O Outubro Rosa nasceu com o propósito de conscientizar mulheres e famílias sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama, mas, ao longo dos anos, tornou-se também um espaço para compartilhar histórias reais de luta e fé. Mulheres que enfrentam essa doença carregam um testemunho de coragem que inspira outras a cuidarem de si e acreditarem na cura.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres em todo o mundo, com mais de 2,3 milhões de novos casos por ano. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que mais de 73 mil novos casos sejam diagnosticados apenas em 2025.

Apesar dos números, as chances de cura aumentam significativamente quando a doença é descoberta em sua fase inicial. Por isso, o diagnóstico precoce é a chave que abre a porta da esperança. Histórias como a de Ezeni Miranda são a prova disso.

Uma decisão guiada pela fé

Ezeni é esposa e mãe. Durante muitos anos, ela viveu no interior de São Paulo. Em um exame de rotina, descobriu um nódulo no seio. Diante do diagnóstico, recebeu duas opções: realizar uma cirurgia imediata para retirada ou fazer uma biópsia e buscar uma segunda opinião.

Foi um momento de incerteza e medo, mas também de fé. Ela e sua família se uniram em oração pedindo a direção de Deus. Em um momento a sós, Ezeni abriu o coração e disse ao Senhor que queria viver, porque “mortos não falam”, e ela ainda desejava contar às pessoas sobre o amor de Deus.

Ela optou pela biópsia e pela segunda opinião. Já em São Paulo, descobriu que o tipo de tumor que possuía era raro e de origem genética. Por causa disso, ela poderia participar de um grupo de pesquisa que oferecia o tratamento mais moderno e eficaz para o seu caso, mas apenas porque ainda não havia realizado nenhuma cirurgia. Foi então que Ezeni percebeu que a decisão guiada pela fé tinha sido essencial para o rumo de sua história.

Quando o cuidado se transforma em herança

O diagnóstico genético também levou à investigação em sua família, e tanto a irmã quanto as filhas de Ezeni foram examinadas. Todas possuíam o mesmo gene relacionado ao câncer, o que permitiu que elas recebessem acompanhamento e medidas preventivas antes mesmo do surgimento da doença.

Hoje, Ezeni é grata a Deus por ter salvo não apenas a sua vida, mas também por ter usado esse momento difícil para proteger sua família. Sua fé e coragem transformaram um diagnóstico assustador em um testemunho de amor, ciência e providência divina.

Um lembrete para todas as mulheres

A trajetória de Ezeni é um lembrete de que o cuidado pode salvar vidas. Exames de rotina, acompanhamento médico regular e atenção aos sinais do corpo são atitudes simples, mas decisivas. Acima de tudo, porém, é a esperança que sustenta cada passo, a mesma esperança que levou Ezeni a afirmar, com fé, que queria viver para testemunhar o amor de Deus.