Empresários financiam literatura cristã a detentos do Espírito Santo
Projeto Libertos já adquiriu 1 mil exemplares do Grande Conflito para entregar em 2022.
Empresários capixabas estão financiando literaturas cristãs para detentos em Unidades Prisionais no Espírito Santo. Estima-se que somente neste ano mais de mil exemplares do livro O Grande Conflito, de autoria da escritora Ellen White, sejam distribuídos ao grupo. A entrega já começou e é feita junto a um trabalho desenvolvido de maneira integrada por pastores que trabalham como evangelistas e o Ministério de Publicações.
Outubro foi o mês escolhido para celebrar o Dia Nacional do Livro em homenagem à Biblioteca Nacional, fundada nesta mesma data, mas no ano de 1810. Desde a década de 60, o dia 29 de outubro vem sendo reservado para fortalecer o incentivo à leitura no Brasil, cujos índices são bem limitados. A leitura é capaz de libertar a imaginação em qualquer circunstâncias, até mesmo dentro de um presídio.
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Através do Ministério de Publicações, o Projeto Libertos vem ganhando espaço entre os consultores do Instituto Vida. Esses profissionais passam de empresa em empresa oferecendo conteúdos educacionais e de desenvolvimento pessoal e espiritual em diversos lugares do Espírito Santo. Diante da apresentação, surge a oportunidade de o empresário colaborar com o custeio de um livro cristão destinado para detentos de penitenciárias capixabas.
Pastores em presídios
Nossa equipe de Comunicação visitou um Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL) para acompanhar a entrega de parte desses materiais. O trabalho é integrado junto ao Ministério de Evangelismo porque semanalmente um pastor é designado para realizar as visitas aos presos. Nesta unidade, o pastor Jhonatan Lopes é quem realiza o acompanhamento.
"A dinâmica de visitação aqui no presídio acontece às segundas-feiras, de 9h às 11h. Nós temos um contato presencial com os internos, o que chamamos de assistência religiosa", corrobora Lopes.
A assistência religiosa elencada por Lopes é uma prerrogativa de todas as denominações que se intercalam, por meio de uma escala, a fim de que todas tenham a oportunidade de visitar o local.
"O trabalho religioso executado hoje no centro de ressocialização tem como objetivo minimizar os impactos tanto disciplinares, como as faltas, que a gente vem reduzindo bastante, e abranger a todos, na qualidade de todos terem o acesso à assistência religiosa", destaca Juliana do Espírito Santo, assistente social do CDRL.
As visitas religiosas costumam abrandar o comportamento dos detentos, que aliado à leitura, auxiliam na redução de pena.
Vidas transformadas
O diferencial do trabalho realizado na Igreja Adventista do Sétimo Dia nestes ambientes vem em forma de leitura. O projeto Libertos assume o papel de evangelizar ao mesmo tempo que estimula o intelecto dos presidiários para que eles saiam preparados para lidar com a sociedade e com o mercado de trabalho.
"Esses projetos religiosos impactaram a minha vida e me fizeram conhecer a Jesus. Hoje as pessoas não me veem da forma que me viam antes", explica um dos reclusos, que não pode ser identificado por questões de segurança.
Ele conta que agora é um dos responsáveis por promover as atividades espirituais dentro do reformatório. Prestes a terminar sua pena, ele explica que tem vontade de continuar pregando na comunidade em que vive e para os presidiários que permanecerem no local.
O pastor Paulo Alberto Leite, que atua em Linhares, território que abriga um desses presídios, reforça o cuidado que os templos precisam ter com este grupo marginalizado. Ele lembra que a Bíblia convida os fiéis a visitarem os que estiverem enfermos, despidos e presos, porque Jesus se identifica com estes grupos.
"Jesus terá expectativas simples em relação à nossa missão. Quando estive preso, ele vai dizer, "fostes me visitar"", parafraseia.