Vitória, ES … [ASN] O município da Serra, região metropolitana do Espírito Santo, é considerado um dos mais violentos no Brasil. A Serra aparece em 10º lugar no ranking nacional com 187 homicídios por cada 100 mil habitantes.  Neste cenário figuram os usuários e integrantes do tráfico de drogas, vítimas da violência e até mesmo os moradores de rua.

Além de alimentos, os jovens oram e estudam a Bíblia com os moradores de rua.

Em meio a esta situação, um grupo de jovens adventistas da região de Carapina, em Serra, criou um projeto para acolher quem vive nas ruas. Eles não só levam lanches e comida, mas oram e estudam a Bíblia. Através da ação solidária, em dois meses, três moradores de rua decidiram frequentar a Igreja Adventista do Sétimo Dia local.

O psicólogo e participante Diego Correa, explica que a mobilização é feita a cada 15 dias, sempre às sextas feiras à noite. “ Às vezes entramos em lugares perigosos, mas somos bem recebidos. Ajudamos cerca de 70 pessoas no dia”, conta.

A sensação de recompensa vem pelo agradecimento de cada morador atendido, não só com o alimento, mas com a atenção. “ Conversamos com eles alguns minutos e mostramos compaixão. Eles se sentem amparados e com dignidade”, conta.

O projeto surgiu do Pequeno Grupo (PG) de jovens “De Cristo”. Além da parte devocional, nas reuniões os 15 integrantes planejam a ação solidária da semana seguinte. “ Esta ação demonstra bem que o Pequeno Grupo  tem também a função de melhorar a sociedade, ajudando as pessoas não só em suas necessidades espirituais. A parte social traz mais qualidade à vida do PG”, explica o líder do Ministério Pessoal para as regiões central e norte do Espírito Santo, Antonio Junio.

Reencontro

Em um dos momentos de atenção dado aos moradores de rua, o grupo descobriu um jovem com uma história de dor e sofrimento. O rapaz foi vítima de violência doméstica quando criança, chegando a ficar cego de um olho. Ele foi tirado da família e colocado num orfanato, onde ficou até os 18 anos. Depois, o destino foi as ruas.

Com o projeto e a frequência nos cultos, ele manifestou para os novos amigos o desejo de reencontrar sua família, pois queria perdoa-los e sair daquela vida. “ Pesquisamos sobre o paradeiro da mãe e vimos que ela morava num bairro próximo. Promovemos o encontro e eles já voltaram a morar juntos, com uma vida nova”, disse Diego Correa, participante.

[Equipe ASN, Ayanne Karoline]