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Igreja Adventista busca esclarecer posição sobre aborto

Posição sobre aborto é fruto de discussão que reúne especialistas de várias áreas, incluindo profissionais que trabalham na área de saúde.


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Discussões a respeito da posição sobre aborto ocorrem na sede mundial adventista e deverão ser apresentadas, de forma conclusiva, até o mês de outubro deste ano. (Foto: Adventist Review)

Um grupo diversificado de médicos especialistas adventistas do sétimo dia, teólogos, administradores de saúde e especialistas em ética buscam esclarecer a posição oficial da Igreja sobre a controversa posição do aborto. A última diretriz da denominação sobre o assunto, que não é uma declaração oficial, foi um documento divulgado em 1992.

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O Instituto de Pesquisa Bíblica (BRI, em inglês) da Associação Geral da Igreja, a sede mundial adventista, oferece uma visão bíblica e teológica à Igreja sobre muitas questões. E há dois anos, foi incumbido de preparar, por isso, uma declaração que reflita os princípios bíblicos relacionados à discussão sobre o aborto. A Comissão de Ética do BRI desenvolveu vários rascunhos, então, do documento proposto. O material é fruto de um diálogo contínuo com o departamento do Ministério da Saúde da Igreja e a Comissão de Bioética da sede mundial adventista. A Comissão de Bioética inclui representantes dos hospitais universitários e sistemas médicos da Igreja, portanto, além de administradores e profissionais independentes de saúde adventistas.

Grupo de trabalho representativo

Em 27 de agosto, uma ação da Comissão Administrativa da Associação Geral (Adcom, na sigla em inglês) estabeleceu um grupo de trabalho para continuar o desenvolvimento da posição sobre o aborto. O grupo de 26 membros inclui representantes dos Ministérios da Saúde, da Mulher, da Família, da Criança, de Capelania, de Educação, do Patrimônio de Ellen G. White, do Instituto de Pesquisa Bíblica, do Gabinete de Conselho Geral, de Assuntos Públicos, de Administração Sênior, do Departamento de Comunicação e da Adventist Review.

O grupo é presidido pelo vice-presidente da Associação Geral, Artur Stele. A comissão inclui 23 membros de outros países que não os Estados Unidos. Nela estão representantes da Argentina, México, Brasil, África do Sul, Rússia, Finlândia, Noruega, Jamaica, Senegal, Gana, Canadá, Cingapura, Austrália, Ilhas Maurício, Alemanha e Chile. Seis membros são do sexo feminino; três delas estão na comissão de redação desta posição sobre aborto. “O processo de elaboração de qualquer declaração da Igreja deve incluir representação de todos os segmentos da Igreja”, diz Stele. “Esta importante declaração envolve a participação de teólogos, médicos e clínicos, administradores de saúde, administradores da Igreja, tanto homens quanto mulheres", completa.

Stele esclarece o papel do grupo de trabalho. “A comissão foi encarregada de estudar o esboço da Comissão de Ética do BRI, juntamente com as diretrizes de 1992”, explica. “Além disso, a comissão deve estudar e considerar contribuições e feedback de várias fontes, o que inclui a Comissão de Bioética da sede mundial adventista”.

O presidente da Comissão enfatizou, ainda, que a terceira responsabilidade do grupo é “preparar um rascunho de uma declaração unificada que será claramente baseada em princípios bíblicos que sublinham a santidade da vida e reconhece os casos/anomalias excepcionalmente difíceis que as mulheres podem enfrentar”.

Vários níveis de apreciação

O objetivo anunciado é o de levar um documento ao plenário da Comissão Executiva da Associação Geral, que se reúne para seu Conselho Anual em Silver Spring, Estados Unidos, de 9 a 16 de outubro. Um ritmo acelerado de comissões de redação e discussões mais amplas de todo o grupo de trabalho, então, está planejado entre agora e uma reunião da Adcom em 1º de outubro. A Comissão Administrativa analisará o documento proposto e decidirá se o recomendará para a sessão do Conselho Anual.

“Este é um tópico profundamente sensível”, detalha Peter Landless, diretor do Ministério da Saúde da Igreja Adventista do Sétimo Dia. “Minha oração é que o resultado das deliberações beneficie e fortaleça positivamente o trabalho e a prática de nossa missão em todas as esferas”, comenta.

O diretor do BRI, Elias Brasil de Souza, concorda com isso. “Minha esperança é que esse processo ajude os membros da Igreja e a comunidade adventista a saberem como a Igreja se posiciona sobre uma questão tão crítica. É importante para o processo que os resultados reflitam a fidelidade às Escrituras”, ressalta.

Um esboço será revisado pela comissão de 26 membros em sua reunião de 4 de setembro. Depois disso, é a vez da avaliação de um grupo maior de mais de 30 representantes dos cinco sistemas de saúde da Igreja na América do Norte, além de membros da Comissão de Bioética da sede mundial e especialistas do sistema de hospitais universitários da Igreja. Todos serão convidados para uma grande discussão em meados de setembro.

Reuniões adicionais da comissão de redação e do grupo de trabalho completo também serão convocadas na última quinzena de setembro. O plano é incorporar as ideias e conselhos obtidos de todas as partes participantes da discussão.

“Como uma profissional de saúde que entende como essas declarações afetarão a vida de pessoas reais que lutam com decisões difíceis, sou encorajada pelo processo que estamos passando”, pontua Katia Reinert, diretora associada do Ministério da Saúde e membro do grupo de trabalho e da comissão de redação.

Ela conclui: “Sinto-me confiante de que teremos uma declaração que fornecerá perspectivas bíblicas e práticas para diretrizes futuras, levando em consideração a necessidade de cura e integridade de indivíduos e famílias que vivem em um mundo desfeito”.