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Pesquisa com mais de 300 mil avalia perfil e hábitos adventistas

Foram ouvidas mais de 300 mil pessoas na América do Sul que falaram sobre hábitos adventistas relacionados à oração, estudo da Bíblia, entre outros temas.


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Estudo da Bíblia e oração foram pontos verificados na ampla pesquisa realizada em outubro do ano passado. Foto: Shutterstock

Em outubro do ano passado, uma ampla pesquisa foi realizada na maior parte das congregações adventistas em oito países sul-americanos. Seu objetivo era o de conhecer o perfil das pessoas que frequentam os cultos da denominação, além de identificar os principais hábitos adventistas. No total, foram apuradas respostas de 316.105 pessoas. Deste total,  301.804 foram consideradas válidas – cerca de 15 mil formulários foram descartados por inconsistência.

O responsável pela pesquisa, o doutor Thadeu Silva, diretor de Arquivo, Estatística e Pesquisa da sede sul-americana adventista, apresentou os dados durante a Comissão Diretiva Plenária, concluída nesta terça-feira, 21, em quatro etapas. Ele frisou que se trata de um dos estudos mais abrangentes realizados pela Igreja Adventista ao redor do mundo. As apresentações fizeram recortes relacionados a aspectos de comunhão, relacionamento, missão e apostasia (abandono da fé).

É importante frisar que a denominação possui, em 2019, 2,5 milhões de membros registrados em oito países da América do Sul. Líderes adventistas presentes à reunião comentaram os dados.  A maioria viu que se trata de uma radiografia importante para direcionar a atuação da Igreja Adventista nos próximos anos. O pastor Erton Köhler, líder sul-americano adventista, observou que os resultados são importantes e que refletem a percepção de boa parte dos membros adventistas. Ao mesmo tempo, frisou que a Igreja Adventista do Sétimo Dia deve, em todos os seus níveis e regiões, estudar o material para organizar o trabalho.

Perfil dos pesquisados

De todos os que responderam, 97,6% são adventistas e o restante se divide entre pessoas que declararam  evangélicos, católicos e de outras religiões. Responderam a pesquisa 56,9% de pessoas entre 31 e 59 anos de idade; 27,3% entre 17 e 30 anos de idade; 9,2% com mais de 60 anos e 6,6% entre 14 e 16 anos de idade. 62,6% dos participantes da pesquisa disseram que são casados e 28,5%, solteiros.

Dos respondentes,  35,90% possuem Ensino Médio completo e 22,40% Ensino Superior completo. 13,90% afirmam que possuem Ensino Fundamental incompleto e 12,20% completo. Dado interessante  é que a maioria (52,80%) dos respondentes frequenta congregações adventistas que atendem entre 51 e 200 membros.

Hábitos adventistas de comunhão

Foram compilados vários dados a partir do que se respondeu, mas alguns tópicos merecem ser destacados.

Estudo da Bíblia

48,7% dos ouvidos disseram que estudam a Bíblia todos os dias. Entre os que possuem 60 anos de idade ou mais, 79,2% afirmam estudar a Bíblia diariamente. E, dentro do grupo dos que estão em congregações adventistas com até 50 membros, 52,5% estudam a Bíblia diariamente. Um grupo de 56,6% afirmou que não possui dúvidas sobre os grandes temas da Bíblia.

Respostas sobre a pergunta Por que você estuda a Bíblia?

Relação entre tamanho de igreja e estudo da Bíblia.

Relação entre faixa etária e estudo da Bíblia.

Oração e culto da família

Pelo menos 43,2% das pessoas afirmam que oram diariamente e que possuem momentos de profunda oração. No grupo dos idosos, essa proporção sobe para 69,3%. A pesquisa apontou que 26,9% das pessoas realizam culto em família de vez em quando. E 21,6% asseguram que fazem culto todos os dias.

Expectativa quanto à volta de Jesus

Quando questionados sobre expectativa quanto à volta e Jesus Cristo, 47,4% disseram que o momento mais adequado para Jesus voltar é a qualquer hora, pois se sentem preparados. Já 46,7% afirmam que o momento mais adequado para Jesus regressar seria quando conseguirem colocar sua vida espiritual em dia.

Hábitos de relacionamento espiritual

Entre as várias questões apresentadas, algumas são significativas quanto ao comportamento dos respondentes. A maioria (87,3%) das pessoas afirmou que nunca tem vergonha de dizer que é adventista.

Pelo menos 62,9% dos respondentes afirmou que seu melhor amigo é adventista. Quando se faz o cruzamento com faixa etária, constata-se que entre os que têm 60 anos ou mais, 71,7% dizem que seu melhor amigo é uma pessoa adventista. Entre as pessoas, na faixa de 14 a 16 anos, o percentual dos que têm o melhor amigo adventista é de 51,7%.

Um grupo de 65% afirma que participa de alguma reunião de pequeno grupo. Outro aspecto verificado na pesquisa, mostra que 70,3% se dizem influenciados a seguir na Igreja Adventista por considerar que é a igreja verdadeira.  Ao mesmo tempo, dizem que as duas coisas mais difíceis da vida cristã é ter domínio próprio (item marcado por 48,8% dos respondentes) e amar os inimigos (indicado por 43%).

Livro missionário

A pesquisa analisou a percepção das pessoas quanto ao projeto Impacto Esperança e o livro missionário. Um grupo de 88,5% afirma que já distribuiu o livro missionário na rua no dia de mobilização específica do Impacto Esperança.

Atividades na igreja

Quando a questão é sobre atividades da igreja, 30,7% dizem que, para participar ativamente na igreja, envolve-se com um dos ministérios, como os desbravadores e a escola sabatina, por exemplo. Por outro lado, 34,3% entre os que dizem não participar de atividade alguma, o fazem porque ainda não se sentem preparados para isso.

Abandono da fé

A pesquisa apurou que cerca de 29% dos respondentes deixou de frequentar a igreja, retornando em algum momento, e 71% afirmam que nunca saíram.

Entre os que nunca deixaram a igreja, 72,9% afirmam que a maior influência para continuar é a certeza de que se trata de uma igreja verdadeira. Entre os que já deixaram  de frequentar, este percentual é de 67,1%.

Foi perguntado sobre as razões por que as pessoas saíram da igreja. Para 26,2%, a principal razão foi que perderam a vontade; para 18,8%, problemas familiares e 18% disseram que simplesmente não quiseram mais ir.

Na pesquisa, foi verificado por que as pessoas voltaram para a igreja: 45,7% viram que  a solução estava em Deus e que é certo frequentar a igreja. Outros 35,2% dizem que voltaram porque viram que o mundo não compensa.