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Pesquisa em São Paulo relaciona jovens e abuso de álcool em festas

Números de uma pesquisa recente da Fapesp e da Unifesp mostra alto consumo de álcool entre jovens entre 21 e 25 anos. Especialista analisa dados


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Dos 1.222 voluntários que concluíram as três etapas de perguntas, 10% disseram não se lembrar do que fizeram depois de sair da "balada". Foto: Notícias ao Minuto

São Paulo, SP ... [ASN] Um levantamento mostrou a relação de perto do uso de álcool e drogas e seus efeitos na vida de homens e mulheres jovens entre 21 e 25 anos de idade. A pesquisa foi coordenada por Zila Sanchez, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Entre os 2.422 jovens que frequentam as chamadas “baladas” na maior cidade latino-americana, ficou evidente que o consumo abusivo de álcool, por exemplo, é de 43,4%. Índice superior à média dos brasileiros que está em 18,4%.

Segundo a pesquisa, no dia em que foram entrevistados, 30% dos pesquisados deixaram a casa noturna com um nível alcoólico que se enquadra no chamado binge drinking (ao menos quatro doses para mulheres e cinco para homens em um período aproximado de duas horas). Esse é considerado um padrão de consumo de risco associado em diversos estudos a maior ocorrência de abuso sexual, tentativas de suicídio, sexo desprotegido, gravidez indesejada, infarto, overdose alcoólica, quedas e outros problemas de saúde.

As entrevistas foram feitas com 60% dos homens e 40% das mulheres –, que aceitaram participar com a garantia de anonimato. Os participantes foram abordados em 31 estabelecimentos da capital paulista, situados em diferentes bairros e voltados a diferentes classes sociais e estilos musicais.

Adrenalina e implicações sobre a mente

O psiquiatra Pablo Canalis atribui essa contínua busca dos jovens por esse tipo de conduta (beber em excesso mesmo sabendo das consequências terríveis) à adrenalina. “Vivemos em uma sociedade onde o sentido da vida não é outro a não ser conquistar, buscar, manter tudo aquilo que possa providenciar prazer e sensações; quanto mais estimulantes, melhor. Qualquer atividade monótona, estável, a longo prazo, é descartada em função de suprir a necessidade de elevar os níveis de adrenalina”, analisa.

Na opinião do especialista, fora o estímulo social, é importante lembrar do que ocorre em nível neurobiológico, em que o circuito dopaminérgico (relativo à dopamina) da recompensa sempre necessita de estímulos mais potentes e frequentes. A dopamina é considerado o neurotransmissor mais importante para a sensação de prazer. Esse circuito é o que produz efetivamente a mesmas sensação de prazer a partir do consumo repetitivo e em maiores quantidades das atividades ou substâncias que proporcionam isso. Tudo acaba interligado, para o médico: as luzes do local, as pessoas, o tipo de música, vestimentas e comportamentos em geral. “O nosso amigo bom senso, nessas situações, é deliberadamente deixado do lado de fora, para não atrapalhar a frenética senda da “felicidade adrenérgica”. Completamente contra o conselho bíblico, onde se pede, em várias oportunidades, a manter sobriedade, juízo, reflexão, autocrítica, saúde mental e física, coerência, temperança, e, sobretudo, uma mente disponível a ouvir a voz de Deus em todo momento. [Equipe ASN, Felipe Lemos]