Professora desenvolve atividades sociais para ensinar sociologia
Para a professora Noemi Amorim não era possível compreender os conteúdos da disciplina apenas com a teoria.
Segundo o dicionário sociologia é a ciência que tem como objeto de estudo a organização e o funcionamento das sociedades humanas, analisando certos comportamentos sociais. Nos colégios adventistas a partir do ensino médio ela se torna disciplina da matriz curricular.
Em Curitiba, uma professora de sociologia entendeu que não teria como estudar a matéria apenas na teoria, o que era visto em sala de aula teria de ser visto também fora dela. Foi assim que a professora Noemi Amorim decidiu sair da sala de aula com seus alunos para mostrar as realidades vistas nas apostilas didáticas. No entanto, ela aproveitou para ensinar sociologia com um toque de solidariedade, envolvendo os alunos em projetos sociais.
Há alguns anos a professora colocou no conteúdo programático da disciplina atividades sociais. Esse projeto é feito nos colégios adventistas Portão, Boqueirão e Boa Vista, unidades onde a professora leciona. “Nós trabalhamos em um colégio cristão e sociologia tem muito a ver em conhecer e se relacionar com a sociedade. Não teria condição de só ter teoria e não a prática”, explica Noemi Amorim.
Num dia específico eles saem da escola e visitam diversas instituições sociais, conhecendo, assim, realidades apresentadas em sala de aula e ainda levando solidariedade a essas pessoas. Os alunos vão fantasiados, cantando e animando qualquer um que estiver pela frente. Em algumas instituições eles até “adotam” um novo amigo. Os alunos do 2º ano do ensino médio do Colégio Adventista Portão, por exemplo, “adotaram” neste ano alunos de uma escola pública de Curitiba, e próximo ao dia das crianças foram até lá levar carinho, atenção e presentes.
Na sala de aula os assuntos discutidos podem até parecerem difíceis, mas são simplificados e adquirem mais significado quando compreendidos na prática. Os estudantes demonstram aprovar a iniciativa. “A gente vê as pessoas, mas o lidar com elas, estar com elas é diferente. E essa é uma oportunidade incrível de fazer a diferença na vida de outra pessoa”, conta a estudante Beatriz Ramos.
Além de solidificar o conhecimento eles ainda se sentem felizes e realizados em poder ajudar e fazer a diferença na vida de outras pessoas. “Eu me sinto feliz em estar aqui. Entender que o mundo é muito maior que a bolha em que eu vivo. Conhecer pessoas em realidades diferentes é extraordinário. É gratificante ajudar o outro e poder de alguma forma fazer eles felizes”, expõe a estudante Gabriela Bomfim.
Eles fazem a diferença, mas também se sentem diferentes ao ajudar o outro. “Eles são mais amáveis, corteses, respeitam o próximo, é interessante a transformação que acontece neles após essas visitas”, afirma a professora.
Durante todo o ano ocorrem atividades sociais nessas escolas, entre ações semanais, mensais e em períodos específicos como essa. Entre músicas, sorrisos e gestos de carinho eles demonstram que além de entender a sociologia e o conteúdo programático, eles aprendem valores.