Aposentada desce mantimentos por uma corda a fim de ajudar necessitados
Arinda Silva, de 76 anos, está isolada e por isso encontrou um meio inusitado para continuar ajudando apesar da pandemia
Arinda Silva, de 76 anos, encontrou um meio inusitado de continuar exercendo a solidariedade mesmo enquanto está confinada. A capixaba, nascida em Baixo Guandú, no Espírito Santo, e moradora da Grande Vitória, improvisou uma corda para arrecadar mantimentos e descer doações. A ideia nasceu da necessidade que a aposentada sente de auxiliar as pessoas que a procuram pedindo ajuda. Segundo ela, a busca por alimentos tem aumentado com a pandemia.
Leia também:
- Jovens fazem serenata em frente aos hospitais de Colatina
- Igreja é transformada em ponto de vacinação contra covid-19
A percepção de Arinda é assertiva e os números corroboram. A taxa média de desemprego em 2020 foi recorde em 20 Estados do País, acompanhando a média nacional, que aumentou de 11,9% em 2019 para 13,5% no ano passado, a maior da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD Contínua), iniciada em 2012.
“Por telefone as pessoas me ligam e dizem que têm doações. Outras entram em contato pedindo ajuda. Então uso esta corda improvisada para pegar ou para descer os mantimentos”, conta.
O trabalho de voluntariado realizado por Arinda não é recente. Por quase 20 anos, a aposentada trabalhou na Ação Solidária Adventista (ASA), um departamento da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) voltado a ajudar a comunidade com mantimentos.
Pão nosso de cada dia
Além dos mantimentos, Arinda também encontra outro meio de ajudar. Ela prepara pães e costuma ir à varanda de casa observar se passa sob seus olhos alguém que aparenta estar precisando. “Eu grito aqui de cima: ‘Ei, quer um pãozinho aí?’! Se a pessoa aceitar, eu desço o pão para pessoa”, explica.
E se alguém que não precisa recorre à Arinda pedindo seus famosos pães, ela pede em troca alimentos como açúcar, óleo, arroz ou feijão, e reserva o produto arrecadado para doar posteriormente. “Eu gosto de ajudar para que quando eu não estiver mais aqui, outros continuem”, ressalta.
Vacinada
No dia 13 de março, Arinda tomou a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus e aguarda com expectativa a segunda, que deve sair a partir do dia 13 de abril. Mesmo assim, ela ainda se mantém resguardada no combate à doença, mas não da solidariedade.
“A motivação que sinto vem de Deus. Ele me faz enxergar a necessidade pelas quais as pessoas estão passando durante a pandemia. Então faço o que posso para continuar este trabalho”, finaliza.
Assista também:
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=asypRQhmLR4]