto. As pessoas têm necessidade não só de alimento, mas de atenção e carinho. A participação dos meus filhos é importante para eles saírem da cápsula e sentirem a realidade da situação do outro lado e ajudar”, comenta Silva.

Cobertores novos e roupas usadas são entregues junto com a comida.

Elisabete Paula veio da região rural do município de Apiaí. Há 10 anos ela vive nessa situação de rua. Ela mora com o seu companheiro debaixo uma lona improvisada perto de um córrego. “Não tenho ajuda de parente nenhum. Hoje, se não aparecessem vocês a gente não teria nada para comer. O mais difícil pra mim é o acesso ao banheiro”, desabafa.

No final do ano passado Edna Tiemi entrou no grupo de voluntários do projeto, junto com o seu marido e filho. Ela conta que estar envolvida é motivo de alegria e gratidão. “A gente as vezes reclama de muita coisa. Na verdade a gente tem de tudo. As pessoas lá fora estão passando necessidade e, o pouco que fazemos faz muita diferença para elas.”

Mais que um alimento

Uma palavra de esperança e oração acompanha a entrega.

Ismael do Nascimento Ezequiel destaca que desde o início do projeto não aconteceu nenhuma falha na entrega das marmitas aos sábados. O grupo durante a semana já define os ingredientes e a disponibilidade de cada na próxima ação. “Para mim é muito realizador em poder ajudar. Na semana passada, depois de orar com uma pessoa, ela começou a chorar. Elas sentem quando a gente faz com amor. Estamos minimizando o sofrimento delas. Mas ainda é pouco perto do que Jesus tem feito por nós”, diz Ezequiel.

Ainda Ismael revela que o custo de produzir as marmitas é muito baixo e incentiva a formação de novas equipes. "Com dois quilos de feijão, cinco de arroz, cinco quilos de proteína e um quilo e meio de farofa, dá para fazer 70 quentinhas. Ainda, a Ação Solidária Adventista da nossa igreja sempre nos ajuda com o arroz e feijão", conclui.