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Imigrantes africanos ganham templo adventista no Brasil

Cerca de 500 pessoas vindas do continente vivem na cidade de Hortolândia, no interior paulista


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Liderança da igreja envolvida no projeto missionário

Liderança da igreja envolvida no plantio da nova igreja da comunidade africana

Hortolândia, SP...[ASN] Recentemente, por conta da crise financeira em algumas regiões do mundo, há um significativo crescimento de imigrantes no Brasil vindos principalmente da Coreia do Sul, China, Bolívia, Peru, Paraguai, Haiti e de países africanos. A Igreja Adventista no Estado de São Paulo tem o Ministério Urbano com o objetivo criar novas congregações e oferecer todo o suporte às Comunidades Étnicas que surgem neste processo. Na cidade de Hortolândia, no interior paulista, foi inaugurado o primeiro templo de imigrantes da África no dia 6 de agosto. A iniciativa é inédita, pois é a primeira congregação adventista do sétimo dia que nasce de forma oficial fora do continente africano.

 

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O ato inaugural aconteceu na rua por causa da grande quantidade de pessoas na cerimônia

Na ocasião, a rua foi isolada para atender as centenas de convidados, amigos e membros de igrejas próximas que vieram dar apoio aos imigrantes de Angola. Com muito entusiasmo, cantando na língua nativa, os africanos demonstraram a sua gratidão pelo novo lugar de adoração. O pastor Teixeira Mateus Vinte, secretário de Igreja Adventista na região nordeste de Angola, destacou em sua fala que o Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência da Angola, em 1975, e o acordo de paz, em 2002, após 30 anos de guerra.

 

Apresentação musical com os novos membros da igreja.

Apresentação musical com os novos membros da igreja cantando na língua nativa

Vinte diz que está muito feliz por testemunhar um sonho que se torna realidade. Para ele é como um oásis em meio ao deserto. “A Igreja Adventista hoje faz história. Temos um lugar para adorar o nosso Deus na nossa língua africana. Uma nova comunidade que agora irá cumprir a missão na sua própria cultura e costumes. Isso é fantástico. Somos peregrinos, mas não perdidos. Somos o povo da esperança, remanescente, em uma caminhada rumo à Canaã Celestial”, pontua.

Sebatian Issenguel é angolano e vive no Brasil há 15 anos. Ele é diretor musical do Grupo African Family e, como adventista, usa a música como seu ministério pessoal. “Já mostramos a nossa cultura e levamos o evangelho em outras igrejas. Agora temos a oportunidade de mostrar a mensagem na nossa própria igreja, criando assim um ponto de referência aos nossos queridos irmãos imigrantes e que precisam de apoio”, destaca Issenguel.

Atenção a outras culturas

Com o slogan “A África é aqui”, o pastor Aurelino Ferreira, líder da Igreja Adventista na região sudoeste paulista, menciona que é nesta nova comunidade que os africanos se identificam com a sua pátria junto a seus compatriotas. “Estamos abrindo os nossos olhos e é bem claro o senso de missão. No nosso território essa é a 32ª igreja plantada neste ano. Queremos, no futuro, atender também os nossos irmãos hispanos da região”, projeta.

O pastor Domingos Sousa, como líder da Igreja Adventista no Estado de São Paulo, sabe dos desafios que existem para atingir todas as etnias, oferecendo um lugar próprio de adoração. “É muito importante para o imigrante participar do culto na igreja na sua língua materna e assim desenvolver a sua vida espiritual. Aqui em Hortolândia eu louvo a Deus pelo disposição da igreja em separar um espaço exclusivo para os africanos. Estamos cumprindo a ordem de Jesus de ir e pregar o Evangelho a toda tribo, língua e nação”, reforça.

Momento do batismos das irmãs Mari e Nélia

Momento do batismos das irmãs Mari e Nélia

Segundo o pastor Edson Luiz Pereira, do distrito local, a ideia surgiu pela quantidade de angolanos que vivem em Hortolândia. São mais de 500 pessoas que escolheram a cidade para iniciar uma nova vida. Entre eles estão muitos adventistas que estavam espalhando em templos ao redor. “Eu estou presenciando um povo unido e feliz. São oito países representados aqui. Que oportunidade maravilhosa que temos agora de evangelizar outros imigrantes", avalia.

No final da inauguração, três pessoas foram batizadas. Osvaldo Martins da Cruz, de 26 anos, fez uma surpresa para a sua namorada que já era membro da Igreja. “O batismo pra mim foi um momento único ao me batizar na primeira igreja africana no Brasil. Daqui pra frente será só bênção, fazer a obra de Deus e levar a mensagem para outras pessoas”, garante. [Equipe ASN, Eber Pola]