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Iniciativa voluntária resgata autoestima de adolescentes infratoras

Serviços de saúde e beleza foram prestados em unidade socioeducativa de Belo Horizonte.


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Serviços de saúde e beleza foram prestados em unidade socioeducativa de Belo Horizonte

Serviços de saúde e beleza foram prestados em unidade socioeducativa de Belo Horizonte

Belo Horizonte, MG… [ASN] Clara* está com 18 anos e é a mais nova de seis irmãos. Há cinco meses viu a rotina mudar completamente depois de cometer um ato infracional e ser enviada para uma unidade socioeducativa de Belo Horizonte, capital mineira.

“Vir para cá foi acordar para a vida”, relata a adolescente. Clara perdeu a mãe aos três meses de idade, vítima de câncer, e foi criada somente pelo pai com a ajuda dos irmãos. Para ela, estar interna foi um acidente de percurso, uma vez que foi criada com amor e teve oportunidades de seguir uma vida diferente. “Quando sair daqui, quero retomar os estudos, e me formar na faculdade, assim como os meus irmãos. Vou fazer Engenharia Civil”, garante.

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Clara convive com outras 50 garotas, que têm idades entre 12 e 20 anos, no Centro de Reeducação Social São Jerônimo, em Belo Horizonte. O fato de estar longe da família e dos amigos e o preconceito que sofrem da sociedade provocam baixa autoestima nas adolescentes.

Serviços de saúde e beleza foram prestados em unidade socioeducativa de Belo Horizonte

Serviços de saúde e beleza foram prestados em unidade socioeducativa de Belo Horizonte

Para resgatar o ânimo das garotas, um grupo formado por mulheres que congregam nas igrejas adventistas da cidade e uma equipe de profissionais da área de beleza se uniram para levar serviços de saúde e estética na unidade socioeducativa. No sábado, 27 de junho, as adolescentes cuidaram da saúde bucal na Clínica Odontológica Móvel mantida pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA).

Na última segunda-feira, 29 de junho, cuidaram da beleza. O Dia da Princesa, como foi chamado, ofereceu cortes de cabelo, escova, design de sobrancelha e cuidados com o rosto e com as unhas. “Hoje cortei meu cabelo, algo que queria muito fazer. Achei essa visita ótima. Muitas meninas ficam para baixo, se sentindo feias. De repente chegam vocês e nos deixam bonitas. A gente fica com a autoestima lá em cima e muito feliz”, comenta Clara.

A cabeleireira Joana D’arc soube da ação por meio de uma cliente que é adventista. Joana não pensou duas vezes. Fechou o salão e convidou quatro colegas de profissão para cuidar das adolescentes. “O nosso foco é trabalhar a autoestima delas. Espero que elas gostem e que a gente volte outras vezes”, afirma a cabeleireira.

A estudante Sulamita Galvão deu uma pausa nos estudos habituais para o vestibular e passou a tarde na unidade socioeducativa cuidando das unhas das internas. “Jesus quando esteve na Terra serviu, então nosso papel também é servir. Fico feliz por fazer parte desse grupo”, comenta Sulamita.

O diretor do Centro de Reeducação Social São Jerônimo, Túlio Guimarães, acredita que os cuidados vão repercutir no comportamento das adolescentes. “As ações voluntárias nos ajudam bastante. Esse Dia de Princesa visa resgatar a autoestima das adolescentes. A gente vê o resultado imediatamente”, explica Guimarães.

A estudante de Direito Natália Márcia, que organizou a iniciativa, afirma que a ação favorece tanto quem recebe quanto quem oferece os serviços. “Não são apenas as meninas que estão sendo beneficiadas. As maiores beneficiadas somos nós porque aprendemos a ser pessoas mais humanas. Acredito que por meio do amor e do trabalho social nós levamos pessoas à salvação”, afirma Natália.

Ação social enfatizou beleza interior

Sermão abordou as características comuns às princesas

Sermão abordou as características comuns às princesas

O Dia da Princesa terminou com uma mensagem sobre a vida da personagem bíblica Ester, que enfatizou a importância de cultivar a beleza interior. O sermão contextualizou para as adolescentes as características comuns às princesas, como o altruísmo, a elegância e a autoestima. No final elas foram coroadas e ganharam uma Bíblia e um exemplar do curso bíblico Ouvindo a Voz de Deus. “Quis mostrar que elas têm valor e que são princesas porque são filhas de Deus, o rei do universo”, esclarece a voluntária Janaí Caló, que transmitiu a mensagem para as adolescentes.

* O nome foi trocado para preservar a identidade da entrevistada.

[Equipe ASN, Fernanda Beatriz]