Notícias Adventistas

Gente

Voluntária que atuou na tragédia de Petrópolis em 2011 ajuda novamente em 2022

Na primeira vez, com 10 anos, Emanuelle fez questão de estar com seu lenço do Clube de Desbravadores e ajudar no apoio às vítimas das chuvas


  • Compartilhar:
Emanuelle com 10 anos atuando no apoio às vítimas das enchentes e, aos 21, ajudando em nova tragédia na mesma cidade. (Foto: Tribuna de Petrópolis e Arquivo Pessoal)

Em 2011, fortes chuvas atingiram a cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio. As enchentes fizeram estragos na cidade, deixaram mortos e pessoas desabrigadas. A estudante Emanuelle Blanco, na época com apenas 10 anos, viu seus pais abrirem a porta de casa para abrigar vizinhos que escapavam das áreas de risco.

Mesmo sendo uma criança, convenceu a família e saiu para ajudar. Usando seu lenço do Clube de Desbravadores, atuou na separação de brinquedos doados em um dos locais de apoio.

Leia também:

“Eu acredito que ser desbravador é isso o que eu fiz. Aquela atitude de sair de casa e ir ajudar representava tudo o que eu acreditava ser a definição daquele lenço”, comenta Emanuelle, hoje com 21 anos.

Agora, a jovem reviveu o pesadelo de uma nova tragédia. Desta vez, estava ainda mais perto dos locais afetados. Estudante de Administração numa universidade da cidade, viu a chuva chegar e, com ela, o rastro de destruição que levou carros, casas e vidas. No dia da chuva, ela chegou às 5h da manhã em casa, pois o trânsito estava caótico. Seus pais, que moram em outro Estado, vieram buscar o carro dela que estava com lama e ela foi com eles. Mas não levou 24 horas para tomar a decisão de voltar.

“A mesma menina que com 10 anos de idade fez aquilo e que, desta vez, viveu e sobreviveu à tragédia, precisava fazer alguma coisa. E eu saí, criei uma campanha para ajudar no combustível dos veículos dos amigos que também ajudariam e começamos a trabalhar, escoando as doações que chegavam na faculdade para os abrigos", explicou. 

As doações chegam a todo momento na universidade onde Emanuelle e os amigos ajudam no transporte para os abrigos. (Foto:Acerco pessoal)

Senso de missão

Para Emanuelle, a sensação é de ter um dever, como cidadã e cristã. “São donos de lojas que nós compramos, são pessoas que nos dão aula, são amigos de familiares. Temos o dever de ajudar. Fora isso, essa é a atitude cristã de mostrar o amor incondicional de Deus através de nossos atos. Em momentos como esse, nossa ação fala mais do que somente pregar através de palavras”, comenta.

Emanuelle e amigos voluntários. (Foto: Acervo pessoal)

Com o desejo nato no coração de ajudar o próximo, Emanuelle doou muito mais que sua força física. Ela compartilhou sua fé com os colegas de voluntariado. “Eles são de outra religião e me convidaram para estar com eles enquanto faziam suas preces, a seu modo. Ali também pedi para orar e foi um momento de muita emoção. Estávamos vivenciando cenas tristes há alguns dias e naquele instante sentimos a presença de Deus ali cuidando das pessoas “, conta.

Solidariedade que move

Os templos adventistas em todo o Rio de Janeiro e de várias partes do País estão atuando na arrecadação de donativos, bem como ajudando as equipes de busca. A carreta solidária da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) está em Petrópolis produzindo cerca de 1 mil refeições por dia e lavando até meia tonelada de roupas. Veja no vídeo abaixo:

“A obra social é a consequência de uma vida em unidade com Cristo. À medida que vivo essa comunhão, reconheço mais facilmente as ações misericordiosas de Deus em nossa vida, e isso impulsiona a fazer o mesmo àqueles que estão ao meu redor e têm necessidades. O interesse das pessoas pela mensagem do evangelho aumenta pelo testemunho dado através de nossas ações“, destaca o pastor Hiram Kalbermatter, presidente da Igreja Adventista para o Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, e que está atuando em auxílio às vítimas das chuvas em Petrópolis.