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Amamentação auxilia desenvolvimento dos bebês e previne doenças

Iniciativas da ADRA beneficiam mães e recém-nascidos em todo o Brasil.


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Gestantes tem recebido orientações para cuidar de sua saúde e do bebê (Foto: Divulgação)

Celebrada anualmente em 120 países, a Semana Mundial de Aleitamento Materno tem como um dos alvos promover a criação de bancos de leite, garantindo, assim, melhor qualidade de vida para crianças em todo o planeta. Em 2022, a conscientização ocorre oficialmente entre os dias 1º e 7 de agosto. 

O leite materno é conhecido como o alimento mais completo para os bebês. Além de saciar a fome, diminui a probabilidade de obesidade, diabete e hipertensão, e contribui para a melhora nutricional. Ajuda, ainda, na redução de riscos de infecções e alergias, além de provocar um efeito positivo na inteligência e no vínculo entre a mãe e o bebê.

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Abundante em anticorpos, que são fundamentais para a saúde e a resistência do bebê a doenças, o leite materno é de extrema importância que a criança o receba como única fonte de alimento até os seis meses de idade. Especialistas orientam que ele deve ser mantido até os dois anos ou mais. Ou seja, não há limite de idade para a amamentação.

No entanto, esse direito não tem sido garantido para todas as crianças que vivem no território nacional. Menos da metade delas (45,7%) recebe amamentação exclusiva até os seis meses, como recomendado pelas autoridades de saúde. Além disso, 10% daquelas menores de 5 anos já estão em sobrepeso e 18,3% em risco de adquirir este problema. Os dados são do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), de 2019.

Auxílio bem presente

Para incentivar a amamentação e oferecer orientação sobre o tema, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), em todos seus núcleos no Brasil, oferece projetos que atendem mulheres grávidas e lactantes. 

Um desses projetos é o Conexão Materna, realizado no extremo sul da Bahia, na cidade de Eunápolis. Por lá, cerca de 30 mulheres e seus maridos participam das ações e recebem treinamentos.

A coordenadora da iniciativa, Maíra Simões, destaca que um dos principais objetivos é conscientizar sobre a amamentação nos primeiros momentos do nascimento. “Reunimos diversos profissionais que abordam esses temas com as gestantes e lactantes. É de extrema importância que as mães entendam a relevância da amamentação nos primeiros três anos de vida”, frisa. 

Profissionais da ADRA oferecem suporte às mães e filhos (Foto: Divulgação)

Ela ainda salienta que nos dias 13 e 20 de agosto, palestras darão continuidade ao mês do Agosto Dourado. Na ocasião, serão reunidas gestantes e mulheres que já tiveram seus filhos. Um curso sobre questões referentes ao parto também será disponibilizado às participantes.

A consultora em Aleitamento Materno Queila Assis será uma das palestrantes no projeto Conexão Materna. Para ela, amamentar vai muito além de nutrir uma criança, pois envolve todo um processo que conecta mães e bebês. Veja a entrevista completa. 

Além de beneficiar o bebê, a amamentação infantil também é uma questão importante para a saúde da mulher?

Sim. Se a mãe tem a oportunidade de amamentar nos primeiros minutos de vida do seu bebê, e se ela teve um parto vaginal, por exemplo, os estímulos obtidos por meio da sucção do bebê vão contribuir para que ela consiga expulsar a placenta com mais facilidade. 

Além disso, pode reduzir o risco de uma hemorragia pós-parto e auxiliar na recuperação do útero. Se essa amamentação for prolongada, pode até mesmo contribuir na perda de peso, ajudando para que ela recupere com mais facilidade o peso que tinha antes da gestação. 

Também existem inúmeras evidências cientificas de que a amamentação ajuda a reduzir o risco de câncer de mama, ovário, endométrio. Ainda previne osteoporose e protege o organismo da mulher contra doenças cardiovasculares e infarto. 

Por que é importante oferecer um curso específico para as gestantes sobre amamentação?

Apesar de nós vivermos em um país que é referência mundial em aleitamento materno, o índice de mães que conseguem uma amamentação exclusiva e prolongada é muito tímida. Sem contar que amamentar não é uma tarefa tão fácil e simples. Existem muitos mecanismos e fatores que interferem e influenciam para que essa amamentação tenha sucesso.

Uma educação perinatal, curso preparatório para gestantes sobre amamentação se torna indispensável, uma vez que essa mãe precisa ter conhecimento e precisa adquirir técnicas e desenvolver habilidades para que consiga amamentar de fato e tenha resultados positivos.

Quais são os desafios enfrentados pela mulher puérpera quando começa a amamentar?

Ela já se depara com eles ali na primeira mamada. O bebê não nasce sabendo mamar, então a mãe precisa ter conhecimentos para prover os recursos necessários para que a criança faça uma boa pega, para que ele se acople de forma adequada e assim consiga extrair o leita da mama. 

Se ela não souber conduzir a mamada da maneira correta, começa a ter prejuízos desde o primeiro momento; como o de sentir dores ao amamentar, as fissuras mamilares, e todas essas intercorrências acabam desmotivando a mãe a continuar com a amamentação, e o risco do desmame já se inicia nos primeiros dias de amamentação. 

O apoio psicológico também é importante para as mulheres gestantes e que irão iniciar a amamentação em breve?

Ele é indispensável porque vivemos em uma cultura pouco fundamentada na amamentação de peito. Existem muitos mitos, por isso desfazê-los, empoderar essas gestantes e enchê-las de conhecimento fará toda diferença para que acredite em seu potencial, e acredite na amamentação.

Além de ajudar no desenvolvimento saudável do bebê, quais os benefícios da amamentação para a relação mãe e filho?

Amamentar vai muito além de simplesmente nutrir uma criança. Existe todo um processo envolvido no ato de amamentar, pois promove uma profunda interação entre mãe e bebê. Por exemplo, o toque, o contato pele a pele, o cheirinho, o contato olho no olho, a sucção do bebê que promove a liberação da oxitocina, o hormônio do amor, faz com que mãe e o filho se apaixonem desde o primeiro contato. 

Amamentar produz uma sensação de bem-estar, reduz a ansiedade e ajuda na redução dos batimentos cardíacos. Amamentação é completamente terapêutico e tem um poder de estreitar e fortalecer a relação. É realmente um grande presente do Criador.