O alerta de pandemia no novo coronavírus mudou a vida de muitas pessoas pelo mundo. No Brasil, milhares foram afetadas financeiramente e emocionalmente. A cada dia, dezenas de brasileiros são diagnosticados com depressão e ansiedade, enquanto outras dezenas têm sua carreira profissional e vida financeira ameaçadas pelo desemprego ascendente. Mas com os problemas, também vieram as soluções. Iniciativas que envolvem doação de alimentos e recursos financeiros, além de atendimentos psicológicos voluntários também aumentaram.  

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Fiéis da Igreja Adventista do Sétimo Dia, cuja prática espiritual está fundamentada na ajuda ao próximo, mobilizaram-se em diversos Estados brasileiros para auxiliar pessoas que precisam. Além de voluntários, as instituições administrativas também se mobilizaram. No Estado de São Paulo, os funcionários de oito escritórios da denominação se uniram e, juntos, arrecadaram e doaram 5,1 mil cestas de alimentos para famílias paulistas. 

Boa ação na internet

Há também um grupo de adventistas envolvido em ações de voluntariado dentro e fora da denominação. Todas as iniciativas estão vinculadas à Agência de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) e à Ação Solidária Adventista (ASA). Um exemplo é a contadora Rebeca Almonacid, que fomentou uma campanha de doação em suas redes sociais. A ideia surgiu com o desabafo de outra pessoa, a empresária Karina Francis, que compartilhou sua preocupação ao ver as pessoas do bairro onde crescera passarem fome, em Miguel Brada, no município Suzano. 

Juntas, elas organizaram uma campanha de arrecadação e doação de cestas de alimentos pela internet para ajudar 360 famílias de Suzano. "Em menos de 1 dia, já tinha arrecadado 147 cestas e estava muito grata a Deus por tantas bênçãos e por ter colocado tantas pessoas de coração aberto e prontas a ajudar nesta campanha", conta Rebeca sobre os resultados da iniciativa. 

Uma semana depois, muitas pessoas foram envolvidas nesta ação através das redes sociais. "Troquei mais de 250 mensagens com pessoas só pelo meu Instagram", diz Rebeca. A voluntária Fernanda Brandão foi uma das pessoas alcançadas. "Quando vi a postagem, senti muita vontade de ajudar e fazer a minha parte", declara. 

Ao final, os voluntários conseguiram muito mais de 360 cestas e famílias de outras cidades também puderam ser ajudadas. Rosângela Santos*, dona de casa e moradora de Miguel Brada, ficou muito feliz ao receber uma cesta e ainda se comprometeu: "Agora, no momento, estou precisando de ajuda, mas quando puder vou ajudar vocês [Igreja Adventista do Sétimo Dia] e as pessoas que precisarem", pontua.

Sobretudo, ainda há muito ser feito, segundo o morador de Miguel Brada, professor Jefferson Silva. "Chegou a hora de você sair do seu sofá, movimentar-se e ajudar de alguma forma", declara. O convite é para que mais pessoas se envolvam e enxerguem a necessidade de outras famílias, em outras cidades. E para quem acha que o isolamento social pode impedir que os projetos sociais sejam desenvolvidos, a empresária Karina incentiva. "Nós podemos usar a internet para ajudar o outro", garante.

*Rosângela Santos é um nome fictício usado para proteger a identidade da fonte.