Notícias Adventistas

Bíblia

Os princípios da Reforma Protestante na experiência da salvação

Livro O Caminho da Salvação esmiuça os pontos destacados por Lutero em suas teses


  • Compartilhar:
O Caminho da Salvação
O Caminho da Salvação explica os pontos levantados por Martinho Lutero na Reforma Protestante (Foto: Casa Publicadora Brasileira)

No século 16, a Reforma Protestante foi um movimento religioso que causou tremendo impacto na igreja cristã.  Uma de suas colunas foi a restauração da Bíblia como a única fonte de autoridade em assuntos teológicos e doutrinários. Nesse período da história, tradições humanas eram predominantes sobre o texto sagrado. Por exemplo, a venda de indulgências ou do perdão de pecados; a autoridade suprema do papa sobre a igreja e as Escrituras Sagradas; a meritocracia de obras humanas no processo da salvação; entre outras tradições. 

Isso se deveu ao fato de que, durante séculos, o poder do chifre pequeno (Deuteronômio 8:11, 12), representação de Roma pagã e papal, lançou por terra verdades bíblicas como o sábado, a mortalidade da alma, o santuário e, principalmente, a salvação pela graça conforme descrita pelos escritores bíblicos.  

Leia também:

A Reforma Protestante teve seu início quando Martinho Lutero, monge agostiniano, fixou suas 95 teses na porta da igreja de Wittenberg, na Alemanha, em 31 de outubro de 1517 – data importantíssima na história do cristianismo. Para muitos, o ato de Lutero é considerado a largada para um dos maiores movimentos da história.  

O Caminho da Salvação é um livro que analisa as cinco solas que resumiram a teologia dos reformadores. São elas: sola Scriptura (somente as Escrituras), sola fide (somente a fé), sola gratia (somente a graça), solus Christus (somente Cristo) e soli Deo gloria (somente a Deus seja a glória). Em cada uma delas, Ricardo Norton expõe de forma clara e simples aquilo que foi um resumo teológico dos reformadores na restauração dos princípios básicos do evangelho. Ele afirma: “Esses princípios são tão importantes hoje para a compreensão do evangelho como foram na época da Reforma” (p. 11). 

Os reformadores afirmavam que o texto bíblico, e não a igreja, deveria ser a norma de fé e prática para a vida cristã. Eles “estavam convencidos de que a Bíblia possuía palavras de vida eterna que deviam ser lidas e apreendidas diretamente de sua fonte original, não necessariamente processadas pelo pensamento de outras pessoas” (p. 22). 

Nos tempos atuais, é fundamental ter uma compreensão adequada da doutrina bíblica da salvação. Isso contribui para uma vida espiritual mais significativa. Muitos membros da igreja, por não terem um entendimento claro da experiência da salvação, vivem uma religião destituída da verdadeira essência espiritual. Na verdade, o peso de culpa vivenciado por milhares de pessoas durante a Idade Média tem sido a experiência de muitas pessoas nos tempos atuais.  

Esse tema doutrinário, como é tratado nos cinco capítulos do livro O Caminho da Salvação, conduz o leitor a um estudo investigativo da Bíblia, o que muito contribui para o crescimento espiritual. Trata-se de uma leitura indispensável para todos que desejam ter uma compreensão mais ampla da salvação em Cristo. Além disso, o leitor é motivado a pesquisar o assunto na vasta referência bibliográfica indicada pelo autor. 

Trechos 

“Os reformadores afirmavam que a autoridade da igreja se concentrava nas palavras de Cristo, estabelecidas nas Escrituras Sagradas, e não em decisões papais ou administrativas. Eles sustentavam que a Bíblia era a Palavra de Deus (1Tessalonicenses 2:13), que ela era necessária para a vida espiritual do ser humano (Mateus 4:4) e que não devia ser invalidada pela tradição humana (Marcos 7:13). A integridade das Escrituras é o fundamento das crenças cristãs. A veracidade do cristianismo [...] repousa sobre a infalibilidade da Bíblia” (p. 31). 

“A inclusão das obras como parte da vida cristã não contradiz o conceito de justificação pela fé; ao contrário, as obras fazem parte da aplicação da justiça divina na vida cotidiana. As obras são a evidência de que uma mudança positiva ocorreu no crente justificado. Por essa razão, Lutero comparava as obras ‘com o selo de uma carta que garante que ela é genuína’. Assim sendo, a fé justifica, mas essa fé nunca está só” (p. 54). 

Para conhecer mais detalhes sobre essa obra, clique aqui.


Nerivan Silva é editor na Casa Publicadora Brasileira.