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O massacre sem sentido no Texas e o fim da dor

O massacre sem sentido no Texas e o fim da dor

Que esperança há diante das injustiças e do sofrimento da humanidade?


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Por Jorge Rampogna*

(Foto: Max Massey / KSAT 12/ Reuters)

 

Quando recebi, ontem (5 de novembro), o alerta de uma importante agência internacional de informação em meu celular, confesso que meu coração se entristeceu. A notícia dizia mais ou menos assim: “26 pessoas são assassinadas no Texas, dentro de uma igreja batista”. Imediatamente cliquei e fui ver a notícia, mas ela era tão recente que ainda não havia muitas informações a respeito. Fiquei pensando no assunto.

Poucas horas depois, já eram conhecidos os detalhes arrepiantes. O autor do massacre foi um homem de 26 anos, chamado Devin Kelly, que chegou vestido de preto e portando uma arma automática. O homem abriu fogo nas imediações do templo da Primeira Igreja Batista, em um pequeno povoado com pouco menos de 500 habitantes, chamado Sutherland Springs, que fica perto da grande metrópole de San Antonio, no Texas, EUA. O resultado foi uma tragédia terrível, com 26 mortos e mais de 20 feridos.

Entre os primeiros assassinados, aparece o nome de uma jovenzinha de 14 anos. Anabella Pomeroy era filha do pastor da igreja, e estava oficiando o culto das 11h30 no templo. Tristeza, dor, sentimento de impotência e questionamentos me vieram à mente enquanto lia a crônica da história. Imagino que o mesmo esteja ocorrendo com você.

Estou escrevendo sentado diante de meu computador e, na verdade, quase sem saber como prosseguir, por dois motivos: O primeiro, porque qualquer tentativa de explicar o nível de demência que alguém pode ter para entrar em uma igreja e matar inocentes e desarmados seria perda de tempo. Assim como não há explicação lógica para o que ocorreu há algumas semanas com outro “louco” que, do 32º andar de um hotel em Las Vegas, disparou matando quase 60 pessoas e deixando centenas de feridos.

Você quer que eu prossiga? É difícil explicar o terrorismo, as guerras sem sentido, os cartéis de drogas, o tráfico de pessoas, a prostituição infantil e tudo o mais que você quiser acrescentar à lista.

O segundo motivo que me deixa paralisado é o sofrimento humano. Ele me comove. Não conheço as pessoas que morreram, tampouco seus familiares, mas fico triste. Outra coisa me deixa ainda mais preocupado: a indiferença de alguns diante da dor alheia. Angustia ver, ler ou ouvir oportunistas que se aproveitam desses momentos para defender questões políticas, interesses econômicos e até mesmo religiosos, fomentando separação, rancor e ódio.

Não obstante, decidi seguir escrevendo porque acredito que Deus tem uma mensagem especial para você e para mim hoje. Repito o que disse mais acima: não vou tentar explicar os pontos anteriores usando a lógica, a retórica ou a argumentação. Apenas quero enumerar alguns conceitos da Bíblia para que você mesmo tire suas conclusões.

Deus criou o universo e o nosso mundo perfeitos. Sem dor, tristeza, sofrimento ou morte. Porém, de forma inexplicável, na mente de um ser criado surgiu o orgulho, o egoísmo e o ódio contra Deus. Ele quis se colocar no lugar que somente a Deus pertencia. O resultado? A separação do Pai, o pecado. E o pecado doi. Doi naquele que sofre em decorrência dele, e doi no coração de Deus por nos ver sofrer.

Então, se Deus tem poder, por que não resolve o problema do pecado?

Na verdade, Ele já está trabalhando nesse assunto e o está resolvendo. Ele enviou Seu Filho, Jesus, para dar Sua vida por você e por mim na cruz do Calvário. Mediante Sua morte, Ele construiu uma ponte que restaura nossa relação com o Pai. É a nossa grande oportunidade, se a aceitarmos! Mas isso não significa que a dor, o sofrimento e o pecado chegaram ao fim. Pelo contrário; o mal segue aumentando, e a Bíblia diz que será cada vez pior. Sim, pior!

Então, enquanto esperamos a solução definitiva para o sofrimento e para a dor, seguiremos sofrendo? Lamentavelmente, sim. Neste mundo em que vivemos, bons ou maus, somos todos vulneráveis ao sofrimento. Não há exceção. Pode sofrer quem está assistindo a um show de rock ou quem está numa igreja. Todos nós sofremos!

Então, Deus é o culpado por nossa dor? O livro bíblico de Jó é claro. Leia-o. Ele nos mostra que o culpado pela dor é Satanás, e não Deus.

Que fique bem claro que, se Deus permite que soframos, isso não significa que Ele está de braços cruzados! Ele está agindo em favor de todos os que sofrem. Todos! E Ele mesmo é quem consola e abraça em meio à dor.

Eu já poderia ter acrescentado até aqui vários textos bíblicos. Mas não o fiz. Apenas comentei o que acredito. Porque as crenças, muitas vezes, não se explicam, são compartilhadas.

Mas, voltando ao início, doi ver o sofrimento. Porém, eu lhe digo com todas as letras: HÁ ESPERANÇA! O sofrimento não durará para sempre. Cristo, muito em breve, virá e porá um fim no pecado, na dor e no sofrimento.

Permita-me apenas lhe oferecer este texto bíblico, que enche o meu coração, e lhe permitirá tirar suas próprias conclusões:

“Então vi um novo céu e uma nova terra. O primeiro céu e a primeira terra desapareceram, e o mar sumiu. E vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia do céu. Ela vinha de Deus, enfeitada e preparada, vestida como uma noiva que vai se encontrar com o noivo. Ouvi uma voz forte que vinha do trono, a qual disse: — Agora a morada de Deus está entre os seres humanos! Deus vai morar com eles, e eles serão os povos dele. O próprio Deus estará com eles e será o Deus deles. Ele enxugará dos olhos deles todas as lágrimas. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor. As coisas velhas já passaram” (Apocalipse 21:1-4, NTLH).

Que seja logo! Não suporto mais este mundo! E você?

 

* Jorge Rampogna é Diretor da Rede de rádios Novo Tempo, e colunista do portal ASN em espanhol.