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Adventistas conscientizam moradores de Três Rios sobre efeitos da violência sexual infantil

Iniciativa realizada em cidade do interior do Rio de Janeiro faz parte das ações do projeto Quebrando o Silêncio.


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A tenda de saúde foi bem procurada pela população. (Fotos: Arquivo pessoal)

O município de Três Rios, no interior do Rio de Janeiro, recebeu na manhã do domingo, 4 de agosto, uma série de atividades conectadas à campanha Quebrando o Silêncio, organizada pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. Desde 2002, a iniciativa é realizada anualmente em agosto em oito países da América do Sul: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Peru, Bolívia e Equador. Neste ano, a proposta é mostrar à população como proteger crianças em relação à violência sexual infantil e o que fazer para ajudar na recuperação de vítimas.

Segundo a pesquisa do Atlas da Violência, produzida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), crianças e adolescentes da região Sudeste do País ocupavam, em 2018, a primeira colocação quando o assunto era violência sexual infantil, sendo 40,4% crianças e 32,1% adolescentes. A maioria dos abusos acontece dentro da casa da vítima e o segundo local é na residência do abusador. Em 30% dos casos, os responsáveis pelos atos são amigos da família ou conhecidos, e 12% têm os pais ou padrastos como autores do crime.

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A fanfarra da Igreja Adventista de Miguel Pereira e desfile dos clubes de Aventureiros e Desbravadores deram início às atividades. Muitos pais inscreveram seus filhos nos clubes ao ver a disciplina, o entrosamento e a postura das crianças e juvenis que participaram no desfile.

Durante a passeata, pessoas saíam de suas casas e recebiam as exemplares da campanha nas versões para adultos e crianças e o convite para participar do evento. Algumas delas seguiram a passeata, outras preferiram ouvir de casa. Algumas tendas foram montadas na quadra do bairro Habitat para oferecer atendimento de saúde (verificação de pressão, teste de glicose e dicas de saúde), brinquedos para os pequenos (pula-pula, pintura) e palestras com Elder Ázara, secretário municipal de Promoção Social, que falou sobre o cuidado com idosos e informou os números para realizar denúncias a maus tratos.

Adjane Firme, coordenadora do Quebrando o Silêncio para a região central do Estado do Rio de Janeiro, também esteve no local e falou sobre o tema deste ano. O secretário de Esporte e Lazer da prefeitura de Três Rios, Celso Alencar Filho, acompanhou as atividades.

Fanfarra durante apresentação nas ruas da cidade (Foto: Divulgação)

Adjane destaca que a organização do evento chamou a atenção dos moradores. “É verdade que o frio estava intenso, e a sensação térmica aumentava por conta do vento. Tivemos centenas de pessoas e vimos a felicidade da comunidade por conhecer o trabalho da Igreja. Certamente estaremos com mais parcerias para as próximas campanhas", ressalta.

 

Sonia Maria Mello Giácomo foi quem articulou a iniciativa na cidade com o Ministério da Mulher da igreja adventista local e, para ela, apesar do frio, foi uma experiência excelente. “Muitas pessoas vieram assistir. Sei que muitas portas estarão abertas para que mais eventos como este aconteçam e assim possamos ajudar nossa comunidade”, destaca.

Orientações do Conselho Tutelar

Quanto ao tema abordado neste ano pelo Quebrando o Silêncio, Marcia Pitzer, que trabalha no Conselho Tutelar de Três Rios, enfatiza que a criança demonstra uma mudança muito nítida de comportamento quando sofre qualquer tipo de abuso, seja ele físico, moral ou sexual. “Aquela que é quieta vai começar a chamar a atenção com atitudes agressivas ou muito choro; já a que era mais ativa vai se intimidar e ficar muito calada ou distante, tímida. É importante prestar atenção a qualquer mudança de comportamento; também o fato de não querer ir à escola ou na casa de um dos pais ou algum familiar”, esclarece Pitzer.

Em caso de violência contra a criança e o idoso, o Conselho Tutelar Orienta que:

  1. A maioria deles devem ser denunciados diretamente na delegacia e o Conselho Tutelar deve ser procurado logo sejam descobertos;
  2. A criança ou idoso deve ser levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade para exames e medicação, se preciso;
  3. O agressor deve ser imediatamente afastado da vítima ou a vítima do agressor;
  4. Todas as denúncias feitas ao Conselho Tutelar, quando constatadas, são encaminhadas à delegacia para registro;
  5. O telefone para denúncias é o Disque 100, que funciona 24 horas;
  6. Para contato direto com o Conselho Tutelar de Três Rios, basta ligar no horário comercial para (024) 2255-1190, e nos demais horários, feriados ou finais de semana, existe o plantão nos telefones: (024) 99263-3001 ou (024) 99844-7412.

Anualmente, o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA) realiza campanhas contra a violência sexual com apoio do Conselho Tutelar local. Eles organizam palestras e teatros para as crianças, com orientações sobre como elas devem cuidar do corpo e que ninguém tem direito de tocar nas suas partes íntimas. No caso dos adolescentes, são tratados temas sobre doenças sexualmente transmissíveis e os cuidados para não engravidar tão cedo, além de orientações gerais para o combate à violência.

“A violência infantil é uma realidade de muitos que, nem sempre conseguem falar sobre o assunto e, mesmo que haja profissionais capacitados para atendê-los, será mais eficaz a união da sociedade para proteger os mais fragilizados, que são as nossas crianças. Por isso, nossa parceria de igreja com órgãos públicos e governamentais podem ajudar a prevenir o abuso e proteger o público infantil”, finaliza Adjane.

Conexão com a comunidade

Heloisa Marinho distribuiu gratuitamente mudas da planta medicinal oro-pro-nobis (Foto: Divulgação)

Uma das tendas esteve sob a responsabilidade da enfermeira Heloisa Marinho, que está cursando a faculdade de Nutrição. Ela levou mudas da planta ora-pro-nobis, nome latim que significa ‘roga por nós’. A planta, que já é cultivada em várias regiões do País, é um remédio para prevenir e combater a pressão alta, diabetes, anemia e outros males. Além de mudas distribuídas gratuitamente, Heloisa também levou sucos naturais e ensinou como podem ser preparados.

Vania Maria Chaves Ferreira e seu esposo, Jorge Luis Machado Ferreira, ficaram felizes ao ganharem a muda da planta medicinal, já que ele tem pressão alta e diabetes. “Aprendi a como usá-la e vou cuidar dela com muito carinho pra que eu possa dar mudas também a quem precisar”, destaca Vania.

Veja mais fotos do evento: