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Casal adventista cria ação social após morte do filho

Nelson e Soraia arrecadam e distribuem fraldas para crianças especiais desde 2012


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Nelson e Soraia entregando fraldas e kit de higiene para crianças 

Uma tarde de domingo diferente. Para as crianças é dia de alegria e diversão, e isso fica evidente nos sorrisos que não escondem. Já os pais têm no semblante a emoção por saber que ainda há pessoas que se preocupam em ajudar o próximo. Transformar dor em amor não é simples, mas para Nelson e Soraia foi assim que eles conseguiram seguir em frente depois da morte do filho Gabriel, aos 9 anos.

Como tudo começou

Gabriel era o único filho de Nelson e Soraia. Ele teve paralisia cerebral e era portador da Síndrome de West, convulsões repetitivas de difícil controle. Em 2012, antes de completar seus 10 anos, faleceu. Seus pais contam que encontraram forças em Jesus para levar a vida adiante. E decidiram dedicar-se a ajudar outras crianças com deficiências.

“Eu prometi para o Gabriel, quando ele estava na UTI, que faria sua festa de 10 anos em setembro. Mas em julho ele faleceu. Mesmo assim, a festa aconteceu”, lembra a mãe Soraia Neves. Esta foi a primeira confraternização das crianças especiais. Em 2012, Soraia e Nelson arrecadaram 2 mil fraldas geriátricas e distribuíram para 10 crianças especiais na festa que seria o aniversário do filho. Este foi o começo de uma corrente do bem.

Soraia se emociona ao lembrar do filho que faleceu em 2012

A ação

No último domingo (15) aconteceu a nona edição da festa que beneficiou 76 famílias foram beneficiadas, e ao final do evento já levaram suas fraldas para casa. “Eu estava na escola quando uma mãe comentou sobre o evento. Eu cheguei aqui e me deparei com algo grandioso, onde uma mãe perdeu um filho e faz uma festa para arrecadar fraldas e repassar para a gente. Ajuda muito”, confessa Isabel Zamilian, mãe de Felipe, uma das crianças beneficiadas na ação.

Os desbravadores do Pilarzinho cantaram uma música autoral no evento

O trabalho social deles tem foco principal na arrecadação de fraldas, mas a cada ano eles trazem outros materiais necessários para ajudar famílias que sofrem com a falta de recursos para manter as crianças especiais. A atividade dura o ano todo, mas é em setembro que acontece a festa especial para àqueles que são atendidos pelo projeto. Neste dia tem bolo, salgadinho, brincadeira, mas também apoio espiritual e muito amor.

Organização no dia anterior ao evento

Para que tudo esteja perfeito no dia, muito trabalho é feito anteriormente e muita gente se dispõe a ajudar. O casal conta com a colaboração de vários segmentos da sociedade como empresas, igrejas e pessoas físicas. Os participantes da Missão Calebe, da igreja adventista do Pilarzinho, templo que Nelson e Soraia congregam em Curitiba, na festa deste ano mostraram que não é só nas férias que eles se reúnem para ajudar o próximo.

Santiago e Lea, são Calebes e amigos do casal. Eles conheceram Soraia e Nelson na igreja e pelo terceiro ano estiveram envolvidos na ação. “Normalmente a gente se sente impotente, a gente não consegue ajudar como gostaria. E aqui neste momento a gente consegue despender um pouco do nosso tempo e fazer diferença para outras pessoas”, afirma Santiago Martins.

Santiago ajudando na distribuição das fraldas

Para participar da festa, os convidados são as famílias dos deficientes e qualquer pessoa que esteja disposta a despender seu tempo para dar atenção àqueles que além das fraldas precisam de gestos de carinho e amor. E os voluntários também ganham muito nessa ação. “Quando você ajuda alguém, você é o mais ajudado. Quando você vê o sorriso de uma criança, mesmo com suas delimitações, elas dão um sorriso que demonstra gratidão. Chega a ser emocionante,” confessa Santiago Martins.

Para saber mais e ajudar com doações entre em contato com o casal pelo facebook.

Tabita dos tempos modernos

Ilson Geisler, pastor responsável pelo distrito de Soraia a compara com Tabita. Uma mulher que tem sua história contada na Bíblia, em Atos dos Apóstolos. Ela vivia em Jope e era conhecida pela dedicação em favor dos pobres daquela cidade, ao ponto de costurar túnicas e vestidos para viúvas necessitadas. “Nos tempos de Jesus nós tivemos Tabita, uma mulher que fez diferença onde viveu. Hoje nós temos uma Tabita moderna na região do Tanguá: a dona Soraia”, declara o pastor.

Ele ainda explica como o cristão pode contribuir com as pessoas ao seu redor. “Jesus não dava apenas a mensagem. Ele levava o pão e o peixe. As pessoas não precisam apenas do nosso amor, carinho e palavras, mas precisam também de coisas materiais”, conclui.