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Os nobres da França (parte 2)

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Olá amigos! Estamos continuando nossa jornada através do livro O Grande Conflito, e esta semana estamos nos concentrando no povo fiel de Deus na França durante o tempo da Reforma.

A verdade de Deus estava se espalhando rapidamente com a publicação da tradução francesa de Lefèvre do Novo Testamento em 1523 e a Bíblia completa em 1528. Pela providência de Deus, as Sagradas Escrituras foram colocadas nas mãos do povo comum e da nobreza em toda a França. Alarmados com a quantidade de pessoas que estavam se convertendo à Reforma, os líderes da Igreja Romana estabeleceram estacas em todo o país onde os mártires eram queimados vivos por sua fé.

Maravilhado com a Bíblia

Uma dessas pessoas foi o nobre Luís de Berquin, um "cavalheiro bravo e cortês, dedicado ao estudo, polido nas maneiras, e de moral irrepreensível" (O Grande Conflito, p. 215). Ele, como William Farel, tinha sido um forte defensor da igreja romana e tinha um ódio especial por aqueles que seguiam os reformadores. No entanto, ele foi guiado providencialmente à Bíblia e ficou maravilhado com o que encontrou em suas páginas sagradas. Uma vez convertido, Berquin dedicou-se totalmente à causa do evangelho.

Esse nobre homem era conhecido por "seu gênio e eloquência, sua coragem indomável e heróico zelo, assim como sua influência na corte - pois era favorito do rei…" (O Grande Conflito, p. 216).

"Ele é pior do que Lutero!"

Ao compartilhar sua fé de maneira convincente por toda a França, os papistas ficaram apavorados ao gritar: "Ele é pior do que Lutero!" Repetidas vezes, eles jogaram o bravo cavaleiro na prisão, alegando que ele era um "herege", mas todas as vezes ele foi libertado pelo rei.

Vale mais obedecer a Deus que a homens

Berquin foi repetidamente alertado sobre o perigo que corria, mas, como os apóstolos antigos, sua fé estava firmemente plantada em Deus e ele podia dizer com o apóstolo Pedro: "É mais importante obedecer a Deus do que aos homens" (Atos 5:29).

Instando-o a deixar o país, o tímido e oportunista Erasmo escreveu: "Teus inimigos se contam por legiões. Fosse a tua causa melhor do que a de Jesus Cristo, e não te deixariam ir antes de te haverem miseravelmente destruído. Não confies muito na proteção do rei. Seja como for, não me comprometas com a faculdade de teologia" (O Grande Conflito, p. 216).

Infelizmente, Erasmo estava mais preocupado com seu prestígio e posição entre seus colegas do que com a verdade de Deus.

Decido a defender a verdade

Mas à medida que o perigo aumentava, o zelo de Berquin só se tornava mais forte. Ele decidiu não apenas defender a verdade, mas também atacar o erro. Seus adversários mais ferrenhos eram os professores do departamento de teologia da grande

Universidade de Paris, uma das mais altas autoridades eclesiásticas da cidade e do país. A partir dos escritos desses doutores em teologia, ele "tirou doze proposições que publicamente declarou "em oposição à Bíblia e heréticas" (O Grande Conflito, p. 217). Ele propôs que esses professores defendessem seus ensinamentos pela Bíblia e apelou ao rei para atuar como juiz.

O rei concordou com o acordo e ordenou aos professores universitários que defendessem seu caso pela Bíblia. Os professores ficaram alarmados, sem saber o que fazer.

Nesse momento, porém, interveio o inimigo das almas. Uma estátua da Virgem Maria que ficava na esquina de uma rua movimentada de Paris foi grosseiramente mutilada. Multidões de pessoas acorreram ao local, com pranto e indignação. Até o rei ficou enojado com a mutilação deliberada da estátua.

"São estes os frutos das doutrinas de Berquin!" reclamaram os professores. "Tudo está a ponto de ser subvertido - religião, leis, o próprio trono - por esta conspiração luterana" (O Grande Conflito, p. 217).

Condenado à morte

Mais uma vez, Berquin foi preso. O rei deixou Paris por um tempo e o nobre cavaleiro foi deixado à mercê de seus inimigos. O reformador foi julgado e condenado à morte. Temendo que o rei viesse em socorro de Berquin, os magistrados executaram sua sentença no mesmo dia em que foi pronunciada.

Ellen White descreve a cena: "Ao meio-dia Berquin foi conduzido ao lugar fatal. Imensa multidão se reunira para testemunhar o acontecimento, e ali estavam muitos que viram com espanto e temor, que a vítima fora escolhida dentre as melhores, mais valorosas e nobres famílias da França. Espanto, ira, escárnio e ódio figadal entenebreciam o rosto daquela multidão agitada; mas sobre um único semblante nenhuma sombra pairava. Os pensamentos do mártir estavam longe daquela cena de tumulto; estava cônscio apenas da presença de seu Senhor. . . . Berquin estava radiante com a luz e paz do Céu" (O Grande Conflito, p. 218).

O nobre mártir vestiu-se com suas melhores roupas, "uma capa de veludo, um gibão de cetim e damasco, e meias douradas" (O Grande Conflito, p. 218).

Uma vez amarrado à estaca, Berquin tentou dizer algumas palavras ao povo, mas sua voz foi abafada pelos gritos dos monges e pelo choque de armas dos soldados. Ele foi então estrangulado e seu corpo consumido pelas chamas.

Carregaremos a tocha da verdade?

Mas, mais uma vez, o sangue do mártir deu testemunho da verdade de Deus, e nada poderia impedir a propagação de sua luz através dos tempos até nós hoje. Estamos dispostos a carregar a tocha da verdade de Deus neste momento? As pessoas ainda estão na escuridão, ansiando, chorando e orando por luz. Você vai, eu vou dizer: 'Sim, Senhor, eu estou disposto. Irei aonde você me enviar hoje'. Nesse caso, convido você a inclinar sua cabeça comigo agora enquanto oramos.

Oração

Pai do céu, pedimos de uma maneira muito especial que nos guie, pois podemos enfrentar situações semelhantes às do nobre Berquin. Senhor, agradecemos a estabilidade, a franqueza, o foco que ele teve no Senhor e em Sua santa palavra. Ajude-nos a permanecer tão firmes na verdade bíblica quanto ele, e a reconhecer que nossa fonte de força não vem de nós mesmos ou daqueles ao nosso redor, mas vem da conexão direta com a sala do trono do céu. Obrigado, Senhor, por nos dar este exemplo de como podemos defender a verdade bíblica. Em nome de Jesus, pedimos. Amém.


Ted Wilson é o presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.