Professores da Educação Adventista no sul do RS participam de capacitação pedagógica com foco em IA
Doutor em educação ministrou aula sobre uso de ferramentas digitais para facilitar e promover a prática pedagógica inovadora

A Educação Adventista na região sul do Rio Grande do Sul promoveu, no dia 6 de fevereiro, uma capacitação pedagógica em Inteligência Artificial (IA) para todo o corpo docente, com o objetivo de preparar os educadores para o uso da IA como ferramenta de otimização no preparo de conteúdos a serem ministrados em sala de aula.
A coordenadora pedagógica da Educação Adventista para o sul do Rio Grande do Sul, professora Estela Barbosa, explicou que “a ideia da capacitação surgiu devido à necessidade de adequação aos rápidos avanços tecnológicos”. Segundo ela, a integração de ferramentas digitais permite que os professores ampliem suas estratégias de ensino, tornando as aulas “mais dinâmicas, interativas e alinhadas às demandas do século XXI, bem como à filosofia de ensino adventista”.
Estela defende que o uso de novas ferramentas tecnológicas é fundamental para estimular a criatividade, o engajamento e a autonomia dos alunos. “Essas ferramentas permitem que os professores diversifiquem suas metodologias, criando ambientes de aprendizagem mais interativos e colaborativos. Além disso, a integração da tecnologia prepara os estudantes para os desafios do mundo moderno, desenvolvendo habilidades essenciais para o futuro”, afirmou a educadora.

Quem ministrou a aula para os professores foi Jonas Rafael Nikolay, doutor em Educação e Novas Tecnologias. Ele destacou que muitos docentes enfrentam desafios para lidar com as novas tecnologias, pois, ao contrário de seus alunos, que são “nativos digitais” — termo usado para identificar as gerações que nasceram na era da tecnologia —, eles são “migrantes digitais”, expressão que se refere a pessoas que transitaram de um contexto analógico para o digital.
Para Jonas, o que pode dificultar o trabalho dos profissionais de ensino é o choque de gerações. “O professor foi formado com o quadro e o giz, enquanto o aluno, por outro lado, chega à sala de aula moldado por experiências tecnológicas. Além disso, estamos vendo uma mudança no perfil das gerações. A forma de consumo de conteúdo nas redes sociais está gerando um público imediatista. O professor precisa se adequar a essa forma de aprendizado, sem perder a essência do ensino”, declarou Nikolay.
O doutor Jonas apresentou diversas ferramentas que, em sua visão, podem contribuir para tornar as aulas mais dinâmicas e atrativas para os “nativos digitais”. Ele orientou os profissionais a utilizarem estratégias baseadas em jogos como aliadas ao ensino. “A tecnologia está muito presente neles, eles gostam muito, mexem no celular, jogam. Então, se o professor usa a IA e os jogos, as aulas se tornam mais atrativas”, ressaltou Jonas.

A professora Gabriele Rangel, do bilíngue para os primeiros anos, confessou que tem sido um desafio educar as novas gerações devido à questão do foco e baixa concentração, sem falar na dificuldade de explanar conteúdos longos e densos. Ela também revelou que ainda não utilizava IA em sala de aula. “Meus recursos eram mais o YouTube, flashcards [cartões de estudo com perguntas e respostas], e eu utilizava o computador de forma corriqueira, mas apenas para preparar minhas aulas”, contou Gabriele.
A professora deixou claro que, a partir das dicas apresentadas na capacitação, se empenhará em utilizar as novas ferramentas como suas principais aliadas. “Vou economizar tempo pesquisando recursos e criarei aulas trazendo algo mais lúdico, com recompensas, como a gamificação, que foi um dos assuntos abordados e que me chamou muito a atenção”, expressou Rangel.
Outros 200 professores participaram da capacitação, representando a rede nas regiões da Grande Porto Alegre, Campestre e Litoral Norte.
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