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Temporal no sul da Bahia afeta templos, que ficam entre a inundação e o acolhimento

No sul da Bahia, templos adventistas do sétimo dia vivem realidades distintas, depois do temporal que caiu durante quatro dias e devastou a região.


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Templo central de Jucuruçu ficou tomado pela água da enchente que devastou a cidade. (Crédito: Gilton Oliveira)

No sul da Bahia, templos adventistas do sétimo dia vivem realidades distintas, depois do temporal que caiu durante quatro dias e devastou a região. Em alguns lugares, igrejas foram inundadas por conta de rompimento de barragens. Em outras localidades, os templos abriram as portas para servir de abrigo para famílias que perderam suas casas. Na emergência, igrejas são base de apoio para arrecadação e distribuição de alimentos, roupas e outros suprimentos. Além de local de mobilização de voluntários da Ação Solidária Adventista, que agem para acolher a população.

A igreja central de Jucuruçu foi tomada pela enchente provocada pelas chuvas que caíram desde terça-feira, 7 de dezembro. O nível da água subiu até a metade da altura do templo, entrando na parte interna e provocando destruição de equipamentos. “A igreja está sem condições de abrigar e cuidar das pessoas, e a casa pastoral virou um centro de armazenamento e distribuição de donativos”, afirmou o pastor Gilton Oliveira, responsável pelo distrito pastoral na cidade. O município, de 10 mil habitantes, foi um dos mais afetados pelo temporal.

Parte interna da Igreja de Nova Alegria, povoado de Jucuruçu. Água inundou o templo, que ainda assim serve de abrigo para guardar colchões de pessoas que ficaram desabrigadas. (Crédito: Divulgação)

Em Nova Alegria, povoado do município de Itamaraju, o estrago no templo foi semelhante. Depois que a água baixou, a lama tomou conta do espaço interno. Ainda assim, muitos moradores desabrigados usaram o templo para salvar colchões e outros pertences. As igrejas de Pau D’Alho e Coqueiro, em Jucuruçu, também sofreram as consequências da inundação. Os danos estão sendo avaliados.

Solidariedade e Esperança

Em meio ao desespero, os templos são lugares de conforto e acolhimento. A igreja da Califórnia, em Jucuruçu, abriu as portas para acolher desabrigados. Duas famílias que perderam as casas passaram a pernoitar no templo. O espaço é usado para arrecadar alimentos e roupas, doados aos moradores afetados.

Voluntários preparam alimentos na igreja de Fátima. Ação Solidária Adventista chega a distribuir 700 refeições por dia na cidade (Crédito: Jessé Boaventura)

Voluntários da Ação Solidária Adventista ocuparam as dependências do templo de Fátima, em Itamaraju, para servir de base de operação e distribuição de refeições. Desde quarta-feira, 8 de dezembro, distribuem uma média de 700 marmitas diárias, entre almoço e jantar. Os voluntários arrecadaram e distribuíram 5 mil peças de roupas e cestas básicas para 200 famílias. As ações desta igreja beneficiou até agora mais de 3 mil pessoas.

“Cerca de 30 voluntários, de todas as idades, trabalham na arrecadação de doações (alimento, roupas, dinheiro), na preparação de comida e na distribuição desses donativos. O trabalho começa às 8h da manhã e termina às 20h. Os voluntários não vão para casa durante o dia, almoçam na igreja mesmo”, disse o pastor Jessé Boaventura, líder distrital.

Igreja de Fátima serve de espaço para coleta de roupas, alimentos e outros donativos, além de cozinha para preparar refeições para desabrigados. (Crédito: Jessé Boaventura)

Boaventura explicou que a experiência dos voluntários da Ação Solidária Adventista fez a diferença. O trabalho solidário já é realizado há bastante tempo na comunidade, de forma planejada. E a cidade reconhece este serviço. “A distribuição desse grande volume de alimentos é possível graças às doações feitas por pessoas da comunidade e empresários da cidade”, pontuou, mostrando a importância de igrejas com ação solidária ativa nas comunidades.

A mobilização solidária da Igreja Adventista do Sétimo Dia está fazendo a diferença também em outros municípios afetados pela enchente. As ações são beneficiadas pelo Mutirão de Natal, lembrou o pastor Cleiton Motta, presidente da Associação Bahia Sul, sede adventista para região sul do Estado. O Mutirão de Natal é uma campanha tradicional em favor da segurança alimentar nesta época do ano. O líder está percorrendo as cidades, avaliando o impacto das chuvas para as pessoas da igreja e da comunidade.  

O templo de Nova Califórnia acolheu temporariamente 2 famílias desabrigadas. (Crédito: Divulgação)

Em todo o território da sede administrativa, as igrejas se mobilizam para socorrer as famílias afetadas.

  • Canavieiras: Voluntários arrecadaram, montaram e distribuíram 25 cestas básicas para famílias afetadas.
  • Itabuna e Ilhéus: Cerca de 170 famílias estão desabrigadas, e adventistas fazem campanha de doação de alimentos.
  • Eunápolis: voluntários levaram água para delegacia da cidade, que conta com 14 pessoas encarceradas. O município está sem abastecimento há 3 dias.
  • Porto Seguro: a igreja do distrito Parque Ecológico providenciou um caminhão carregado de doações, que vai viajar para Itamaraju e Jucuruçu.
  • Linhares, Espírito Santo: a igreja enviou 150 cestas básicas para Jucuruçu, além de roupas.

Até o momento, segundo dados da Defesa do Civil do Estado, a Bahia registrou sete mortes provocadas pelas chuvas, que afetaram 70 mil pessoas. Há 3,7 mil que estão desabrigadas. De acordo com informações da Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec), 30 cidades estão em estado de emergência (Com informações de Evellin Fagundes).