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Inclusão

Abrigos realizam ceia de Natal para pessoas em situação de rua

A iniciativa da ceia de Natal proporciona momento de celebração e une pessoas em situação de vulnerabilidade social na Bahia.


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Coordenadoras da ADRA e das Unidades de Acolhimento Institucional. (Foto: Thiago Fernandes)

Em meio a lágrimas e muita emoção, na quadra ornamentada com cores do Natal, Daciane Andrade, coordenadora da Unidade de Acolhimento Institucional (UAI) da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), tenta expressar em palavras o quanto almejou aquele momento.

“Eu sonhei com isso, eu queria essa realização e trabalhei para que esse sonho fosse concretizado. O Natal é isso, é um pouquinho de todo mundo com seu toque, cada um contribuindo com um detalhe", afirma Daciane. E continua: "proporcionar isso para os assistidos é de muita importância para a gente que trabalha e desenvolve atividades o ano inteiro com eles. Então, finalizar o ano com amor, no Natal com todos juntos partilhando do mesmo sentimento, é muito emocionante”.

A Ceia Solidária de Natal, que aconteceu no último dia 15 de dezembro, atendeu cerca de 150 pessoas em situação de rua. A ação é parte do cronograma da ADRA Bahia por meio das UAI's. A noite de acolhimento aconteceu no Instituto Central de Educação Isaías Alves (ICEIA), no bairro Barbalho em Salvador, Bahia. 

Jantar e música

A iniciativa têm como objetivo não só saciar a fome daqueles que por muitas vezes não tem o que comer, mas, também, reforçar a responsabilidade de uma sociedade mais justa e igualitária. Outro ponto importante que a coordenadora reforça é o fato de proporcionar conforto aos assistidos que não têm uma casa para, junto à família, comemorar o Natal, além de celebrar com aqueles que convivem nos abrigos. 

“Preparamos muitas surpresas para todos. Tem uma frase que eu gosto muito e diz assim: se Deus colocou algo no seu coração e permitiu que você sonhasse com isso, é porque você pode concretizar. Eu acredito muito nisso e ver hoje essa realização é a confirmação do que o Senhor colocou no meu coração” disse Andrade.

Além do jantar, os acolhidos foram beneficiados com uma linda cantata de Natal apresentada pelo coral Life Jovem e a apresentação do Motoclube da AMM - Ministério de Motocicletas Adventistas.

Pessoas acolhidas

Gisele Gonçalves é uma das acolhidas da unidade ADRA Barbalho 2. Ela explica que participou pela primeira vez da Ceia Solidária de Natal. Longe dos parentes, relembra a importância dessa ação. “Esse é um momento de confraternização e de união. Na rua sofrendo diversas dificuldades, a gente não vive essa realidade. A ADRA, por meio dos seus colaboradores e voluntários, proporcionam para nós, no final de um ciclo de um ano, essa oportunidade de nos reunirmos. É aí que nos sentimos valorizados, como se a gente fosse família mesmo. Eles nos tratam bem, respeitam-nos e ouvem nossos problemas. Ver toda essa decoração, todo mundo arrumadinho, sabe, isso faz a gente se sentir gente. Deus abençoe a todos que estão envolvidos nesse trabalho. Só tenho a agradecer”, assegura.

Da direita para a esquerda, de camisa cinza, a acolhida Gisele Gonçalves. (Foto: Thiago Fernandes)

Argentino, longe da família e de seu país a 8 anos, Santos Bordon se encontra desde agosto na unidade de acolhimento da ADRA Barbalho 1. Além da experiência de participar da ceia, ele relata que a UAI está ajudando a regularizar sua documentação aqui no Brasil. “Levando em conta que eu tenho toda a minha família muito longe daqui, esse é um jeito de não me sentir sozinho, de sentir que sou acolhido. Tudo aqui está lindo e foi preparado com carinho. A gente fica com os outros assistidos e conversamos, trocamos ideias. Isso é uma coisa muito boa” reforçou. 

Santos é argentino e vive no Brasil há cerca de 8 anos. (Foto: Thiago Fernandes)

Para o beneficiado, a valorização que a ADRA proporciona é algo que significa muito para ele.  “Eu poderia tranquilamente ficar sozinho agora, mas estou rodeado de pessoas boas. E no meu caso, saí cedo da unidade para ajudar a montar tudo isso aqui. Para mim foi uma experiência nova e marcante”, disse. 

O moto clube da AMM de Salvador esteve presente na ceia. (Foto: Thiago Fernandes)

Ao final do jantar, o motoclube realizou mais uma apresentação, finalizando a noite dos acolhidos. Daciane reforça ainda que a convivência dos colaboradores e voluntários da ADRA com os assistidos cria laços que vão além das paredes do abrigo. “A gente tenta passar para eles o tempo inteiro, todos os dias, quando eles são acolhidos, de que ali é a casa deles e que nós estamos ali para auxiliá-los nesse processo de organização", ressalta a líder.

E ressalta, ainda, que "a ADRA quer que eles sintam que a UAI é o lar deles, a equipe se torna a família que eles precisam e todas as vezes que nós proporcionamos esses eventos é nesse sentido, de promover para os acolhidos um pouquinho do que a gente tem na nossa casa, do que a gente partilha e acha que é importante. Participar desse momento para mim é muito gratificante”.

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