Prevenção ao suicídio é tema de campanhas no norte do Brasil
Quebrando o Silêncio foi divulgado em diversas frentes e ofereceu informação à população
Por Anne Seixas e Jaqueline Vargas com informações de Simone Joe, Hubert Batista e Nicolas Cardoso
"Sentia um vazio muito grande, humilhada, desprezada, vivi 16 anos com uma pessoa que agora me trouxe uma decepção muito grande, a dor era tanta que achava que a única solução era tirar a própria vida...viu a corda que estava na rede, e ouvia aquela voz, acaba com tua dor, mas abri meus olhos e vi meu filho dormindo, quem cuidaria dele? Foi então que decidi tirar a corda e lutar por ele", conta Elayna Rocha de Oliveira que compartilhou a sua história num fórum realizado em São Luis, no Maranhão, para líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Somente na capital do Maranhão, (segundo Departamento de Informática do sistema único de saúde) a cada 100 mil habitantes, 3,66% recorrem ao suicídio. Mas se for levar em conta as tentativas, o numero aumenta muito mais. Muitos sofrem calados, assim os familiares e amigos são pegos de surpresa, e o que é pior, as vezes quando é tarde demais. Em todo o Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde, essa é a segunda maior causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos. Ainda segundo a OMS, 90% dos suicídios poderiam ser evitados e é justamente para prevenção, que foi realizado na Associação Maranhense o primeiro Fórum do projeto Quebrando o Silêncio.
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“Nós convidamos os líderes da igreja para que eles pudessem estar preparados para lidar com essa situação quando surgisse essa necessidade na igreja, sabemos que essa dor é de todos nós. Precisamos estar aptos para ajudar essas pessoas que sofrem, por isso então do nosso objetivo com esse fórum", afirma Valéria Lima, líder do Ministério da Mulher na região norte do Maranhão.
Foram convidados especialistas na aérea de saúde, nutrição, educação, psicologia e psiquiatria e a jornalista Betina Pinto, conduziu o debate.Elayna afirma que apesar das lutas do dia a dia, hoje é uma mulher mais forte, que pode ver o filho crescer, tem o apoio da liderança da igreja, da família e é feliz. "O meu sorriso demonstra que vale a pena estar viva", conclui.
Em outras cidades como Imperatriz, no sul do Maranhão, Marabá e Santarém, as escolas públicas e privadas receberam visita de profissionais para falar sobre saúde mental, depressão e professores receberam orientações sobre como identificar comportamentos que indiquem algum desses problemas.
Ironildes Bussons é líder do Ministério da Mulher para o Pará, Amapá e Maranhão e afirma: "A igreja exerce um papel social relevante junto à comunidade. Trata-se de uma campanha de orientação, informação e atendimento, na prevenção de depressão e suicídio. É nosso dever contribuir com a sociedade, fornecendo orientações fundamentais no combate ao tema em questão." Para alertar a população, passeatas, carreatas, passeios ciclísticos e carros de som movimentaram as ruas de diversos municípios. Os adventistas distribuíram revistas, panfletos e materiais específicos para as crianças.