Na sexta feira, 22, alunos do Colégio Estadual Alfredo Parodi, em Curitiba, receberam o Projeto Quebrando o Silêncio. Na ocasião, estudantes do Fundamental ll e Ensino Médio assistiram as apresentações, dirigidas pela pedagoga Evelize Escher.

Dentro da temática foram abordados dados estatísticos que mostram o quadro atual e alarmante de gravidez precoce em adolescentes no Brasil e as implicações pessoais, sociais e financeiras, que envolvem a adolescente durante a gravidez e após o nascimento do bebê. O site da Biblioteca Virtual de Saúde- BVS, do Ministério da Saúde, publicou recentemente um dado preocupante: “o número de bebês com mães de até 14 anos soma 19.330 nascimentos no ano de 2019, o que significa que a cada 30 minutos, uma menina de 10 a 14 anos se torna mãe”.

Segundo a palestrante, prevenção contra a gravidez precoce vai muito além do uso de métodos contraceptivos. “Os adolescentes, em sua maioria, não têm uma rede de apoio, que mostra a realidade de suas escolhas. O mundo ao redor deles segue uma corrente de pensamento em que você pode fazer o que quiser e ser quem você quiser, mas não mostra as consequências das escolhas”, observa.

Diversos fatores contribuem para a gestação na adolescência, mas a desinformação é uma das principais causas. Para a líder do Ministério da Mulher, da região sul do Paraná, que tem levado as palestras e materiais do projeto as escolas públicas, Keila Marques, informação e diálogo podem mudar as estatísticas. “Acredito que conseguimos mudar uma comunidade com a conscientização dela”, afirma.

De acordo com a diretora da unidade escolar, Cristiana Gohr, o conteúdo gerou reflexão. “Vemos com bons olhos o empenho da equipe para trazer informações sobre estatísticas do número de adolescentes, que por falta de orientação, iniciam a gestação precoce, muitas vezes sem condições econômicas, afetivas e emocionais”, ressalta a educadora.

Histórico do Projeto

O Quebrando o Silêncio é uma iniciativa da Igreja Adventista do Sétimo Dia, promovida em oito países da América do Sul, (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai).  O projeto teve início em 2002 e desde então, é realizado anualmente, sempre com temáticas que envolvem a prevenção contra o abuso e a violência doméstica.