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Neurocirurgião afirma que é possível conviver com a Epilepsia

Crises de epilepsia podem ser evitadas e controladas com tratamento adequado em cerca de 70% dos casos. Entenda


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Conhecido como "Purple Day", em português "Dia Roxo", o dia 26 de março é dedicado a aumentar a consciência sobre a epilepsia em todo o mundo. (Foto: Shutterstock)

Como num curto circuito, uma descarga de energia acontece e tudo fica fora de ordem. Isso que acontece no cérebro quando ocorre uma crise epiléptica. Os impulsos elétricos comunicam-se de um lado com o outro, até que acontece uma descarga fora do normal, desordenada e dessincronizada. Atualmente, aproximadamente 50 milhões de pessoas lidam com a Epilepsia no mundo. A boa notícia é que, em grande parte dos casos, é possível tratar e controlar.

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No dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia, conversamos com o doutor Valter Felau, Neurocirurgião e Cirurgião de Coluna. Atualmente, Felau está à frente da coordenação da Neurocirurgia no Hospital Regional Sul, em Santo Amaro, e atua como preceptor em residência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Confira a conversa.

Como se pode definir a Epilepsia?

A Epilepsia ocorre quando há perturbação da atividade das células nervosas no cérebro, causando convulsões. Ela pode ocorrer como resultado de um distúrbio genético ou de uma lesão cerebral adquirida, como traumatismo ou acidente vascular cerebral.

A Epilepsia pode ser mais um sintoma de outras doenças?

Sim. Mas é bom lembrar que a epilepsia é um distúrbio, que causa a crise convulsiva. Portanto, o mais correto a afirmar é que a crise convulsiva é um sintoma de outras doenças. Porém, uma só convulsão não significa epilepsia. É necessário pelo menos dois episódios de convulsão não provocada por outras causas, além de outros sintomas, antes de poder diagnosticar a doença.

Existem diferentes tipos de crises epiléticas? Descreva cada uma delas.

Sim, existem as crises generalizadas e as focais. As generalizadas são as mais comuns, onde há enrijecimento do corpo, virada de cabeça e olhos, movimentação dos braços e pernas e salivação espumosa. Já nas crises focais, acontecem tremores na face ou em outras partes do corpo, mudança de humor, perda de memória, distúrbios sensoriais e mal-estar.

Se a crise epilética não passar em poucos minutos o que se deve fazer?

É importante observar quanto tempo a crise convulsiva vai durar. Se a pessoa convulsionar por mais de cinco minutos, ou tem uma crise menor que esse tempo, mas logo volta a convulsionar, é necessário chamar uma ambulância para que leve esse paciente para um pronto-socorro. Essas crises prolongadas devem ser atendidas com urgência, antes que ocorra uma lesão cerebral.

A epilepsia não tem cura. Mas existe tratamento? É possível viver uma vida “normal” com essa doença?

Sim, é possível. Nem todos os casos de epilepsia duram toda a vida e muitas pessoas melhoram ao ponto de deixarem de necessitar de tratamento. Importante ressaltar que a ocorrência de crises pode ser evitada e controlada com medicação em cerca de 70% dos casos. Para aqueles que não respondem à medicação, pode-se considerar cirurgia, neuroestimulação ou alterações na dieta.

(Fonte: HCor e Portal Drauzio Varella / Arte: Gustavo Leighton)