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Pandemia e excesso de conectividade: quando o digital é usado da maneira correta

Jovem conheceu a Igreja Adventista através do programa Arena do Futuro da TV Novo Tempo e recebeu todo o suporte via Facebook.


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Augusto Hirt viveu grandes conflitos antes de decidir pelo batismo na Igreja Adventista do Sétimo Dia.

A pandemia dada pela Covid-19 se instaurou, e com ela a internet foi bombardeada de conteúdo. Com o mundo em isolamento social, nos países mais afetados pela doença, as mensagens enviadas via aplicativos móveis aumentaram em 50%. O Facebook revelou que os números foram notados logo no início da pandemia, fazendo com que a empresa se preocupasse com a demanda elevada e focasse na garantia do funcionamento das plataformas (Facebook, Instagram e WhatsApp).

Frases como “medo de abrir a geladeira e me deparar com uma live” caíram na graça dos internautas, destacando o número estarrecedor de contas ao vivo, diariamente. Academias passaram a disponibilizar treinos, chefes de cozinha ensinaram receitas e até um zoológico fez parte do fenômeno, apresentando os animais e curiosidades sobre eles. A onda de lives gerou oportunidade para empresas impulsionarem suas marcas. Lives de diferentes gêneros musicais foram tiros certeiros; o engajamento, semanas antes do evento online, era o outdoor perfeito. Cantores acostumados com estádios lotados, tiveram os maiores públicos já contabilizados na história. De 100 mil pessoas para mais de 3,5 milhões de acessos. Um aumento de 3.500% comparando o público em shows presenciais.

Esse uso excessivo da internet é visto pela psicologia como uma fuga da realidade. De acordo com a psicóloga Heloísa Vargas, ficar dentro de casa e conviver 24 horas por dia com os familiares, foi o incentivo para essa super lotação. “É uma fuga por se verem obrigados a encarar a realidade. A modernidade tornou os relacionamentos pessoais secundários, impedindo a comunicação dentro de casa. Sendo assim, fixar os olhos em uma tela é a desculpa que arrumam para se sentirem confortáveis”, explica a especialista.

Essa realidade foi aumentada no período de pandemia, mas sempre houve críticas quanto ao uso excessivo das redes sociais, porém se usadas de maneira correta, se transformam em ferramentas de longo alcance. Foi entendendo isso que Josué Schmidt deu suporte ao que, mais para a frente, se tornaria em um batismo. Josué é administrador da página da igreja adventista central de Novo Hamburgo e recebeu uma mensagem em julho de 2019. Como de costume, foi responder as mensagens recebidas, mas a de um jovem chamou sua atenção. “Abri a caixa de entrada e já percebi semelhanças na história dele. Pertenci à mesma denominação que ele, então dei toda atenção que aquela mensagem pedia”, contou Josué.

Augusto Hirt, estudante e desempregado, acompanhava o irmão mais velho no trabalho de segurança e durante a noite ligava a televisão na TV Novo Tempo para assistir o programa Arena do Futuro. Hirt tinha muita dúvida e não conseguia assimilar o que o pastor Luís Gonçalves dizia e mostrava na Bíblia, com o que lhe foi ensinado desde pequeno em sua antiga denominação.

“Eu decidi arriscar e fui em uma igreja adventista, mas saí com mais dúvida ainda”, explicou o jovem. Para tirar aquilo da cabeça, Augusto procurou na internet a Igreja Adventista do Sétimo Dia e fez o contato via Facebook dizendo que estava tendo problemas ao estudar a Bíblia por encontrar divergências. Josué e Augusto conversaram por horas e a história foi encaminhada para o pastor auxiliar, Natan Lima, que prontamente começou a conversar com o jovem pelo Facebook.

Mais tarde, uma visita pastoral foi agendada por Natan. “No primeiro momento percebi o Augusto com sentimento de revolta, se sentindo enganado por todos esses anos, mas o interesse dele era enorme, então acalmamos os ânimos e começamos”, conta o pastor. Foram oferecidos estudos bíblicos que aconteceram três vezes por semana e tudo corria bem devido ao vasto conhecimento de Augusto obtido pelos estudos enviados pela TV Novo Tempo que ele já havia feito. Natan explica que as dúvidas eram específicas, o que facilitou o processo. No final do estudo bíblico, o jovem decidiu se batizar, mas não sabia como faria para guardar o sábado. “Eu consegui um trabalho com o meu irmão, estava bem na empresa, mas vigilância obriga a gente e trabalhar no sábado, então demorei mais pra me batizar”, lembra Augusto.

Quando se deparou com esse dilema, o jovem começou a questionar os ensinamentos bíblicos da Igreja Adventista. “Como eu ia me sustentar? Se eu saísse daquele emprego, não acharia outro tão fácil”, esclareceu Hirt. Outro ponto importante é que Augusto fumava. A igreja o encaminhou para o Espaço Vida e Saúde (EVS)  de Novo Hamburgo, juntamente com o projeto Um Ano Em Missão, onde foi aplicado o curso “Como deixar de fumar” e conseguiu abandonar o vício. Após o curso, o pastor Natan Lima percebeu uma mudança tremenda! “Ele passou a frequentar o coral jovem e não perdia um culto! E olha que ele ia de bicicleta e morava um pouco longe”, disse o pastor.

Augusto foi mandado embora do trabalho de vigilante e entendeu que não dava mais para fugir. No dia 28 de setembro de 2019, o jovem foi batizado pelo pastor Wellington Graepp, pastor distrital de Novo Hamburgo. Em 2020, a pandemia não abalou a fé de Augusto e a liderança da igreja manteve contato com o jovem que já se prontificou a dar estudos bíblicos.

A internet pode ser um local de fuga para alguns, mas para os que participaram da história de Augusto foi o método de evangelização mais eficaz. “Hoje os meios de comunicação estão sendo usados poderosamente por Deus para a pregação do evangelho e, certamente, existe um espaço muito grande a ser explorado, mas antes disso tudo existe o contato, a atenção, o ouvir, que foi o que eu ofereci ao Augusto naquele dia”, analisa Josué.

Se manter conectado vai muito além das ondas do wi-fi, da disponibilidade do 3g de um celular. No período em que o mundo se encontra, olhar nos olhos, ouvir o outro e se mostrar disponível é a única conexão que o ser humano precisa.