Palestras incentivam homens a cuidarem da saúde e a repensarem prioridades
Encontro direcionado ao público masculino aconteceu em Ijuí, no Rio Grande do Sul.
Ijui, RS... [ASN] Ir ao médico com frequência, enfrentar filas de hospitais, realizar cirurgias ou mesmo verificar a saúde ao menos, uma vez a cada três meses para saber como anda a situação do corpo, é um assunto que ainda gera resistência e caras feias quando se trata do público masculino. Em muitos casos, tais ações só acontecem quando as mulheres resolvem marcar consultas e até arrastá-los aos profissionais de saúde.
De acordo com a ginecologista Raimunda Guedes, isso acontece muito por conta de autossuficiência e também por preconceito – seja o que vem dele mesmo ou dos colegas. “É comum, o homem ter mais dificuldade para falar sobre esses assuntos, porque, muitas vezes, ele acha que por não estar sentindo nada, não é importante, ou porque vai perder o respeito e não quer ser motivo de humilhação entre colegas ou até dentro da família, mas quanto mais cedo ele puder cuidar dessas questões, melhor será para ele e para a família dele”, explica. Outro motivo se dá pelo modelo familiar das gerações anteriores - mais duras no que diz respeito a procura de médicos, o que ainda se configura como influência forte no comportamento de homens adultos a partir dos 30 anos.
A médica Raimunda foi uma das palestrantes do Encontro de Homens, evento promovido pelo departamento da Igreja Adventista do Sétimo Dia que coordena assuntos da área de família no norte e noroeste gaúcho. Na ocasião, ela reforçou a relevância de check-ups periódicos como forma de prevenção de problemas, envolvendo especialmente a saúde sexual, assunto que costuma afetar centenas de matrimônios em todo o País. Além disto, ela também abordou outros aspectos, como o câncer de próstata, detalhes sobre a cirurgia de vasectomia e deu dicas envolvendo a vida a dois.
Outra questão abordada durante o evento foi o equilíbrio da rotina diante dos desafios da vida moderna, especialmente no que diz ao respeito ao conflito de tempo entre trabalho, família e hábitos espirituais. “Nós vivemos em uma sociedade em que se comemora o fato de ter dezenas de compromissos, agendas lotadas, busca por muito dinheiro, mas na vida, o indivíduo precisa realmente parar e pensar se quer viver para a família ou com a família. A vida com Deus está ligada com isso”, pontua o palestrante responsável pela ministração dos temas, Cleomenis Guedes. Marido de Raimunda, ele atua como gestor de pessoas.
De acordo com Almir Gonzatto, um dos participantes presentes, o contato com os temas fez com que passasse a enxergar algumas coisas de sua rotina que podem beneficiar o círculo de convivência – dentro e fora da família. “A gente acha que tá tudo bem na família, mas quando vê coisas desse tipo, percebe que há, sim, coisas para melhorar e isso só vem a dar crescimento para a unidade familiar. A relação das palestras sobre a sexualidade reflete sobre a família, pois um bom relacionamento com a esposa incorre na boa relação com os filhos. Até fora do lar melhora, porque você vai para o trabalho, faculdade, enfim, onde passará parte do seu dia, de forma tranquila”, analisa o membro da Igreja Adventista Central de Ijuí.
Já para Jair Flores, fiel da Igreja Adventista do bairro Ouro Preto, que fica em Carazinho, os aspectos em torno do equilíbrio foram relevantes para levar uma nova rotina para casa. “Hoje a gente é, meio que, escravo do trabalho, mas é momento de repensar e tomar novas atitudes. Nesse sentido, talvez eu não me identifique muito, mas, talvez, precise melhorar um pouco na questão do tempo com a família, ter mais momentos com ela, conviver, conhecer mais. Achei muito bom e saio daqui buscando colocar em prática, o que aprendi”, conclui. [Equipe ASN, Willian Vieira]