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Projeto mantido por voluntários na Rocinha e Vidigal já beneficiou 3 mil crianças

Profissional deixou clínica de estética para se dedicar à iniciativa que busca oferecer melhores oportunidades e qualidade de vida para crianças.


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Crianças do projeto Comunitá Rio deixam a Rocinha para participar de uma apresentação (Foto: Divulgação)

No Estado do Rio de Janeiro existem diversos projetos de voluntariado filiados a organizações não governamentais (ONGs), igrejas ou empresas. Em 2018 foram registrados 7,2 milhões de voluntários no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao ano anterior, houve uma ligeira queda de 1,6%, após alta de 13% entre 2016 e 2017.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia incentiva que em cada congregação os membros desenvolvam projetos de assistência e ajuda humanitária a comunidades, pessoas em situação de rua, estudantes e a quem precise de algum tipo de auxílio. Para tanto, existe um departamento que cuida especialmente desta área, conhecido como Ação Solidária Adventista (ASA).

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Comunitá Rio - há mais de uma década ajudando crianças e adolescentes

O Projeto Comunitá Rio tornou-se ONG Comunitá Rio em 2010. Gabriela e Harrison Marques estão como voluntários na Rocinha desde 2001. O casal não tem filhos e cuida das crianças e adolescentes como se fossem seus. Uma curiosidade é que eles fizeram questão de se casar duas vezes: uma na igreja, com a família e os amigos, e outra dentro do projeto, na Rocinha, com direito a todo cerimonial e festa para que as crianças pudessem participar.

Com sede na Rocinha, maior comunidade da América Latina, com mais de 70 mil habitantes, a iniciativa também atende no Vidigal, também na localidade. Atualmente, são assistidas cerca de 200 crianças e adolescentes, com idades entre 3 e 16 anos, com a ajuda de aproximadamente 15 voluntários. Os diversos cursos oferecidos compreendem as áreas acadêmica (Língua Brasileira de Sinais (Libras), reforço escolar, inglês), musical (violão, violino, flauta doce e canto coral) e esportiva (tchouckball e vôlei). Alguns alunos que se formam e atingem a idade de 16 anos passam a ajudar como monitores no projeto, e tornam-se mentores dos outros beneficiados.

Outra atividade desenvolvida com juvenis acima de 10 anos é o Clube de Desbravadores, que tem reuniões aos sábados à tarde e domingos. O clube chama-se Comunitá-Rocinha e tem aproximadamente 50 integrantes.

Gabriela, Elaine e Harrison são voluntários no Comunitá Rio (Foto: Divulgação)

Gabriela destaca que “o projeto existe para fazer a diferença na vida das crianças. Perto de três 3 mil delas já devem ter passado por nossas mãos e eu me sinto honrada e feliz por fazer parte da vida delas. Isso é mágico!”. Ela tinha uma clínica de estética em Copacabana e quando o projeto foi crescendo, precisou decidir o que deveria fazer.

“O coração falou mais alto. Gostava muito da minha clínica, mas amo estar com as crianças. Tive que escolher apenas um, pois ficou complicado conciliar a administração da empresa e da ONG”, relembra a administradora.

De aluna a professora

Elaine Gomes de Souza, de 26 anos, foi aluna do projeto por cerca de 7 anos, e no final do primeiro começou a ajudar como monitora. Ela é graduada em Relações Humanas e fez dois anos de Libras no Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines). No entanto, seu coração continua ligada à iniciatica, onde ela dá aulas de Libras aos sábados à tarde há quase 10 anos. “Agora é a minha vez de ajudar as crianças que estão no projeto, onde um dia eu também fui aluna. Lá eu me apaixonei por Libras e quero fazer uma pós nesta área para ser instrutora. O projeto para mim é uma família, onde encontro amor, carinho, afeto e aperfeiçoamento pessoal e profissional”, destaca Elaine.

Parceria entre projeto e escola

A Escola Municipal Abelardo Chacrinha Barbosa tem parceria com o Projeto Comunitá Rio há vários anos. Em algumas turmas foi acrescentada a disciplina Canto Coral. No momento da aula, são orientadas por monitoras e ali fazem a aula com a professora Gabriela Marques. A diretora adjunta, Márcia Helena Figueiredo de Barros, descreve que a parceria é “firme e valiosa”. E completa: “Por ser Rocinha, uma comunidade que gera impacto e notícia, muitos surgem e desaparecem, sem dizer tchau, sem um verdadeiro envolvimento com as pessoas, como um todo. Diferente da Gabriela, seu esposo e sua equipe”, pontua.

Além das aulas, a professora visita os alunos e suas famílias em casa e consegue cesta de alimentos, bolsa escolar, inclusive casamentos e outros tipos de ajuda. “A escola ficou apaixonada pela programação e principalmente pela ‘tia Gabriela’, sempre linda, carinhosa e acolhedora. O inverso de muitos ‘ajudadores’ surge aí: Gabriela expandiu horizontes e quebrou barreiras, levando para fora da escola, no prédio da Igreja, aulas de reforço escolar, canto, Libras, coral. Foi uma surpresa boa!”, enfatiza Claudia Maria Gonzalez de Sá, diretora da escola Abelardo C. Barbosa.

“Essas meninas que conheceram a Gabriela pequenas ainda, hoje são mulheres e tem a Gabriela como um exemplo de pessoa digna e correta. A Gabi sempre conseguiu ajudar estas meninas através da Igreja Adventista e isso sempre foi muito importante para a escola. Sentimos que fazemos parte da mesma família, querendo ajudar estes rapazes e moças a se tornarem cidadãos de bem na sociedade”, afirma Márcia Helena.

A Escola Municipal Abelardo Chacrinha Barbosa atende alunos da educação infantil, dos 3 anos e 9 meses até os 13 anos. Segundo as diretoras, o voluntariado que o Projeto apresenta na Rocinha se multiplica, o que causa um impacto positivo dentro da comunidade. “Realmente é um orgulho conhecer a ONG, a Gabriela, seu esposo e toda a equipe que ajuda. Eles fazem muita diferença”, finaliza Claudia Maria.

Doe

Para fazer alguma doação à ONG Comunitá Rio, basta entrar em contato por telefone ou WhatsApp com Gabriela (21) 98020-0003 ou Harrison (21) 96469-2231. Também pode ser através do e-mail: [email protected]

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