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Saúde

Qual a relação entre estresse, saúde física e mental?

Brian Distelberg, especialista da Universidade de Loma Linda, discute o impacto dessa junção no cotidiano.


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Estresse muito duradouro pode causar doenças, segundo especialista. (Foto: Shutterstock)

O estresse tem mais impacto na saúde física e mental do que a maioria das pessoas consegue perceber. É o que afirma Brian Distelberg, diretor de pesquisa do Centro de Medicina Comportamental da Universidade de Loma Linda, nos Estados Unidos. Ele trabalha para descobrir o impacto do estresse e encontrar soluções para apoiar seus pacientes.

Distelberg também dirige o programa Mend, uma iniciativa que ajuda pessoas s e suas famílias a manter ou recuperar a saúde emocional e o equilíbrio durante uma doença ou tratamento médico importante. A inscrição no programa cresceu 300% desde o início de 2018.

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Distelberg concedeu uma entrevista para o portal Loma Linda University Health e revelou as conexões inesperadas entre estresse e saúde física e mental, e qual poderia ser a solução para esse quadro.

O que é estresse?

Essa é uma pergunta difícil porque, em termos acadêmicos, não há definição de estresse. Estresse é o termo que usamos em nosso mundo cotidiano, e isso pode significar coisas diferentes para pessoas diferentes. Alguém pode se sentir estressado porque alguém faz um barulho alto atrás dele, provocando uma reação de estresse. Há também estresse no nível psicológico, que é chamado de estresse cognitivo. Esse estresse pode vir de dificuldades financeiras, relacionamentos problemáticos, trabalho ou até mesmo por ser apenas humano.

O que as pessoas geralmente estão mais interessadas é na ideia de “aflição”, ou quando nossos corpos e mentes estão sob um constante estado de estresse. Esse estresse acontece no nível biológico e cria uma reação bioquímica no corpo que envolve não apenas nosso cérebro, mas também vários processos corporais diferentes.

O estresse de longo prazo tem um impacto diferente do que o estresse de curto prazo mais agudo?

Sim, de forma inquestionável. A duração e a severidade do estresse fazem uma enorme diferença em como seu corpo pode reagir. Estresse prolongado ou intensificado pode ter um efeito mais longo sobre o corpo do que um estresse sério, mas de curto prazo. Se o estresse ocorre por um longo período de tempo, também aumentam as chances de um problema de saúde física ou mental se desenvolver ou piorar.

Quais sistemas corporais podem ser afetados pelo estresse?

Uma área popular da ciência atualmente está focada em identificar como o estresse afeta o corpo como um todo. A angústia prolongada tem demonstrado ter um efeito no corpo – seja sua frequência cardíaca aumentando, sua taxa de respiração acelerando ou outras reações “de momento". Se essa angústia persistir em longo prazo, isso pode exigir um custo. Em um nível biológico, estamos começando a ver que certas doenças são “baseadas no estresse” ou “ligadas ao estresse”. São doenças como asma, diabetes e certos distúrbios da dor.

Algum grupo é mais suscetível ao impacto do estresse?

Existe todo um campo da ciência chamado "pesquisa de disparidades em saúde", que examina os resultados de saúde com base em raça, etnia ou status socioeconômico. Os indivíduos que são de baixa renda estão tendo mais consequências negativas na saúde. Não diríamos que eles são mais suscetíveis ao estresse, mas estamos percebendo que eles tendem a estar desproporcionalmente sob mais estresse.

Esses grupos mostram resultados de saúde mais negativos porque vivem em comunidades onde os impactos ambientais são mais altos para eles. A idade também pode ser um fator. Essa pesquisa envolve adolescentes e sugere que sua faixa etária pode ser mais suscetível aos efeitos do estresse negativo, como o esgotamento das capacidades cognitivas. Nos indivíduos com mais idade, parece haver algumas ligações entre níveis elevados de estresse e uma progressão mais rápida da demência ao longo do tempo.

Como pessoas que não conseguem evitar o estresse podem aprender a administrá-lo?

Não podemos evitar completamente o estresse. No entanto, uma pessoa pode combater esse mal construindo sua resiliência. Cada pessoa pode tolerar um nível diferente de estresse, mas sem saber onde está o nível, a melhor opção é se concentrar em exercitar a resiliência. Outras maneiras de lidar com isso são ter uma dieta saudável, dormir o suficiente e se exercitar. E, é claro, é preciso se relacionar com outras pessoas e procurar ajuda.