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Missão

Evangelismo relacional

Último concílio do ano dá ênfase ao poder da amizade para acolher pessoas na Igreja e levá-las à salvação.


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Amizades que nasceram a partir de uma mudança de cidade, um chá evangelístico ou de um convite para participar de uma Base Life, como são conhecidos os pequenos grupos e as unidades de ação da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Bahia e em Sergipe. As histórias a seguir contam como o trabalho da igreja em pequenos grupos influencia as pessoas na tomada de decisão. 

Vários batismos aconteceram durante a programação do último Concílio Anual da ULB. (Foto: Thiago Fernandes)

Durante o último concílio administrativo da União Leste Brasileira, sede adventista para baianos e sergipanos, essas histórias foram contadas para inspirar um movimento em favor do evangelismo relacional, que cresce em pequenas comunidades.

Nadiene Viana e Clarice Novaes se conhecerem após a chegada de Nadiene a uma nova cidade. “Eu sou de Gandú, uma cidade no interior do sul da Bahia, e quando me mudei para Maracás conheci a Clarice, ela era minha vizinha, ficamos amigas e percebi o interesse dela em estudar melhor a bíblia e entender melhor as escrituras”, contou Nadiene.

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O Ministério da Mulher realiza anualmente uma reunião para um chá entre amigas, e foi em um desses chás promovidos pelas mulheres da Igreja Adventista na cidade de Maracás, que a Nadiene convidou a sua amiga Clarice para participar. Ela conta que ao participar sua amiga se apaixonou pela forma como o chá era realizado.  “A cada dia a Clarice se encantava mais, e passou a frequentar outros eventos de nossa comunidade, foi então que fiz o convite para estudarmos juntas a bíblia e ela prontamente aceitou”, disse.

Nadiene entrega a Clarice o kit batismal, amizade das duas ajudou a Clarice tomar a decisão de seguir a Jesus. (Foto: Thiago Fernandes)

Segundo conta Viana, Clarice ficou impressionada com o cuidado dos irmãos da comunidade adventista. “Nós temos três igrejas lá em Maracás, e onde ela chegava sentia aquele vínculo de irmandade, então ela sempre se sentiu amada e acolhida Quando estamos unidos em comunidade conseguimos alcançar mais pessoas para Jesus, e Clarice é fruto disso, dessa importância do acolhimento no processo de evangelização. Nosso propósito é este, buscar e restaurar vidas”, reforçou.

Kallyane Nunes é diretora da Escola Sabatina e participa da Base Life Luz de Jesus localizada na capital baiana. Ela e seu esposo sentiram o desejo de convidar Gustavo, seu sobrinho, que estava afastado da convivência da igreja para participar da Base Life. Segundo Kallyane, a Base Life é de suma importância para unir a igreja. “Dentro de um pequeno grupo a gente conhece mais uns aos outros, passa a interagir melhor, consegue acolher mais membros e outras pessoas como nossos amigos de oração. Por isso, considero essa integração importante. A construção da amizade em um grupo menor é bem mais fácil, a pessoa se sente mais à vontade e fica até mais fácil de convidá-la para a igreja”, comentou. 

Além de tia de Gustavo, Kallyane discipulou o adolescente na Base Life de sua igreja. (Foto: Thiago Fernandes)

De acordo com Gustavo Gonzaga, o retorno a igreja nem sempre é fácil. Ele conta que a escolha dos amigos no Pequeno Grupo facilitou sua decisão ao batismo. “Foi bem difícil para mim, sou tímido e não conseguia me enturmar com as pessoas. Foi quando meus tios me convidaram para participar da Base Life. Fui conhecendo várias pessoas e ali me senti inserido e acolhido por todos. A decisão pelo batismo é uma escolha pessoal, e eu sempre tive o desejo de me batizar porque desde pequeno frequentei a igreja, mas houve um tempo em que me afastei desse caminho. É importante saber escolher as amizades e a comunidade onde você está inserido, pois elas te influenciarão na sua caminhada”, disse.

Momento de emoção no batismo de Gustavo. (Foto: Thiago Fernandes)

Mudança de vida 

Para Clarice Novaes, a nova amizade proporcionou uma grande mudança em sua vida. “Foi muito especial para mim a chegada da Nadiene, porque ali nasceu uma linda amizade. Eu já havia estudado a Bíblia um tempo atrás, só que as pessoas que me deram estudo foram embora e eu não consegui concluir, mas dessa vez senti que seria diferente. Minha família quase toda é cristã e eu sempre tive um desejo forte de conhecer mais a respeito da bíblia e já sentia o desejo de me batizar, só não sabia como fazer, até que a chegada da minha nova amiga”, comenta.

Além de receber estudos bíblicos e viver em uma comunidade comprometida com a adoração e a missão, Clarice ressalta a importância e a influência dos irmãos adventistas em sua vida. “Mesmo quando a Nadiene viajava eu não ficava sem os estudos, sempre tinha alguém para continuar estudando a Bíblia comigo. Eu me senti muito acolhida e abençoada”, disse.

"O desfio agora é trazer mais pessoas para Cristo". (Foto: Thiago Fernandes)

Hoje o sonho das duas amigas é implantar um pequeno grupo no bairro onde moram e assim conseguir evangelizar mais pessoas.  “Eu já participo de um pequeno grupo que funciona na casa dos irmãos da nossa igreja, mas fica em outro bairro. Temos vontade e sentimos a necessidade de ter um em nosso bairro. A Clarice tomou a decisão pelo batismo e hoje aqui no Concílio de pastores, ela firmou seu compromisso através do batismo.  Agora ela deseja levar a mensagem a outros, e o pequeno grupo pode ser essa via de salvação”, enfatiza Nadiene.

Adoração em comunidade

Assim como o chá entre amigas motivou mulheres a estudarem a Bíblia, as pequenas comunidades motivam os irmãos no processo de evangelização através dos pequenos grupos. Para o pastor Adriel Frei, responsável pela região de Maracás, isso mostra o quão importante é o papel dos pequenos grupos no processo de evangelização e acolhimento. “Estamos na fase de implantação dos pequenos grupos nos subdistritos e trabalhando especialmente com os laços amistosos, pedindo aos irmãos para convidar as pessoas que moram próximo das suas casas para compor os pequenos grupos. Nós temos hoje em nosso distrito 11 congregações entre igrejas e grupos, e cerca de 13 pequenos grupos. É uma fase de crescimento e temos previsão de aumentar esse número. Nosso sonho é que cada igreja tenha pelo menos 3 pequenos grupos e que os irmãos compreendam que o objetivo não é ter apenas os membros locais participando dessa comunidade, mas, principalmente ter os seus amigos, seus familiares que não fazem parte do nosso convívio participando de um pequeno grupo. Assim, congregando nas nossas igrejas e estudando a Bíblia, consequentemente levaremos muitas pessoas a ter um encontro com Cristo”, esclarece o pastor Ariel.

Ainda de acordo com o pastor Manoel Conceição, líder para Escola Sabatina e Pequenos Grupos em Salvador e região, é no pequeno grupo ou na Base Life que a pessoa tem a oportunidade de se desenvolver como líder. “É ali que ele passa a assumir algumas responsabilidades. Seu líder direto que é o professor vai pastoreá-lo dando o suporte que ele precisa. Portanto o PG ou a Base Life ajuda o membro a desenvolver o discipulado na prática, inclusive preparando-o para a missão”, concluiu.