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Igreja Adventista incentiva a doação de órgãos

Doação de órgãos ainda é um desafio no Brasil por conta de medo e pouca informação sobre o assunto.


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Médico adventista vê algumas barreiras para mudar cultura da doação de órgãos (Foto: Shutterstock)

Segundo o Registro Brasileiro de Transplantes, o número de potenciais doadores de órgãos, no Brasil, chegou a 5.309 entre janeiro e junho de 2017. Mas o número efetivo de doadores foi de apenas 1.666, ou seja, os que realmente puderam doar. No balanço feito do primeiro semestre, a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos afirmou que “a taxa de doadores efetivos aumentou 11,8% nesse semestre, tendo passado de 14,6 pmp (por milhão de população) para 16,2 pmp, dando-nos a perspectiva de que podemos atingir a meta proposta para o ano (16,5 pmp)”.

A Agência Adventista Sul-Americana de Notícias (ASN) conversou sobre o assunto com o médico oncologista e diretor do departamento de Saúde da Igreja Adventista em oito países sul-americanos, Rogério Gusmão. Ele falou do posicionamento adventista sobre o assunto.

Qual o posicionamento oficial da Igreja a respeito de doação de órgãos?

A Igreja Adventista sempre se posicionou estimulando as doações, respeitando obviamente as questões de foro íntimo. A Igreja estimula a doação de sangue, tecidos e órgãos, tanto em vida como no caso da morte encefálica.

Qual a importância, sob o ponto de vista médico, da doação de órgãos?

Existem órgãos de pessoas que entram em falência e as terapias substitutivas, quando existem para substituir a função daquele órgão, funcionam por determinado tempo e depois o corpo entra em colapso sistêmico por insuficiência daquele órgão e morre. Doar órgãos, portanto, significa salvar vidas.

Por que existe ainda uma certa relutância na doação de órgãos por parte de algumas pessoas?

Alguns motivos, entre eles a falta de compreensão de que a morte encefálica significa morte de fato, independentemente do coração continuar batendo. É um conceito cientifico, mas não compreendido por todos. Outra razão é o fato de ser muito comum, às vezes, o paciente sofrer e morrer por falta de atendimento médico e, de uma hora para outra, quando a família decide pela doação aparecem várias equipes de especialistas para remover córneas, osso, pele, coração, pulmão, fígado, pâncreas e rins. A última razão é que existe atualmente uma descrença generalizada na idoneidade do ser humano e nas instituições.

Doação de órgãos, evidentemente, é algo que passa por vários critérios médicos, certo? Mas é algo que tem a tendência de aumentar?

Depende de dois fatores. Primeiro, depende do aumento do conscientização e generosidade das pessoas, pois doação é doação e sempre envolve alguma perda, risco ou incômodo para quem doa ou seus familiares. E outro fator é a melhoria do sistema de saúde para identificar as pessoas com morte encefálica, a fim de que sejam realizados todos os exames pertinentes à constatação da morte encefálica e mantendo, ainda, o doador em condições clínicas até o momento da doação.