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Oração e estudo da Bíblia auxiliam tratamento contra as drogas

Oração e estudo da Bíblia auxiliam tratamento contra as drogas

Encontros quase diários reúnem 40 internos de local de recuperação participam de em Pernambuco.


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Programações trazem esperança e fortalecem a união do grupo

Programações trazem esperança e fortalecem a união do grupo

Chã Grande, PE... [ASN] Aos poucos eles buscam dar outro rumo para um caminho que parecia não ter saída. Os 40 homens internos na Comunidade Terapêutica Despertar, localizada em Chã Grande, interior de Pernambuco, representam a realidade de um milhão de pessoas que dependem de cocaína atualmente no Brasil, de acordo com o 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Mas, os homens de Chã Grande têm um diferencial: sabem que não precisam mais de drogas para viver. A certeza é reforçada quando têm contato com a Bíblia. Quase todos os dias um grupo de missionários da Igreja Adventista visita o local para levar mensagens bíblicas, louvores e oração. Os cultos já são considerados como parte do tratamento e contam com a presença voluntária de todos os internos. “Para vencer o vício precisa ter primeiramente Deus e força de vontade. Assim eles adquirem ferramentas para usar lá fora e se manter longe das drogas”, explica o coordenador da comunidade, André Nascimento, que já foi dependente químico.

Um dos que estão em tratamento é Júnior, um rapaz de 19 anos que passou a adolescência em companhia das drogas. Alto e de comportamento sisudo, Júnior traz olheiras que denunciam um corpo que viveu anos sem descanso: primeiro entrou para o tráfico, depois passou a assaltar casas lotéricas e postos de combustível. Em seguida, começou a usar drogas. Para sustentar o vício, intensificou os assaltos e num dos roubos chegou a matar um homem.

Ainda adolescente, foi cumprir pena na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), a antiga Febem. Lá, encontrou mais drogas. Quando saiu, já maior de idade, estava a ponto de morrer nas ruas, pois não conseguia largar o vício. Foi há pouco mais de três meses que o organismo dele pediu para viver. O arrependimento do que fez em um passado não tão distante surge acompanhado de um olhar vago e sobrancelhas franzidas. É como se Júnior pudesse viver cada cena novamente.

Ele ainda espera a decisão do juiz para saber se o processo vai ser encerrado ou revertido em prestação de serviços comunitários. Além de pagar a pena, o jovem busca escrever uma história diferente da que teve antes de conhecer a Deus. “Eu quero mudar de vida, eu quero voltar de novo à sociedade. Quero poder trabalhar e seguir sempre o evangelho”, compartilha Júnior em relação ao que espera do futuro. [Equipe ASN, Fernanda Beatriz]