O mês de dezembro traz consigo o Natal – festa de luzes, cores, presentes e cânticos. Em nosso calendário, o Natal, é comemorado no dia 25 de dezembro e lembra o nascimento de Jesus. Porém, é certo que este não foi o dia do nascimento de Jesus e não há consenso entre os estudiosos sobre a data exata. O máximo que podemos chegar é que o nascimento de Jesus pode ter ocorrido entre os anos 4 ou 5 a.C. Todavia, o mais importante não é a data em si, mas o evento. A Bíblia diz que Deus enviou Seu Filho “na plenitude do tempo” (Gl 4:4). Ou seja, Ele veio no tempo apropriado. Por quê? Vejamos alguns fatores:

1 - Era o tempo para o cumprimento de mais de 300 profecias do Antigo Testamento referentes ao Messias prometido. Entre estas profecias, está a de Daniel 9 que detalha como nenhuma outra a vinda do Salvador;

2 - Era uma época em que uma significativa parcela da população mundial estava sob a influência de um só poder (Roma). As estradas iam de Roma para todas as regiões do império, o que facilitaria a disseminação do evangelho;

3 - Era um período em que havia uma língua amplamente falada – o grego. Inclusive, a própria Bíblia hebraica estava traduzida para o grego (Septuaginta). Isso também contribuiu para que os ensinos cristãos se espalhassem;

4 - Era um tempo de profunda sequidão espiritual. Os deuses pagãos, a filosofia grega e a religiosidade judaica legalista não satisfaziam as necessidades existenciais e espirituais mais profundas das pessoas.

Estes fatores e outros, prepararam o mundo para a primeira vinda de Jesus, o maior presente que Deus poderia ofertar ao mundo. Ao nascer no momento exato e ideal, Jesus revelou que é o Senhor da História e nos deu garantia de que Ele nunca chega atrasado, embora às vezes, em nossa humanidade, tenhamos essa impressão. O nascimento de Jesus não apenas dividiu a história em a.C/d.C, mas representou um novo tempo, uma nova era, uma nova época na vida humana.

Agora, quais foram os motivos que trouxeram Jesus à Terra? Podemos citar várias razões, mas vamos nos ater a apenas três:

Revelar a Deus. Mostrar o que e como é Deus foi um grande propósito na encarnação (ler 1Jo 1:18). Deus quer ser conhecido pelo ser humano e podemos “vê-Lo" com a ajuda da natureza e da razão, mas essas são revelações incompletas e limitadas. Jesus é o retrato vivo e fiel de Deus. E só podemos conhecer bem sobre Jesus mediante às Escrituras Sagradas (Jo 5:39).

Ser nosso exemplo. Cristo é nosso modelo. Ele serve de exemplo porque não pecou e venceu onde precisamos vencer. Embora fosse Deus e tivesse Sua divindade velada sob a Sua natureza humana, em momento algum Jesus usou Seus poderes divinos em favor próprio. O que realizou foi pelo relacionamento com o Pai, de quem era dependente. Ele mesmo afirmou: “Por mim mesmo, nada posso fazer; conforme ouço, assim julgo; e o meu julgamento é justo, porque não busco agradar a meu próprio desejo, mas satisfazer a vontade do Pai que me enviou” (João 5:30).

Salvar a humanidade. Foi Adão quem pecou, mas a falha foi cometida contra Deus. Embora não sejamos culpados pelo pecado de Adão, herdamos sua natureza pecaminosa. Assim, já nascemos pecadores e em necessidade de um Salvador. Para resolver o nosso problema, era necessário alguém identificado com os dois lados. Que fosse tanto divino como humano. Anselmo, arcebispo de Cantuária, no final do século II – escreveu sobre isso. Argumentou que: (1) o pecado é infinito, pois foi cometido contra um ser infinito; (2) Qualquer pagamento que pudéssemos oferecer a Ele seria limitado, e não passaria de um dever. Resultado: dívida eterna. Só um ser infinito (leia-se divino) e ao mesmo tempo humano poderia nos tirar no vermelho. Por isso, Jesus nasceu. Ele mesmo afirmou: “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lucas 19:10).

Qual será nossa reação diante de tantas bênçãos que podemos adquirir em Cristo Jesus, o melhor presente de Deus? Quando Jesus nasceu, a nação judaica não estava preparada para recebê-lo. A reação da maioria dos judeus foi de esquecimento e despreparo. O mundo hoje parece caminhar para o mesmo erro. As pessoas têm se esquecido de Cristo, o centro do Natal, substituindo-O pelo secularismo e o consumismo.

Mas, podemos fazer diferente. Podemos reagir às boas novas do nascimento de Jesus como fizeram os sábios do oriente e os pastores. Eles estavam prontos e dispostos a adorar o Salvador, o que envolveu a entrega do coração e presentes. Que neste Natal, tenhamos a mesma liberalidade. Ao irmos à igreja, levemos nossa oferta de gratidão e renovemos nosso compromisso de sermos fiéis a Cristo em todas as áreas de nossa vida!

Extraído do livreto Ilumine seu Natal, de Marcos De Benedicto Adaptado por Tiago de Souza Ferreira