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“O voluntariado me tirou da depressão”, diz aposentada que ajudou a limpar casas no RS

Janete Marinho, de 61 anos, viajou em missão do Paraná para São Leopoldo com 20 voluntários do Instituto O Amor Chama


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Janete, ao centro, segurando recipiente de tinta, descobriu no voluntariado uma forma de se curar (Foto: arquivo pessoal)

Devido ao estado de calamidade do Rio Grande do Sul, causado pelas enchentes, muitos voluntários se mobilizaram para ajudar o povo gaúcho de diversas maneiras.

No mês de julho, 20 voluntários do Instituto O Amor Chama embarcaram em Curitiba e desembarcaram em uma missão de quatro dias em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, para ajudar na limpeza de casas devastadas pelas enchentes. O grupo de voluntários partiu da Igreja Adventista do bairro Portão na noite de sábado, 13 de julho, e retornou na manhã de 18 de julho, após dias intensos de trabalho.

Durante a missão, a Igreja Adventista da Vila Glória, em São Leopoldo, foi a base de apoio, oferecendo hospedagem e alimentação para a equipe.

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O impacto do voluntariado

Entre os voluntários estava Janete Marinho, uma professora aposentada de 61 anos, de São José dos Pinhais, Paraná, que encontrou no voluntariado um novo propósito de vida.

Janete, que preparou dezenas de kits para serem distribuídos à comunidade, compartilhou como a dedicação ao próximo a ajudou a superar uma profunda depressão. "Eu estava em uma depressão em que você não toma banho, não quer comer, não quer nada. Você só quer sumir. Mas aí, uma amiga, que eu chamo de anjo, bateu em minha porta e me convidou para o voluntariado. Isso me impulsiona muito nos dias de hoje," revela emocionada.

Ela explica que, após se aposentar, procurou se envolver em causas sociais como forma de encontrar um novo propósito. "Esse projeto foi uma bênção. Pena que durou pouco porque o trabalho é grande, muito grande. Mas tenho planos de voltar," disse ela, destacando o impacto positivo que a experiência teve em sua vida. "Hoje posso falar isso: o voluntariado me tirou da depressão. Não tomo mais nenhum tipo de medicamento. É fazer pelo outro, mas, na verdade, acabei fazendo por mim mesma. A beneficiada sempre fui eu e sempre vai ser", relata.

Janete também enfatiza a importância de encontrar um propósito, especialmente para aqueles que enfrentam desafios emocionais. "Estar aposentada ajuda, tenho tempo para ajudar. E que isso sirva de alerta para outras pessoas na mesma condição. A medicina está aí para ser usada, mas muitas vezes a gente precisa colocar nossos joelhos no chão, pedir ajuda de Deus, fazer o bem e abraçar uma causa. O principal beneficiado é a gente", aconselha.

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Chegada do grupo O Amor Chama em solo gaúcho, na Igreja Adventista da Vila Glória, em São Leopoldo. (Foto: Arquivo pessoal)

Uma missão de solidariedade

O Instituto O Amor Chama realizou o trabalho de limpeza, remoção de entulhos, pintura e pequenos reparos nas casas das comunidades Vicentina, em São Leopoldo, e Sarandi, em Porto Alegre. Além das melhorias físicas nas residências, os voluntários proporcionaram apoio emocional às famílias afetadas, oferecendo serenatas e orações para aqueles que enfrentavam a perda de seus bens e o trauma das enchentes.

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Bandeira do Rio Grande do Sul, segurada por Janete Marinho. (Foto: Arquivo pessoal)

Também foram distribuídos convites para que essas famílias participassem das atividades da Igreja Adventista na região do bairro Vicentina, juntamente com exemplares da Revista Adventista e o livro O Último Convite. Os kits entregues incluíam ainda mimos como doces, toucas de lã e panos de prato.

Giovana Felix, de Curitiba, PR, responsável pela comunicação do O Amor Chama e líder do voluntariado, reforçou a importância da missão e o impacto nas vidas das pessoas envolvidas. "Deus esteve à frente de tudo e preparou os corações, permitindo que o amor de Cristo transbordasse através de nós por onde passamos. Ouvimos muitas histórias e pudemos orientar e abençoar cada pessoa com a Palavra de Deus! Era muito comum ver os olhos marejados após o 'Amém' de cada oração. A gratidão deles era imensa, apenas por estarmos ali, orando com eles," comenta a voluntária.

Essa missão, marcada por momentos de emoção e transformação, mostra como a solidariedade pode não apenas reconstruir casas, mas também restaurar vidas.