Quase 500 adolescentes de cidades da região central do Rio Grande do Sul foram convocados no dia 29 de março a fazer parte de um verdadeiro batalhão, cujo objetivo é colaborar de forma direta com o trabalho de evangelismo da Igreja Adventista do Sétimo Dia. De maneira simbólica, eles fazem parte do exército chamado de “Os 300 de Gideão”, iniciativa que tem ocorrido de forma regional nos três estados do Sul do Brasil.

Na história bíblica registrada no livro de Juízes, nos capítulos 7 a 9, o personagem Gideão viu, de forma surpreendente, as forças de batalha israelitas serem reduzidas de 32 mil para apenas 300 combatentes, após uma espécie de processo seletivo orientado por Deus. Mesmo assim, com uma estratégia inesperada e sem precisar entrar em confronto direto, eles conseguiram a vitória contra um exército de 120 mil soldados ao utilizar o fator surpresa, causando pânico entre os inimigos. A história destaca não apenas coragem, mas estratégia, preparo e fé como elementos-chave para superar desafios.

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Diante desse contexto, os adolescentes foram não apenas levados a consagrar suas vidas, mas também motivados a serem ousados e utilizarem todo o tipo de recursos oferecidos para espalhar a mensagem de Deus ao mundo, começando pelos mais próximos. Eles tiveram aulas sobre como convidar alguém e oferecer estudos bíblicos, dicas práticas de oratória, como formar um pequeno grupo de estudos e formas de evangelizar nas redes sociais. Os seminários foram ministrados por pastores distritais e líderes adventistas ligados às principais frentes missionárias da Igreja na região.

A diretora do Ministério do Adolescente para a região central do Rio Grande do Sul, Samara Zabel, ressalta que a iniciativa aproveita as características e particularidades desta faixa-etária para que a mensagem de salvação alcance novas pessoas. “O propósito desse projeto é exatamente preparar essa nova geração que chega com tanta disposição, vigor, força, alegria em poder falar de Jesus. Só que a maioria deles ainda não sabe como. Por isso, o caminho é ensiná-los”, explica.

Na mesma linha, o pastor e presidente da Igreja Adventista na região, Ilson Geisler, destaca que o preparo dos mais novos para o evangelismo é uma urgência do presente e que deve colaborar com o futuro da Igreja. “Eles [os adolescentes] não são a igreja do amanhã. São a igreja do hoje, e justamente hoje precisam aprender a serem missionários. Quando se tornarem jovens ou ainda quando vier a idade adulta, vão continuar sendo missionários”, pontua o líder.

Influência para os mais jovens

Pensando na facilidade que os mais novos possuem com tecnologia, o evento trouxe a influenciadora digital Ana Ju para compartilhar seu testemunho de vida. Ela desenvolve um ministério por meio de seu perfil pessoal no Instagram, e tem inspirado muita gente a se conectar com Deus na rotina do dia a dia, forma que escolheu para pregar o evangelho desde a pandemia.

“Um cristão de braços cruzados não combina com o Deus de braços abertos, mas é preciso lembrar que nós compartilhamos aquilo com o qual o nosso coração está cheio. Quanto mais de Deus eu conheço, mas eu vejo o quanto Ele é bondoso, amoroso, e meu desejo de compartilhá-lo com outras pessoas aumenta. Isso faz com que eu queira conhecê-lo cada vez mais para que eu tenha, também, mais para oferecer”, conta a jovem.

Ao final do evento, cada adolescente foi convocado a firmar um propósito de espalhar as boas notícias do amor de Deus com os seus amigos. Para isso, os participantes foram presenteados com Bíblias personalizadas para os estudos bíblicos. E já tem gente super motivada para colocar esse aprendizado em prática.

Nathália Pacheco, que frequenta o templo adventista do bairro Esplanada, em Caxias do Sul, deve aumentar o envolvimento missionário em breve. “Toda noite de domingo, eu tenho estudado a Bíblia com uma amiga minha que, inclusive, esteve nesse evento e, agora, já estou orando por outras pessoas que tenho em mente para realizar um estudo bíblico com elas”, conta.

Já o adolescente Felipe Becker, da igreja adventista central de Lajeado, ficou feliz por ter aprendido maneiras de falar de Jesus a quem convive com ele. “Eu tenho um amigo que está saindo da minha escola e indo para outra, mas depois do que o pastor [Jefferson] ensinou nas aulas, vou orar por ele por cinco dias, tentar conseguir dinheiro para presenteá-lo com um chocolate – e depois oferecer um estudo bíblico”, conclui.

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